Sonhos

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A boca de Malfoy era a coisa mais macia e aveludada que Harry já havia tocado. A idéia lhe pareceu idiota e arriscada demais mas quando sentiu o gosto do outro e sentiu seus lábios se encaixarem de uma forma tão certa,o moreno simplesmente se desligou do mundo e se focou em puxar mais o loiro com cuidado para si.
Draco podia definir seu estado como desesperadamente inseguro.
Ele se sentia culpado por gostar de ser beijado por um homem, assustado por esse homem ser Harry Potter e com medo de ser apenas um beijo e nada mais.
Ele não retribuiu, não se mexeu e não fechou seus olhos, o outro mantinha os seus fechados e suas bocas precionadas.
A respiração de ambos era descompensada e o corpo do loiro tremia em desespero, ele queria agarrar o corpo do menor e fazer tudo o que sempre fazia em seus sonhos com ele mas o medo de ser rejeitado era maior.

Harry estava decepcionado por não receber nada de volta e começou a se afastar. Draco não queira isso, queria que o outro continuasse com aquilo, queria e precisava que Potter tivesse a coragem que ele próprio não tinha.
Quando sentiu os lábios do moreno se desgrudando dos seus, uma força inexplicável tomou conta de seu corpo e Malfoy puxou a nuca de Harry com a mão esquerda, lhe dando um selinho demorado.
Harry sentiu seu coração se aquecer com aquele pequeno gesto e sorriu contra os lábios do outro.
Se afastaram um pouco e se aconchegaram melhor um nos braços do outro para dormirem. Harry colocou o braço quebrado do loiro confortávelmente sobre sua barriga e encostou suas testas.
Mais nenhuma palavra foi dita aquela noite, nenhum boa noite, nenhuma provocação, nem um único suspiro, apenas as respirações misturadas e a chuva que começava a cair no lado de fora e ricocheteava nas janelas.
Draco corria a ponta de seu nariz fino pela bochecha com a barba rala de Harry por fazer. O moreno deslizou seus dedos trêmulos pelas costas do garoto de olhos cinzas e os enroscou entre os cabelos loiros, começando uma leve carícia, fazendo os olhos de Draco pesarem como se estivesse em estado hipnótico. Sua respiração ficou calma e regular indicando que havia pego no sono e Harry encarou o teto da enfermaria pensando no que havia acabado de acontecer e em como foi bobo, podia ter posto tudo a perder.

***

Uma longa serpente subia devagar e de forma calculada pela perna da cama de Harry, que olhava fixamente os olhos cinzentos do bicho.
O enorme réptil deslizou o corpo cálido e escorregadio pelas coxas do moreno envolvendo sua cintura fina, subindo por seu tronco, se enrolando por seu pescoço.
A enorme e magnífica serpente quase penetrou a mente de Harry com seu olhar fixo no menino e mostrou as presas emitindo um ruído ensurdecedor e então, deu o bote.
O sonho mudou, não era mais uma cobra que estava enroscada no corpo do menino e sim um garoto pálido,  loiro e nu.
Ele mordia, prendia, chupava, lambia e beijava os lábios de Harry com luxúria e um desejo incontrolável, ele tinha necessidade de fundir seu corpo ao do moreno e fazer deles um único ser.
Seus corpos pareciam estar entrando em combustão e Harry queria mais, queria estar dentro de Malfoy ou ter o outro dentro de si, ele não se importava, apenas queria que aquela tortura terminasse e eles finalmente pudessem se entregar ao deleite do prazer que parecia estar tão próximo para ambos.
Corpos se chocando, línguas brigando e gostos se misturando, aquele era o ápice, Harry estava tão perto, quase lá...

— Potter? Potter acorde! — Draco sacudiu o corpo do menor com violência já que todas sua tentativas gentis não haviam dado resultado.
Harry levantou um salto, suando frio e respirando com dificuldade. Seu coração batia tão rápido que parecia que seu peito iria romper e explodir a qualquer momento.
— O que h-houve? O-onde você estava? — Harry disse trêmulo.
— Acho que você estava tendo um pesadelo. Eu me levantei para tomar água, fui ao banheiro e acabei parando em frente a uma janela para ver a chuva. — Draco explicou se sentando na cama. — Você está bem?
— Eu, eu acho que sim, e você?
— Não sei, comecei a sentir uma sensação estranha no peito, corri de volta pra cá e quando cheguei, você estava tremendo todo aí. — Apontou para o colchão.
— Malfoy... eu acho que pode ser aquela lua... — Harry começou e o outro o cortou de imediato:
— Não se atreva, Potter! Nós não somos almas gêmeas, aquilo são apenas bobagens.
— Escute, pode ser que não. Faz sentido, não é? Só conseguimos dormir quando estamos juntos, é a necessidade de contato. — O de olhos verdes tentou argumentar.
— Sem chances, d-durante as férias eu estava perfeitamente b-bem... — Draco gaguejou por saber que aquilo não era exatamente verdade.
— Durante toda as férias não houve um só dia em que eu não tenha pensado ou sonhado com você, satisfeito? — Harry disse iritado. — Não é normal.
— E-eu também. — Draco confessou depois de um tempo de cabeça baixa.
O menor o olhou surpreso, um resto de esperança aquecendo seu peito.
— Mas isso não quer dizer nada, okay! — Malfoy se levantou ao ver que já era hora de acordar. — Vamos, temos aula de poções no primeiro horário.
Harry não disse mais nada.
Madame Pomfrey disse que Draco precisaria usar tipóia por uma semana, ele não podia forçar o braço pois apesar de seus ossos estarem colados depois de estilhaçados pelo balaço, ele não podia abusar.
O moreno acompanhou o outro até a porta do salão comunal da Sonserina agradecendo por não ter ninguém por perto.
Ambos estavam aflitos e desconcertados, o episódio do beijo não fora mais mencionado por falta de coragem das duas partes, e em segredo os dois estavam desapontados pelo gesto de afeto não ter se repetido.
Draco mordeu a parte interna de sua bochecha e Harry apertou os lábios em uma linha fina.
— Te vejo daqui a pouco, então. — O moreno sussurrou enquanto ajeitava melhor a tipóia envolta do braço de Malfoy e o outro assentiu.
Harry se inclinou, deixou um beijinho delicado no antebraço do loiro e o deixou parado, estupefato para trás enquanto o de olhos verdes corria para seu salão comunal.

》》》

— E como ele está? — Rony perguntou se sentando ao lado d'O-Menino-Que-Sobreviveu. 
— Tá bem, os ossos estão colados mas ainda dói e não vai poder fazer esforço por uns dias. — Harry disse de cabeça baixa.
— Parece que quem não está muito bem também, é você...

Potter apertou os lábios. Sim,  realmente ele estava péssimo.
— Eu sou meio impulsivo, você sabe, mas acho que posso ter feito uma besteira muito precipitada... eu acabei beijando ele. — O menino soltou e Rony começou a tossir compulsivamente.
— E o que aconteceu? — Perguntou assim que se recuperou do susto.
— Bom, no começo ele não retribuiu mas quando ameacei me afastar, Malfoy me deu um selinho.
— Nunca pensei que diria isso, mas até que isso tá bonitinho. — Rony riu e Harry lhe acertou com uma almofada, rindo.
O moreno agradecia todos os dias pelo amigo que tinha. Por pior que ele estivesse o ruivo sempre conseguia o animar.
Os meninos pararam de conversar assim que Hermione apareceu e eles seguiram juntos para a aula.

》》》

— Amortentia! — Professor Horácio disse para a sala. — Pronuncia-se "Amortencia", e significa "tentação ou tentativa, se traduzida ao pé da letra,  de "amor".
Os alunos da Grifinória e Sonserina prestavam atenção em silêncio enquanto o velhote mexia em um caldeirão.
— A amortentia é a poção do amor mais poderosa que existe, ela pode ser facilmente identificada pelo brilho perolado, pela fumaça que solta, que sobe em espirais características e pelo seu cheiro que varia de pessoa pra pessoa de acordo com o que mais a atrai. Quero amanhã em minha mesa quarenta centímetros de pergaminho sobre os perigos de uso e preparação dessa poção. Agora, vamos nos divertir um pouquinho. Venham até aqui e me digam o que a poção os faz sentir.

— Livros antigos, pergaminho novo e tinta para pena. — Ron sorriu para Hermione.
— Rabanetes, jornal impresso e... Pudim. — Neville corou prontamente.
— Incrível, Neville! — Luna disse animada e a sala riu.
— Ouro, fumo e cartas de baralho. — Pansy resmungou e Hermione a lançou um olhar enojado.
— Venha Harry, sua vez. — Professor Horácio sorriu. O moreno andou cauteloso até o caldeirão e inspirou a névoa perolada.

— Sinto cheiro de... torta de caramelo,  vassoura recém polida, maçã verde... e gel de cabelo. — Ele disse baixo mas de nada adiantou. Draco o olhou surpreso e seu coração disparou.

— Bom! Muito bom, agora, Sr.Malfoy, venha, se aproxime. — O professor encorajou.  O loiro de má vontade sentiu a névoa entrar por suas narinas e começou:
— Sinto cheiro cerdas de vassoura nova, sapos de chocolate mas também de sangue seco, suor e lágrimas... Não sei o que significa os três últimos....
— Curioso Sr.Malfoy, sangue, suor e lágrimas, juntos, os três formam as características de uma personalidade... — Horácio explicou. — O que mais o atrai Sr.Malfoy, é coragem, humildade e talento. Sua alma gêmea pode ser facilmente encontrada em um dos Gryffindors,  supondo.

Draco e Harry trocaram um olhar intenso e nervoso assim que aquela palavra com A e G foi mencionada, e engoliram em seco ao sentirem os olhos de todos queimando sobre suas costas.

Tão
tão
tão
fofos
Se comam logo hahaha
Amo essas mídias que me dão inspiração...
Se pudessem escolher uma matéria de hogwarts para aprender na escola, qual seria e por que?
Bjuuusss da Kripto até o próximo capítulo X

Unbreakable Vow • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora