O Labirinto dos Deuses

A Prova Final

Todos os programas de treinamento se encerravam com uma prova final, um grande teste para colocar em prática tudo o que havia se aprendido no Camping em uma réplica do Labirinto real. Não havia, é claro, o julgamento dos Deuses, ou os mistérios do Labirinto, mas ainda assim deixava as crianças ansiosas com a perspectiva de passar pelo ultimo teste do Camping de treinamento Alfa.

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Era manhã de sábado e a sirene do Camping soou muito cedo, eu desejei profundamente estar na minha cama, no meu quarto em um sábado comum sem qualquer sirene irritante e o pensamento de que aquele era o ultimo dia em que seria acordada dessa forma só não me acalmava mais porque isso também significava que em breve eu passaria a acordar dentro do Labirinto. O de verdade, dos Deuses, sabe se lá sobre qual tipo de solo, sob que tipo de teto. Por fim, agradeci que ainda tinha uma cama, criei coragem e levantei.

Nós tínhamos a grande prova final pela frente e eu diria que algumas pessoas estavam não só preocupadas em usá-la para se preparar, mas estavam também realmente animadas. O Camping transformou a travessia da ultima prova em uma competição entre os chalés como se fosse algum tipo de caça ao tesouro. Talvez para deixar as coisas mais leves para as crianças já que passamos tanto tempo pensando na travessia de verdade que nos aguardava lá fora. Nós soubemos na noite de sexta que, aquele que chegasse ao final primeiro ganharia um premio especial além de uma comemoração para seu chalé e isso deixou todos mais animados.

Quando voltei do banheiro encontrei Thais incrivelmente animada, em um macacão azul com uma camisa branca por baixo e um boné, dando algumas instruções para Caio e Timothy. Andei até eles enquanto tentava esfregar o sono para fora dos meus olhos sem arrancá-los junto. Então Alice parou do meu lado e foi quando percebi que havia me distraído, eu não conseguia me acostumar com a rotina desses horários, terminei de me arrumar enquanto escutava Thais falando alguma coisa com os meninos.

__... Mas não tem problema porque todo mundo ganha a medalha do chalé - eu espiei pelo canto dos olhos e vi a felicidade estampada no rosto dos dois - é para descontrair, um teste para vocês colocarem em pratica tudo o que aprenderam e também uma gincana entre as equipes sabe.

_E os que vão entrar no Labirinto esse mês, também fazem esse jogo? - Thais parou de falar com os meninos e voltou-se para Alice. - Quer dizer, eles têm que dar mais atenção em vez de se descontrair, não é?

_Eles entram de manhã, Alice. E usam a pulseira dourada, então não faz sentido. Não é que precisem ou não descontrair. Depois tiram a tarde para descansar e tem uma confraternização nos chalé. Mas para os outros criamos a caça ao tesouro, se você encontra o caminho, ganha o premio.

_Se nós vamos a tarde, porque precisamos acordar cedo? - eu deixei escapar.

_Sinto muito, Pandora, é praxe. Todos acompanham as cerimônias. Agora vamos andando para não se atrasar. Quero todos vocês no café da manhã e as oito e meia em frente ao portão para assistirem o diretor falar. Depois podem ficar a vontade até a uma da tarde.

Ela dispensou os meninos e seguimos, eu quase senti vergonha por ter reclamado mas Thais já era praticamente nossa amiga dentro do chalé. Ela ainda nos entregou uma folha para cada com instruções, ao sairmos. Nós já estávamos tão acostumados a andarmos em quatro que foi uma grande surpresa escutar a voz de Amanda.

_Parece que temos que entrar juntos - ela passava por nós lendo sua folha, parou e olhou em nossa direção - acho que a gente se encontra mais tarde então. - e continuou.

_Qual é o problema dessa menina? - Timothy olhava confuso na direção para onde ela seguiu.

Nós continuamos andando em direção ao refeitório, parecia importante que todos estivessem presentes quando o diretor fosse se pronunciar antes da ultima prova e já havíamos demorado para sair então nos apressamos. Alice tentava ler seu papel de instruções enquanto andava e quando passávamos em frente a casa da recepção voltou-se para nós.