León Walphyn

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A situação entre Harry e Malfoy estava como se é popularmente chamada, neutra. Nenhum beijo mais fora trocado, assim como nenhuma provocação, que eram tão rotineiras para os dois. Eles não tocaram mais no assunto do singelo momento romântico e afetuoso que tiveram mas isso não quer dizer que esse tema não rondava dia e noite a mente de ambos.
Draco estava confuso e temeroso,  queria experimentar mais da sensação que viveu com o moreno aquela noite na enfermaria, queria poder se sentir completamente infinito outra vez, a segurança dos braços do menor, o calor de seus lábios unidos e o delicioso frio na barriga por conta do nervosismo. Mas tinha medo de que não fosse apenas uma curiosidade e desejo adolescente. Temia acabar se apaixonando. E se isso acabasse acontecendo? O que faria? Sairia de mãos dadas com Potter pelo saguão? Pediria o moreno em namoro no dia das bruxas? O levaria para passar as férias de Natal na mansão Malfoy com os amigos da família? Draco e Potter juntos era uma ideia completamente absurda, digna das maiores maluquices da Di Lua, Luna Lovegood.
Harry por outro lado estava sedento por mais daquilo, seja lá o que aquilo for. Todos os seus beijos com Gina, não chegavam aos pés da sensação que sentiu quando tocou os lábios do loiro, nem mesmo o seu beijo com Cho, que fora o seu primeiro, lhe deixou tão ansioso e nervoso como com Malfoy. Harry queria poder entender aquele sentimento engraçado e totalmente novo que habitava seu peito. Ele queria fazer o possível para descobrir tudo sobre a tal Lua Estrelada que supostamente o ligava a Draco. Se seus novos sentimentos eram causados por essa ligação, então ele queria saber tudo sobre ela, porque nada no mundo o fazia se sentir tão bem e tão confuso assim.
Ele iria até a biblioteca aproveitar o domingo para tentar achar algo sobre a Lua, juntar todos os livros de Taciomancia que encontrasse e reunir todas as pistas sobre ligações mágicas involuntariamente conjuradas.
O moreno estava pensando sobre pedir ajuda de Hermione para procurar mais informações mas sabia que a amiga era esperta demais e iria acabar descobrindo o real motivo do seu interesse no assunto.
Harry descartou a possibilidade enquanto corria os dedos pelo cabelo platinado do loiro adormecido em seus braços. 
Ele se sentia tão bem tendo o outro perto de si. O tempo que eles passavam separados era um martírio, Potter sentia um vazio no peito, muito calor, soava frio e sua cabeça doia. Isso estava começando a preocupá-lo.

Draco apertou o ombro de Harry, acomodando melhor a cabeça no peito do outro. Harry acariciou o braço machucado do loiro, e depois o outro passou o polegar sobre a marca negra que já está mais para cinza do que preta. 
Malfoy já passou por tanta coisa,  apesar de parecer ter a vida perfeita,  Harry sabia que foram poucos seus momentos de verdadeira felicidade. Ele queria poder fazer o menino feliz,  ter algo de bom para fazê-lo sorrir e não ter com que se preocupar em fazer a vontade de seu pai por motivo de status social. Harry queria dar a Draco a única coisa que um Malfoy não podia comprar: Amor.

Harry queria ter o outro perto e consigo o tempo todo, porque de uma maneira incompreensível era Draco quem dava ao moreno seus melhores momentos do dia. Era uma pena que tenham passado tantos anos cultivando uma inimizade tola que não os levou a lugar nenhum. Durante essas poucas semanas de aula, eles se aproximaram por acaso e se sentiam tão bem e à vontade um perto do outro que quem não os conhecesse poderia julgá-los melhores amigos de infância. Mas o mais curioso era que nem com Rony, Harry tinha tanta intimidade, digamos assim, para trocar carícias e dormir abraçados com as peles separadas por finas calças de flanela. 
Nunca em um milhão de anos Draco e Harry se imaginariam na atual situação. Draco continuava absorto em seus sonhos, enlaçado ao corpo do moreno, e Harry deixava-se ser tomado pelo sono e conforto mais uma vez. Afinal, que mal havia? Era uma manhã de domingo, o máximo que poderia acontecer se dormisse até tarde, era perder o café da manhã,  problema esse que seria facilmente solucionado com um simples pedido à Sala Precisa.

Harry desceu uma mão pela lateral do corpo de Malfoy, com delicadeza e carinho, até a parte de trás do joelho de Draco, puxando sua coxa para cima do corpo do moreno. Embrenhou o rosto nos fios loiros quase brancos, apreciando seu cheiro adocicado e agradável. Harry foi fechando os olhos  sentindo aquele aroma viciante entrar por suas narinas e o acalmar gradativamente até ele, em poucos instantes pegou no sono.

Unbreakable Vow • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora