PECADO - JORTINI

CAPÍTULO 18

O jantar daquele dia foi como todos os outros.

Martina estava mais alegre, mas Lodovica parecia ansiosa. Assim que todos seguiram para seus quartos, Lodovica chamou Xabiani.

— Xabiani. — ele olhou para ela, terminando de desabotoar o colete. — Vem aqui comigo. — ela bateu na cama ao lado dela.

Xabiani sorriu e foi.

— O que você tem? — perguntou ele, antes de beijar a mão dela — Passou o dia todo nervosa, em alerta. Aconteceu alguma coisa?

— Ah, eu estou nervosa, sim. — ela se balançou na cama, ele riu. — Não ri, Xabiani. — fez bico.

— Tudo bem, não vou rir. — ele selou os lábios com os dela, desfazendo o bico — Diga-me, quem mexeu contigo? — ele alisou a mão dela, enlaçando os dedos.

— Eu não sei como falar. — ela estava atônita, quando levou a mão dele até seu ventre, colocando-a em cima. — Xabiani, tem alguém aqui. — ela apertou a mão dele em cima da barriga.

— Não estou entendendo, Lodo. — ele alisou a barriga dela.

— Um bebê, Xabi. Aqui dentro. — ela sentiu ele empedrar, encarando-a. — Xabi? — ele não se mexeu — Deus do céu, Xabiani! Fale alguma coisa. — ela alisou o rosto dele.

Naquela noite, metade de Seattle jurava ter ouvido o grito de Xabiani "VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA?!"

Mercedes, já adormecida, despertou; Diego, que lia em seu quarto, ergueu o rosto olhando para a porta; e Jorge e Martina, que estavam prestes a começar outra discussão, pararam.

— É, eu estou. — ela estava pálida feito papel — Xabi, eu juro que não foi de propósito, mas eu… — ela não terminou de falar, e Xabiani beijou ela com desespero, fazendo-a cair na cama. — Você gostou? — sorriu, sentindo o alívio lhe invadir.

— Eu te amo. — os olhos dele estavam cheios d'água — Ninguém no mundo amou tanto alguém, quanto eu amo você. — Lodovica sorriu, com alívio e a felicidade lhe sufocando.

Logo, sentiu ele lhe carregando.

— Espera, Xabiani. — mas ele já havia pegado ela — Xabiani, o que você…

— ACORDA TODO MUNDO! — gritou passando pelo corredor, com uma Lodovica jogada em seus ombros. Ela ria e batia nas costas dele.

— Lodo? — chamou Martina.

— Xabiani, o que houve? — perguntou Diego, aparecendo na porta de seu quarto.

— EU VOU SER PAI! — ele se jogou abraçando Jorge, que cambaleou para trás, e Martina riu.

— O que eu perdi? — perguntou Mercedes, sonolenta. Diego riu e carregou ela.

— Xabiani, se controle. — Jorge tentou se soltar do irmão.

Lodovica se segurava, quase caindo. Martina tinha certeza de que Jorge estava prendendo o riso.

— Nós vamos sair para comemorar.

Xabiani tinha um sorriso enorme no rosto, com os olhos marejados, e a testa suada. Ele jogou Lodovica para cima, colocando-a no lugar, e Lodovica gritou.

— Xabiani, pare com isso! — ela bateu nas costas dele, mas ele virou o rosto e mordeu a coxa dela de leve, por cima do vestido, rindo. — Não podemos sair, é muito tarde. — disse, de cabeça para baixo, se apoiando nas costas dele.

— Pro diabos com o horário! — exclamou rindo, andando com ela no corredor, e todo mundo foi atrás.

— Não tem mais nenhum lugar aberto. — avisou Jorge, ainda com a expressão de quem queria rir.

— Pois pagamos para que abra. — ele virou para olhar Jorge.

O cabelo de Lodovica esvoaçou no ar, e ela soltou um gritinho.

— Fazemos um brinde hoje, e amanhã comemoramos adequadamente, pode ser? — sugeriu Diego, sorrindo pela felicidade do irmão.

Xabiani parecia uma criança que ganhara o brinquedo com que sonhou a vida inteira. Ele assentiu, feliz, e girou de novo. O cabelo de Lodovica esvoaçou de novo, e ela bateu nele. Dessa vez nem Jorge conteve o riso.

Todos desceram, e brindaram a chegada do novo herdeiro com vinho, e Mercedes com suco.

Martina olhou para Jorge, ele parecia alegre. Mas, ela sabia que se um dia ela viesse avisar que estaria grávida, ele não ficaria alegre, nem comemoraria, como Xabiani.

Ela sacudiu a cabeça de leve, afastando os pensamentos, e foi para o lado de Diego, que sorriu, abraçando-a pelo ombro.