Primeiro Eu Te Amo

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POV Monica

Alguns dias se passaram e continuei indo para a faculdade. O final de semana passou e acabei ficando em casa com a Dani, assistindo alguns filmes.

Na segunda, ligo para tia Helena antes de entrar em aula.

Ligação On:

- Alô? - Ela atende animada.

- Tia! Tudo bom?

- Tudo e com você, minha querida? - Estranho o momento carinhoso, mas não disse nada.

- Estou bem, então, estou entrando em aula, só liguei pra perguntar se a senhora não quer jantar lá em casa amanhã, que tal? - Pergunto e sento na mesma cadeira de sempre.

- Claro! Às 19h estaremos lá, Otaviano e eu!

- Certo, preciso desligar, beijo!

Desligo e espero a aula começar. Depois da aula, almoço com Marcelo e Marcius, um amigo de Marcelo que acabou se tornando meu amigo no almoço.

- Como vocês estão?! - Marcelo pergunta mexendo na comida.

- Estamos bem, tenho consulta quinta-feira, dois meses.

- Você está grávida? - Marcius pergunta quase se engasgando.

- Aham, há dois meses. Ainda bem que faltam 4 meses pra acabar o curso. - Digo sorrindo para a comida sem mostrar os dentes.

- Você quer uma menina? - Marcelo questionou afastando o prato vazio.

- Não, um menino! Sempre tive sonho de ter um garotão!

- E quem é o pai? - Marcius pergunta e Marcelo e eu o encaramos. - Desculpa, sou muito curioso.

- Tudo bem, mas ninguém conhece o pai, então se eu falar ou não, não vai mudar em nada, ele não faz faculdade, já trabalha.

- A Dani está louca para ser madrinha! - Marcelo fala sorrindo.

- Aquela é maluca! Passou a semana me mandando dicas de nomes para o bebê, você acredita? - Os dois riram.

Logo me despedi dos dois e fui para casa. Quando chego, lembro que havia combinado o jantar no dia seguinte, então resolvo ir ao shopping depois de arrumar a casa.

Às 18h, pego o carro e vou para o shopping daqui de perto, lá tem supermercado e praça de alimentação, onde posso jantar. Faço as compras, coloco no carro e volto para a praça.

- Monica!? - Escuto uma voz conhecida e me viro. - Oi!

- Oi, Murilo! - Lhe abraço. - Caramba, se passaram três meses, né?

- Dois a três, você está mais... Cheinha? - Ele fala sorrindo de lado.

- Sim, eu acabei... - Fico com vontade de mentir, mas do que iria adiantar? - Engravidando.

- Jura!? - Ele faz cara de surpresa, mas logo sorri. - Parabéns! Não sabia que tinha namorado naquela época!

- Nem tinha, isso foi um erro, sempre critiquei quem não se cuida, mas olha eu, estou engordando no segundo mês,
imagina quando tiver com nove, vou estar uma bola! - Acabamos rindo e ele me abraça de novo.

- Então, estou com medicina em BH e venho morar no Rio! Vai demorar um pouco, mas como me formarei em pediatria, posso cuidar do seu bebê quando nascer.

- Iria adorar!

- Vou deixar você comer, boa sorte com o bebê, com seu namorado e sua vida. Até algum dia! - Murilo me dá um beijo no rosto e sai para as escadas rolantes.

Procuro uma lanchonete saudável e logo acho uma de sucos e sanduíches naturais. Quando me aproximo, escuto outra voz conhecida. Me viro e encontro Otaviano se abraçando com uma morena. Fico encarando os dois no abraço demorado.

- O que vai pedir, senhora? - A moça me pergunta no balcão e a encaro.

- Desculpa, vou pedir um... - A voz de Ota soa em meu ouvido.

- Saudade de você, morena! - Ele diz para a mulherzinha.

- Esquece, perdi a fome.

Fecho a bolsa e passo ao lado dois dois, esbarrando o ombro no braço dela.

- Sua louca! - Escuto a voz enjoada dela gritando comigo.

- Monica!? - E a voz dele.

Ignoro os olhares de todos e desço as escadas correndo. Em alguns minutos, pego o meu carro e voo para o apartamento.

Quero matar o Otaviano.

Além de Helena e de mim, ele tem outras vagabundas?

Minha vontade é arrancar seu pênis fora e jogar para os porcos. Se bem que nem os porcos merecem um homem tão idiota e safado!

Chego em casa e subo com as compras. Coloco tudo no chão da cozinha e vou para o sofá. Sento no sofá e fungo, não quero chorar por um homem que é cafajeste. Mas é em vão. As lágrimas vencem.

Não sei exatamente porque choro por ele. Nunca falei que o amo e ele nunca me disse um sequer eu te amo, mas para essas vagabas com certeza ele fala isso e muito mais!

A campainha toca e fico com mais raiva ainda! Esse porteiro não serve pra nada!

Abro a porta e dou de cara com um homem com quase dois metros de altura, grisalho e branco, como se tivesse visto um fantasma. Nesse caso o fantasma fui eu, eu que o vi com outra.

- Me escuta, por favor! - Ele fala e rio. - Por favor!

- Típico de homem cafajeste, "me escuta", admita logo que é um sem-vergonha! Que estava com outra!

- Não estava com outra! Monica, você está alterada! Aquilo que você viu era minha irmã!

- Sua irmã? Pensei que você fosse filho único! - Ri de sua mentira.

- Minha mãe teve dois filhos, mas ela acabou deixando a minha irmã com minha tia, já que ela estava sozinha nos Estados Unidos! Então a Sílvia veio para o Brasil hoje de manhã e eu estava a vendo, já que amanhã eu ia vir com Helena pra sua casa, não iria jantar com ela e minha mãe.

Minhas lágrimas começam a cessar. Quero acreditar nele, mas às vezes não confio tanto em suas palavras.

- Minha única morena é você. Nunca iria lhe trair. Sabe porque? - Lhe encaro com lágrimas nos olhos.

- Porque!?

- Porque é você quem eu amo mais que tudo, é com você que quero ter uma família, várias filhos e uma vida feliz, não com mulheres fáceis. - Acabo me derretendo e lhe abraçando. - Isso aí, eu te amo.

- Como tem certeza disso? - Pergunto no seu ouvido.

- Porque quando te vejo com qualquer homem, quero matá-lo. Quando te vejo triste, quero me vestir de palhaço pra te alegrar. Quando você está brava, quero te deixar mais brava ainda pois uma grávida brava é muito lindo. Quando te vejo na minha frente e não posso beijar, - Encaro seus olhos e sorrio. - tenho vontade de mandar todo mundo se foder e lhe beijar até o mundo acabar.

- Você é meloso. - Digo franzindo a testa.

- Tô nem aí, eu te amo.

Pulo em seu colo e beijo sua boca com vontade. Querendo arrancar seus lábios.

- Eu também te amo. - ele sorri e seus olhos brilham. - Nós dois te amamos.

- Quero colocar todo esse amor pra fora. - Ele fecha a porta com o pé e me encosta na parede do corredor, me deixando em pé.

- Ah, é? Como?

Amor E Suas DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora