Capítulo 3

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Boa Tarde Meninas!!! Espero que vocês estejam tendo um ótimo domingo! Trouxe um capítulo para vocês, e a Mel ainda tá um pouco morbida, mas ela tem seus motivos e não vai ficar assim pra sempre. Tomara que curtam o Capítulo!!!

Melina

No dia seguinte, acordei cedo para ir comprar roupas com o Noah. Ao contrário do que seria como muitos outros homens, não foi uma tarefa tediosa. Ele tentou a todo momento me fazer comprar rosa, e tanto fez que me convenceu a comprar um vestido justo tomara que caia e muito curto para ser um vestido. Eu sei que jamais irei usá-lo, mas decidi comprar apenas para que ele saísse do meu pé. O restante foram todas pretas, excetuando-se uma outra na cor branca.

Achamos um salão de beleza, e ele me deixou lá para ir para o reformatório. Deixou comigo vários panfletos de restaurantes que faziam entrega de comida e não gostou nada do fato de que iria me ver apenas no dia seguinte à tarde.

Eu por outro lado...

Não me entenda mal, eu gosto do Noah, de verdade, mas há coisas que quero fazer que ele não iria entender e mandão do jeito que é, com certeza não permitiria.

Cortei meu cabelo na altura dos ombros, pois estava estragado demais por culpa do mal cuidado que eu tinha com ele no reformatório. Eu estava com vontade de cobrir o loiro com tinta preta, mas eu não tive coragem na hora H, a cabeleireira foi uma grande ajuda para que minha desistência, dizendo que branca como eu era, ia acabar parecendo um fantasma pintando-o de uma cor escura.

Também não queria parecer uma gótica, apesar de não gostar muito de coloridos. Apesar de tudo, sou uma pessoa vaidosa, gosto de me sentir bonita, mesmo que não tenha me sentido assim por muito tempo. Fiz minhas unhas e pintei-as de preto como gostava. E ao levantar e olhar no espelho, percebi a ironia de tudo. Mesmo com o cabelo loiro, eu poderia muito bem me passar por uma gótica.

Saí do salão direto para um restaurante almoçar, afinal já havia passado da hora, mas não me demorei muito. Almocei rapidamente e peguei um táxi rumo ao cemitério onde meus pais haviam sido enterrados. No caminho, passei na floricultura e pedi duas dúzias de rosas brancas.

Ao chegar ao meu destino, pedi que o motorista me esperasse, entrei no santuário fúnebre. Eu sabia onde estavam localizadas as lápides que eu pretendia visitar, pois quando estava no orfanato – assim que meus pais morreram – eu vim aqui na companhia de uma das madres, sua esperança era que eu conseguisse me fazer lembrar quem eu era. Pobre madre, a única coisa que conseguiu, com sua boa intenção, foi me fazer lembrar quem eu me tornei, e quem era o culpado por essa transformação, principalmente o que ele merecia por tal feito.

Depois de caminhar um pouco, eu cheguei ao túmulo dos meus pais. Entre os nomes de cada um estavam uma foto dos dois juntos. Minha mãe parecia imensamente feliz, lembro desse dia, fora eu quem tirara essa foto quando tinha oito anos de idade, na época eu estava querendo ser fotógrafa e eles se dispuseram a ser meus modelos. Meu pai a olhava com seu carinho e amor de sempre, ele a amava mais do que tudo nesse mundo. Minha mão foi institivamente parar naquela foto, e quando meus dedos tocaram aquela lembrança tão antiga, mas que parecia tão próxima de mim agora, meus olhos se encheram de lágrimas.

Foi impossível, no meio de toda aquela emoção momentânea, não sentir uma saudade maior do que meu peito suportava. A percepção de que nunca mais verei esse olhar apaixonado e esse sorriso contagiante era arrebatadora, e fez meu peito se comprimir em angustia.

Segurei bem as lágrimas dentro dos meus olhos, elas não era bem vindas fora deles.

— Pai, mãe... Ontem foi meu aniversário. Foi bem diferente do que vocês imaginariam sete anos atrás. Não teve festas, amigos, presentes... — Funguei e tentei novamente expulsar as malditas lágrimas que insistiam em dar sinal de vida. — E principalmente não teve vocês, e junto a isso, não teve felicidade também. Esta foi a pior parte, sem dúvida alguma.

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