Bicuço

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Draco acordou tarde aquele domingo e sentiu-se totalmente recuperado de seu cansaço do dia anterior.
Ele franziu o cenho ao perceber o peso em seu peito mas logo relaxou ao ver Potter agarrado a sua cintura, ainda adormecido, despreocupado e confortável.
Draco alisou as costas nuas do menino e massageou de leve seu ombro, correndo os dedos pelo braço fino, enroscando o polegar na fita verde envolta ao pulso.

Malfoy se sentia estranhamente completo quando estava perto do menino de olhos verdes. Ele sentia que podia passar o resto dos seus dias deitado ao lado de Harry e isso já não o assustava mais, a única coisa que o embotava medo era a reação do pai, se simplesmente imaginasse em ter algo com Potter.
Narcissa tinha um certo carinho pelo menino  desde que começou a perceber o que realmente significava todo o "ódio" que o filho sentia pelo moreno, mas ela só pôde conhecê-lo quando o protegeu na floresta, após ter sobrevivido mais uma vez à maldição da morte.

Draco tinha consciência de que Lucius nunca gostou de Harry, principalmente pela temporada que o homem passou em Azkaban depois de ser pego após o episódio no Ministério da Magia, mas Draco uma hora teria que enfrentar o pai. Seus sentimentos por Harry estavam crescendo a cada dia e ele sabia que uma hora ou outra teria que aceitar que estava se apaixonando por Potter.

Draco piscou os olhos azuis prateados enquanto contornava a cicatriz avermelhada na testa do garoto adormecido, repetindo o movimento algumas vezes, desenhando o raio com suavidade. Ele correu as pontas dos dedos pela bochecha de Harry e se assustou quando o mesmo disse com a voz rouca, ainda sem abrir os olhos:

— Continua, eu estava gostando. — Ele se acomodou mais ao corpo de Draco, encaixando a cabeça de travessado no peito nu do garoto, de forma que seu nariz roçava o queixo fino do loiro.

Malfoy apertou os lábios numa linha fina, visivelmente nervoso com a aproximação mas inspirou fundo, voltando a redesenhar o raio sobre a cicatriz.

— Nunca ninguém fez isso em mim... é um carinho diferente, profundo,  parece que está acariciando meu coração. — Harry disse sincero,  abraçando o braço livre de Draco,  espiando a Marca Negra que clariara ainda mais.

— Isso foi bonito Potter, se  não se der bem como auror pode ganhar a vida como poeta. — Draco brincou passando o nariz de leve sobre a cicatriz do garoto, pousando seus lábios sobre a testa em seguida.

— Muito engraçado. — Harry revidou mas logo mudou de assunto. — Não acha que é bom avisar sua mãe sobre a Marca estar saindo?

— Pode ser que tenha razão, se importa se eu pegar a Ciça para uma entrega? — O loiro perguntou.

— Claro que não, pode usá-la, ela vai gostar de te ver. — Harry se levantou e desejou um café da manhã para a Sala Precisa, sorrindo ao ver bolo de caldeirão e chocolate quente fumegando em cima da cama.
Draco sentou-se ao lado do moreno e tomaram seu café em silêncio até uma idéia passar pela mente de Potter.

— Tem algo programado para hoje? — Perguntou ansiosamente deixando de lado sua caneca que não demorou para sumir.
— Bom, eu ia apenas dar uma lida nos novos livros mas Blaise com certeza vai fazer um de seus campeonatos dominicais de Snap Explosivo o que vai deixar o Salão Comunal simplesmente um lugar impossível para se ler, então minha resposta é não, não tenho nada para hoje.

— Quer dar uma volta comigo? — Harry perguntou novamente.

— Potter, me dê uma boa razão para eu sair com você? — Draco queria desesperadamente dizer um magnífico sim, mas e se isso chegasse aos ouvidos de seu pai? O que Lucius iria ser capaz de fazer se soubesse que seu filho anda fazendo amizade com Potter?

Unbreakable Vow • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora