"Quero tentar fazer amor"

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POV Monica

Me despeço de Dona Irene e vou direto para o carro, sentando no banco detrás. Minha tia entra em seguida e Otaviano arranca o carro da frente da casa. Em poucos minutos, chega em casa e bate a mão no volante. Desço do carro primeiro e vou logo para o elevador, sem esperá-los. Entro em casa e vou até a cozinha, pego um pedaço de torta de frango que Denise havia deixado no sábado pronta e esquento no microondas. Em um minuto, pego a torta e subo pro meu quarto, antes que eles subam.

Fico o resto da tarde jogada na cama, assistindo e no celular. A noite, desço as escadas e vejo minha tia tomando remédio. Ela estava com a cara triste, me aproximei e passei as mãos em seus ombros.

- A senhora está bem?!

- Mais ou menos... Estou com dor de cabeça novamente, vou até me deitar e amanhã vou ao médico. - Assinto.

- Vou com a senhora, me espera chegar da faculdade a tarde?

- Não precisa, Monica. Mas quero falar com você sobre uma coisa, amanhã eu falo, certo? - Ela coloca o remédio na boca e engole.

- Assim me deixa preocupada, porque não fala logo de uma vez?

- Porque estou com dor de cabeça. Vou dormir.

Ela sobe as escadas me deixando sozinha. Sento no sofá e fico mexendo no celular conversando bobagem com Dani. Minutos depois, escuto pisadas e olho pra cozinha, mas não vejo ninguém. Olho para os lados e escuto um "psiu", olho a escada e o vejo com um sorriso. Cara, que sorriso lindo. Que filho de uma mãe.

- Quero falar com você. - Ele diz me chamando com um dedo.

- Pode falar, prefiro manter distância.

- Tem medo de não resistir? - Ele dá uma risada que, puta merda.

- Não tenho medo de nada, só acho que se é uma conversa, pode falar aqui mesmo. - Ele dá de ombros, mas continua no alto da escada me observando. - Ai que saco!

- O que? Estou só olhando.

- Não gosto que fiquem me encarando desse jeito. Pareço um pedaço de carne. - Bloqueio o celular e o encaro de volta. - Cadê a minha tia?

- A dor de cabeça dela continua, acabou dormindo. Porque veio pra cá? A Internet tá ruim, né?

- Péssima, parou de funcionar lá no quarto. - Levanto e vou subir as escadas para ir ao quarto.

- Ei... - Ele fica na minha frente e sorri de novo. - E nossa conversa?

- Não tenho o que falar, acho que deveria conversar com a sua mãe, você foi extremamente grosso com a coitada. - Caminho até meu quarto e ele me segue.

- Você não sabe de nada, nós sempre brigamos. - Ele tranca a porta e puxa a manga do casaco de lã para o cotovelo.

- Mas ela é sua mãe, deve respeitá-la. Pelo que vi você nem liga pra ela por conta da sua empresa. - Rolo os olhos e coloco o celular no criado-mudo. - Sai do quarto, por favor.

- Ela não entende que é muita coisa da empresa, não tenho tempo pra nada.

- Ah, tem sim. O tempo que você está aqui no meu quarto, podia estar com a sua mãe ou esposa, mas não, prefere ficar atrás de mim. Deveria pedir desculpas a ela.

- Não quero falar disso, eu vou pedir, mas me deixa um pouco. Estou nervoso. - Ota senta na minha cama e baixa a cabeça.

- Com o que?

Amor E Suas DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora