Resgate

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POV Otaviano

Ando a noite inteira pelo Rio e nada de Helena. Amanhece e sento no Starbucks. Peço um café e o bebo devagar.

Não posso deixar aquela puta fazer algo com meu filho! Ligo para a empresa e chamo Joaquim até a cafeteria. Ele chega em poucos minutos.

- E aí, papai? - Ele me dá um tapa no ombro e senta. - Cadê o filho?

- Sequestrado. - Joaquim franze a testa. - Helena o raptou dentro do hospital.

- Como? Que filha da... - O celular dele toca e ele atende em seguida. - Só um minuto, chefe.

Joaquim levanta e atende o celular mais afastado. Ele logo volta rápido e joga dez reais sobre a mesa.

- Precisamos ir pra empresa agora!

- O que houve? Não posso! Preciso ir pra casa ver a Moni...

- Teve um movimento bancário da empresa bem suspeito, com compras aéreas para Itália.

- Compras aéreas?

- Passagens e hospedagem, foram de última hora. Vamos!

- Helena! Claro que foi ela!

Pego o carro e vou na frente para a empresa. Chego e há alguns policiais checando computadores em uns andares.

- O que houve? Sou o dono. - Cumprimento a autoridade.

- Movimentos bancários na conta, mais de 50 mil desviado e transferido para outra moeda, sem fim algum.

- Helena! Ela sequestrou meu filho ontem e agora está indo pro exterior! Precisamos encontrá-la!

POV Monica

Não consegui pregar os olhos a noite inteira, então levanto da cama quase às oito da manhã e tomo um banho. Visto uma lingerie e um roupão, prendo o cabelo e olho pro berço ao lado da cama. Lorenzo. Que saudade do meu pequeno.

Sinto lágrimas descerem pelos meus olhos e fungo, suspirando em seguida. A campainha toca e fico atenta, logo escuto um choro fino e corro escadas abaixo.

LORENZO!

- Sua idiota! O que estava fazendo com meu filho!? - Me aproximo e ela se afasta com ele aos prantos. - ME DÁ MEU FILHO!

- Vim avisar que estou indo para a Itália com o meu filho Lorenzo. Só pra você saber, daqui uns anos ele vai saber que a mãe era uma ladra de maridos, mas acabou falecendo no parto.

Meu sangue começa a ferver. Denise some da sala e fico sozinha com Helena, que não é uma boa ideia. Lorenzo volta a chorar alto.

- Por favor, me dá ele!

A porta da sala abre com tudo e Otaviano entra com uns policiais.

- Você está presa por sequestro. - Um dos policiais fala.

- Eu não sequestrei ninguém, só fiz um favor para minha sobrinha de cuidar do filho dela por uma noite.

- Mentira! Ela acabou de chegar e falou que ia embora pra Itália com o Lorenzo! - Grito e Ota se aproxima, me abraçando. - Eu quero meu filho, Ota.

- Helena, me dá o Lorenzo. - Ota fala e ela sorri.

- Claro, meu amorzinho.

Cerro o punho em forma de soco e Ota me puxa pra trás devagar. Ele se aproxima dela e pega Lorenzo. Me aproximo dele rapidamente e o pego.

- Meu amor! Meu pequeno! Eu... Eu te amo. Nunca mais ninguém vai te levar, nunca mais! - Balanço-o no colo para que pare de chorar. - Meu Deus, como é bom te ver...

- Acho melhor você subir com ele, amor. - Ota fala e os policiais algemam Helena. - Eu termino tudo aqui.

- Só quero perguntar uma coisa a Helena. - Ajeito Lorenzo no colo e a olho. - Quando eu era bebê, você me sequestrou também ou...

- Nesse quesito eu nunca menti, realmente sua mãe faleceu. - Cerro os olhos e subo as escadas com Lorenzo e Denise.

*

Um mês depois

- Você tá gigante! - Falo me aproximando do berço, já no quarto dele. - Bom dia!

- Quer que eu prepare a banheira dele?

- Sim. - Ota prepara a banheira e o banho. - Podíamos passear com ele no parque.

- Não acha que está tarde?

- Amor, nem está fazendo Sol, vai ser um dos primeiros passeios, já que ele só sai pro médico.

- Tudo bem, vamos nos vestir, vou pedir pra Helena ajeitar uma bolsa pra ele.

Nos arrumamos e em meia hora pegamos o carro e avenida. Chegamos no parque e sentamos embaixo de uma árvore.

- Já saiu a decisão da detenção de Helena?

- Sai amanhã, mas ao que ouvi falar, podem ser 8 anos.

- Queria que ela apodrecesse lá, não se tira um filho de uma mãe. - Ota assente e me abraça de lado. - Quer pipoca?

- Prefiro sorvete.

Levantamos e nos aproximamos de um carrinho. Peço o meu e Ota o dele. Uma mulher se aproxima e sorri pra Lorenzo.

- Que lindo! Ele tem quantos meses?

- Um mês.

- Só? É novinho demais pra estar passeando no parque!

- É o primeiro passeio, mas não vamos demorar muito, vamos prevenir.

- Isso. Qual o nome dele?

- Lorenzo.

- Que lindo nome. - Ota se aproxima de mim e coloca a mão em minha cintura. - Parabéns aos papais.

- Obrigado.

Nos afastamos e voltamos para a árvore.

- Aquela mulher é estranha, senti algo diferente. - Digo sentindo um arrepio ao ver a coroa passar por ali e sentar no banco. - Melhor terminarmos o sorvete e ir pra casa.

- Certo.

Terminamos o sorvete e acabei dando de mamar a Lorenzo antes de ir. Pegamos o carro e voltamos pra casa.

*

POV Mulher

Monica nem faz ideia de quem sou. Ah, minha pequena está tão grande, e já é mãe!

Amor E Suas DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora