CAPÍTULO 61

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Jorge não voltou

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Jorge não voltou.

A dor sufocava Martina, a cada segundo que passava.

Ele não vai voltar. — esse pensamento ficava rondando em sua cabeça.

Ela não jantou naquela noite. Tomou um banho demorado, e quando saiu, a chuva açoitava o telhado, e a janela.

A madrugada caiu, dura e impiedosa.

Ele não veio. — pensou ela, se ajoelhando aos pés da cama, e chorou.

Chorou, até não conseguir mais.

Seu coração estava comprimido em sua dor.

Como era possível? Em uma hora você tem a vida feliz, sadia, e tudo isso desmoronar de um minuto para o outro?

Quando a dor foi cedendo, outro sentimento se apossou dela: ódio.

Um ódio, talvez mais forte que o amor que ela sentia por Jorge.

Ela sorriu, irônica, sabia que aparência teria quando se olhasse no espelho.

Estaria parecendo uma morta, mas ela estava morta, não é?

Estava tudo perdido. O motivo, a razão, a vida, o sentido; tudo estava perdido.

Então, ela não conseguia mais chorar.

Não por falta de vontade, mas seus olhos se negavam. Ela já havia chorado demais.

Martina passou a noite toda ali.

De manhã, ainda estava ali, quando alguém lhe tocou.

Não era Jorge, ela teria sentido se fosse ele. Mas, quando se virou, até se esqueceu de sua dor.

Diego! — murmurou ela, com a voz falha, e se levantou, rapidamente.

Ele sorriu com a animação dela.

— Ah, Diego!

Ela se atirou no pescoço dele, que abraçou-a, fervorosamente.

— Está tudo bem, eu estou aqui. — disse ele, e deu um leve beijo no rosto dela. E, Martina sorriu com isso.

Diego era a promessa de oxigênio, quando estava prestes a morrer afogado.

Mas, ele estava ali, e ela não morreria.

Jorge voltou para casa no fim da tarde, apenas para trocar de roupa, e Martina o ignorou.

Não precisava perguntar; o seu Jorge se fora, e ali estava o demônio — mais uma vez.

Desse jeito, os dias foram passando.

Todos sabiam da volta de Capitu, e do caso de Jorge com ela.

Ele quase não vinha em casa, e tecnicamente, não via Martina.

PECADO - JORTINIOnde histórias criam vida. Descubra agora