Mito de Origem - Spinoff

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O nada era tudo o que havia e tudo o que havia era o nada. Houve uma grande expansão e tudo diluiu-se, tornou-se ínfimo. Tudo o que existia na ausência de existência do grande Nada tornou-se algo. O caos formou-se da expansão. Então o Caos assumiu a responsabilidade de cuidar dele enquanto ele convergia e divergia entre o nada e o tudo como uma grande respiração cósmica. O caos dominou plenamente a infinidade cósmica com toda a sua impetuosidade e assim nasceu a tormenta, seu agito incansável fez com que ela se formasse e Tormenta assumiu, ainda um bebe, tudo o que viria a causar desordem. O Caos respirava profundamente convergindo e divergindo enquanto Tormenta crescia. Desse movimento vital - como que um pulsar do Universo - formou-se um fluido.

Esse fluido começou a escorrer por entre os dedos da existência e cair para o nada entre os veios do vazio, perder-se num grande vácuo, a vida se esvaia e a Vida morria antes de nascer. Era preciso que cuidasse dele, que controlasse seu impeto de liquido solto. A Origem, desesperava-se ainda pequena vendo Vida incapaz de desenvolver-se enquanto lutava para agarrar-se a cada Vitta Cells que brotava no fluido para sobreviver. A origem nada mais era do que o grande alfa e via tudo e todos perderem-se em sua luta para gerarem a si próprios. Até que, em sua angustia, assumiu as criações tomando para si a responsabilidade de tudo que surgisse no mundo a partir de então. A criança Vida aprendeu a dominar os Vitta Cells sentindo seu vibrar no fluido de vida universal e nesse momento o Caos se abrandou dando origem ao mundo, assim, do caos nasceu a calmaria. O Caos assumiu o ciclo do mundo, já um homem formado, possuía uma borboleta azul - tão azul quanto a noite - que lhe anunciava sobre as mudanças da vida.

Conforme Vida brincava com os Vitta Cells seu domínio aumentava, se desenvolvia forte e saudável, seu controle melhorava e aprendeu a canalizar o fluido da vida. Assim assumiu que deveria cuidar para que ele não se perdesse no nada. Assumiu ainda que se responsabilizaria pelo curso natural. Ele nunca cresceu completamente e manteve sempre a imagem de um menino sereno e doce que brincava entre o fluido vital, sereno e doce, certo do que fazia dominando Vitta Cells. Futuramente o representariam com uma forma adulta, com um colar e um frasquinho contendo uma gota de Vitta Cells dentro pendurado no cordão que que de fato usa.

Uma menina de olhos muito brilhante caminhava sobre o mundo, brincava com contas por entre os dedos, as contas escorria de uma mão para a outra sem nunca tocar o chão enquanto ela andava sobre a areia da origem como se zombasse da existência numa grande ilusão rindo de tudo. Talvez fosse mesmo uma Ilusão, não fosse o fato dela pausar as contas no ar vez ou outra e caminhar por entre o fluido pegando uma ou outra enquanto todas as outras caiam e paravam a centímetros do chão, quando então ela as recolhiam de volta. Tempo, Tempo, Tempo, ela sempre fora uma criança, como se tivesse existido desde toda a eternidade e, por todo o sempre brincasse com a Eternidade. Da mesma forma, brincava com as contas de tempo. Um dia ela seria mostrada como uma mulher formada e atraente, com um lindo relógio de bolso. Porém, ela de fato sempre fora uma criança. E, por todo o tempo, havia caminhado por entre todos. Há quem diga que ainda caminha, caminha e caminha, as vezes podemos ouvi-la sorrindo de alguma brincadeira com as contas de tempo que caem no chão por engano.

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