Ota e Helena

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- Francis o que? - Me afasto de sua orelha e o encaro.

- Francisgleidson! - Ele sorri.

- Você está me zoando, né? - pergunto me afastando. - Meu filho nunca vai ter esse nome!

- Prefere Lorenzo?

- Ota, nós não sabemos nem o sexo do bebê ainda. - Tento me levantar, mas ele me segura.

- Gosto de Lorenzo, mas... Francisgleidson da Costa ficaria legal.

- Você não está nem maluco de colocar o nome do meu filho essa coisa aí!

- Olha, se for menino pode ser Francisgleidson, se for menina podemos colocar... Josefina.

- Chega. - Me levanto, pego os pratos e vou para a cozinha. Escuto sua risada e volto de braços cruzados. - Que foi agora?

- Estava zoando, amor... Vem cá.

- Não, brincou demais. - Finjo estar com raiva e volto pra cozinha.

- Nada disso, nem invente de me deixar sem o agradecimento pelo jantar. - Volto para o portal da porta e lhe encaro. - Quero uma coisa.

- O que? - Ele me chama com o dedo e me aproximo.

- Quero... - Fico de joelhos e ele se aproxima do meu ouvido. - Que coloque o nome dele de Francisgleidson.

- Ah, idiota! - Lhe dou um tapinha em seu peitoral, mas ele me puxa, colando nossos corpos. - Ei!

- Eu sei que nós não podemos, mas podemos ficar aqui... Juntinhos. - Ota coloca uma de suas mãos embaixo de meu cabelo, o puxa devagar e sorri. - Fazendo carinho.

- Isso é carinho? Puxar meu cabelo? - Ele sorri e assente. Me aproximo e beijo seus lábios.

Ficamos trocando carinhos e beijos nas almofadas ali no chão por um bom tempo. Ota levantou um tempo depois do meu lado e esticou as costas.

- Iiih, tá ficando velhinho?

- Não estou e nem sou. - Ele diz se virando para me olhar.

- E esse cabelo grisalho? - Arqueio as sobrancelhas, ainda deitada nas almofadas do chão.

- Não sabe o que é estilo? - Rio alto e ele acaba rindo. - Preciso ir.

- Hã? Pensei que fosse dormir aqui.

- Estou em um hotel enquanto Helena arruma as coisas dela.

- Porque não dorme aqui? - Me sento e ficamos frente a frente.

- Amor, se eu dormir aqui vou querer alguma coisa certo? E não podemos. - Continuo lhe olhando. - Se eu for pro hotel, vou dormir e pronto.

- Não consegue ficar um minuto perto de mim sem pensar em transar? Amor... Você me disse que iria tentar, lembra? Ia ficar seis meses e tudo, se você for para o hotel, vai ver prostituta na esquina e vai querer comê-las. - Ele ri e eu o encaro, mais séria.

- Que ciumenta, meu Deus! - Ota aperta minhas bochechas e me dá um selinho. - Então quer que eu durma aqui?

- Aham!

- Como quiser. - Ele me ajuda a levantar e levamos o resto das coisas para a cozinha. - Vamos dormir?

- Vou trancar a porta e apagar as luzes, pode ir pro quarto.

Apago as luzes, tranco a porta e janelas e vou pro quarto. Ele já está deitado na cama com o controle do ar em mãos.

- Nossa, que sono. - Fecho a porta, tiro a roupa e deito somente de calcinha.

- Ei, é covardia! Já estou lutando para não te agarrar e você ainda vem dormir só de calcinha? - Rio e pego uma blusa no guarda-roupa.

Deito junto com ele e me cubro. Ota me puxa devagar para junto de seu corpo e me dá um selinho.

- Boa noite.

- Boa noite, branquela. - Sorrio com o apelido e adormeço em seus braços.

POV Otaviano

Após deixar Monica na faculdade, fui para a empresa, assinei uns papéis e fui almoçar com Helena.

- Oi. - Falo assim que ela chega. - Tudo bom?

- Até parece que se importa. - Ela sorri e me dá um beijo no rosto. - Onde está sua barrigudinha?

- Com...

- Eu já sei de tudo. - Sentamos à mesa e pedimos o que queremos.

- De tudo o que? - Sorrio nervoso.

- Que você a comeu na nossa casa, pelas minhas costas, e várias vezes. E ainda por cima, acabou dando um filho a ela. Parabéns, conseguiu me fazer de idiota por meses.

- Helena, não é...

- E ainda faz ela falar que quem seduziu primeiro foi você. Me poupe, né? Eu sei muito bem que ao meu ver, foi a Monica que foi para cima. - Acabo rindo.

- Não foi não. Eu que seduzi, insisti em alguma coisa, em um beijo ou abraço. Tudo bem que quando fomos para cama estávamos os dois sabendo o que iria rolar, mas eu que entrei no quarto dela sem ela pedir ou saber. Enfim, não quero que pense que a garota é uma qualquer, ok? Eu amo a Monica e o bebê que ela aguarda.

- Posso fazer uma pergunta? - Ela diz enquanto o garçom já serve os pratos e suco.

- Quantas quiser.

- Você casou comigo porque queria ou pra se aproximar dela?

- Porque queria me aproximar dela. Eu sei que foi uma idiotice sem tamanho, mas eu nunca iria conseguir sair com ela algum dia sem estar casado com você. Já imaginou eu chegar nela e pedir pra sair? Sou mais velho e ela podia correr de mim!

- Não foi o caso lá em casa, não é?

- Porque ela já me conhecia.

- Você foi um filho da puta comigo.

- Eu sei, mereço todos os xingamentos do mundo, mas estou aqui para pedir perdão pela burrada que eu fiz.

- Não estou nem aí. Vou embora para os Estados Unidos e você pode ficar com essazinha, os dois se merecem. Depois não venha com coisas de "você nunca me contou isso!"

- Do que está falando? - Ela afasta o seu prato de salada, agora vazio.

- Que sua linda mulher... Ah, deixa pra lá. Talvez seja de costume, né?

- O que você está falando? - Afasto meu prato, também vazio, e lhe encaro.

- Que seja de praxe a sua mulher se deitar com os maridos de outras.

Amor E Suas DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora