Capítulo 6

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Aqui na Bahia ainda é 11:57 PM então eu ainda estou no horário! Perdoem por não ter postado antes, não tive um dia dos melhores... Bem, obrigada por todo o carinho, tenham uma ótima leitura e um ótimo FDS. Vejo vocês no domingo!

Beijoos


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Melina



Olhos vermelhos. Olhos de demônio. Olhos de ódio. Olhos nojentos.

E esses olhos fitavam os meus.

Minha espinha gelou, e senti meu corpo ser tomado por um medo profundo. Sua boca se curvou em um sorriso e a minha tremeu, com um choro preso na garganta. Minhas mãos tremiam também, por conta do nervoso que havia se instalado em mim.

Seus olhos se viraram de relance, chamando propositalmente a minha atenção para o que havia atrás dele.

Meus pais.

Estavam atrás de uma espécie de barreira invisível. Meu pai parecia furioso, e minha mãe só chorava. Ela negava com a cabeça como se implorasse para que não acontecesse o que estava prestes a acontecer.

Minha respiração acelerou quando eu me dei conta do que exatamente eles temiam. O maldito ao ver o pânico nos meus olhos, soltou seu tão característico sorriso doente.

Suas mãos nojentas tocaram meu corpo rapidamente, enquanto eu me debatia na esperança de me soltar. Senti um nojo tão grande, que a bile subiu a minha garganta, quando ele beijou meu pescoço. Eu chorava de soluçar e em vez de causar pena, isso apenas o incentivava mais. Meu choro parecia música em seus ouvidos, pois eu conseguia sentir a sua alegria.

Meus olhos antes fechados, se abriram e olhei diretamente para o rosto dos meus pais. Que não mais socavam a barreira. Eles apenas olhavam para mim, com as lágrimas secas em seus olhos, que antes tinham tristeza, e agora tinham nojo.

Eles sentiam nojo de mim.

E isso causou-me uma dor tão forte, que superou a dor de ser penetrada por aquele monstro.

Acordei suada e ofegante. As imagens do pesadelo recente estavam vividas e nítidas. Meu corpo estava suado, e Noah estava desmaiado ao meu lado.

Levantei-me em um pulo. Tive medo dele por um instante, mas logo percebi que aquilo não tinha sentido. Que o Noah não era o Denis, e que o Denis estava morto.

Eu estou segura. Não há o que temer.

Mas ainda assim... Eu estou com medo.

Corri para o banheiro lavar o rosto, e ao olhar para o espelho, eu senti nojo de mim mesmo. As lembranças, reais e irreais, deste corpo sendo tocado daquele jeito por ele... Não me permitiram olhar para ele por muito tempo.

Fui para o meu quarto e olhei no relógio em cima do criado mudo. Estreitei aos olhos e percebi que eu não cheguei a dormir nem mesmo duas horas, e senti sinais de cansaço em meu corpo ao notar isso.

Mas nem em sonho eu conseguiria voltar a dormir.

Fui até o guarda-roupas e puxei uns shorts e uma camiseta. Calcei um tênis e prendi o cabelo com um elástico no alto da cabeça.

Peguei minha medalhinha na primeira gaveta, mas ao lembrar do olhar nos olhos dos meus pais no sonho, eu não consegui usar. Não me achei digna, e empurrei-a de volta para o seu lugar.

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