Capítulo 17

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Melina

Ser o tipo namoradinha, não é algo que eu achei ter nascido pra ser. Sempre fui o tipo marrenta e mal humorada, um olhar meu e a maioria das pessoas davam meia volta sem ter coragem de se aproximar. Mas tenho que reconhecer, que todo esse romantismo que cerca um início de namoro estava me conquistando, isso porque ele me conquistou.  

Enquanto eu trabalhava, longe dele pela primeira vez desde que demos esse passo gigante,  eu me pegava por muitas vezes sorrindo, quando eu pensanva na maneira que ele sorria - Não era como a maioria das vezes, o sorriso dele estava completamente diferente do que era antes desse fim de semana. Tem mais luz, parece que a curva dos lábios não é suficiente para comportar tanta felicidade e ela escapa para o seus olhos,  que se iluminam da maneira mais linda que eu já vi.

— Espera um pouco, o mundo acabou ou Melina Alcântara está realmente sorrido? — Thalia brinca enquanto senta em sua mesa, ao meu lado. 

Olho para ela e reviro os olhos, forço minha carranca de sempre a aparecer de volta. Porém não consigo segurá-la por muito tempo e logo eu estou sorrindo de volta. 

Thalia ri da minha tentativa fracassada de camuflar meu bom humor e logo eu começo a rir também,  ao passo que ela começa a gargalhar.  

— Estou perdendo algum show de Stand-up? — Perguntou Heitor Saltzman, o diretor financeiro.

O riso de Thalia para na hora e ela nem mesmo consegue disfarçar.  Ela é caidinha por ele. Também não dá pra culpá-la. O cara é um pedaço de mal caminho no que se refere a beleza. A pele mulata parece brilhar, o cabelo liso e bagunçado lhe deixa parecendo um índio selvagem, mas seu sorriso cheio de dentes e sua mais fina educação faz dele o último dos cavalheiros. 

— Thalia estava tirando onda com a minha cara, como é do feitio dela. 

As bochechas dela coraram e eu tive que me conter para não rir novamente.  

— Não estou reclamando,  fico feliz desse trabalho divertir tanto as senhoritas.

Ele faz um breve maneio com a cabeça e sai, depois de sorrir para ambas. Olhei para Thalia quando ela não se conteve em suspirar e encarava descaradamente a bunda do pobre homem. 

— Thalia! Seja mais discreta.  — Sussurrei apesar de não haver ninguém por perto, afinal nunca se sabe quão boa é a audição das paredes.

— Ah Melie, você já viu pra aquele bumbum? Homens não deveriam ter bundas como aquelas, definitivamente não homens que usam calças sociais justas. 

Eu ri novamente. Sempre faço o máximo possível para não rir perto dela, sempre achei que não tinha o direito de sorrir depois de tudo que aconteceu, mas ultimamente tenho me sentido tão leve que o riso tem saído facilmente, antes que eu tenha condições de detê-lo.

— Bom, se você continuar encarando tão descaradamente,  uma hora ele vai notar.  

Ela fez um sinal de cruz no rosto. 

— Deus me livre! O Sr. Saltzman é um amor de pessoa, mas extremamente discreto. Não sei o que ele faria se soubesse as secretarias costumam encarar suas áreas avantajadas.

Dessa vez foi impossível não gargalhar,  eu literalmente tive uma crise de riso. 

— Secretarias? — Eu perguntei quase sem fôlego.

— Ah você acha que sou só eu? Você só não foi enfeitiçada pelo índio de terno ainda porque provavelmente tem alguém na cabeça.  

Eu desviei os olhos instantaneamente,  antes mesmo que eu me desse conta do quanto essa atitude é incriminadora, mas o gritinho que Thalia deu em seguida me fez recriminar-me mentalmente.

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