Entre Anjos & Guardiões

15- Fuga

- onde foi que aprendeu a cortar cordas tão rápido ?

- quando era menor minha mãe me mandava para acampamentos durantes as férias e feriados. Depois de tanto fracasso, aprendi algumas coisas, tipo cortar cordas - não sei se alguém notou mas o Matheus acabou de falar da vida dele, pra mim. E ele nem se deu conta.

Estávamos os dois andando sorrateiramente a procura de uma escapatória. Nas extremidades que se seguiam pela casa só haviam paredes brancas, móveis brancos. Uma das coisas que muito me preocupavam era não saber onde estar, e se por algum acaso escapasse daqui e me desse por estar no meio de um deserto em Las Vegas ? Eu e Matheus estávamos com medo, com medo de arriscar, mas cientes de que o arriscado era a única opção viável. Eu geralmente sou otimista com as coisas, mas o pessimismo ultimamente andava bem próximo. Pela primeira vez desejei não estar ali, desejei não ter sido designada pra essa missão. Queria estar em casa, com Rômulo, em frente a TV vendo reprises de Friends.

Tudo o que eu queria agora era ser mais humana.

Matheus, atrás de mim, olhava para os cantos incessantemente, procurando por qualquer vestígios de movimentação ou por lugares onde nós pudéssemos escapar. Andávamos em linha reta seguindo os cômodos e extensos corredores. Era surpreendente pensar em que em tão pouco tempo minha vida mudou, e era surpreendente que pensar nisso me deixava incomodada.

Não sabia se queria sair dali, se teria coragem de encarar o mundo inteiro sozinha, não sabia se estava pronta. Sobretudo, eu não sabia se queria estar pronta.

- Gabriela - Matheus balançou meu braço chamando minha atenção para o que ele estava contemplando, e quando meus olhos compartilharam da mesma visão com ele, não pude deixar de criar um lindo e maravilhoso sorriso no rosto. Tinha uma porta ! Uma linda e esplendorosa porta bem na minha frente ! Eu estava esperando ter que fugir pela janela, ou por algo tipo os buracos de ratos que a gente vê nos desenhos, mas me enganei, havia uma porta, era só empurrar a maçaneta e sair. Tá bom, talvez não fosse assim tão fácil do lado de fora. Mas tudo bem, metade do caminho já havia sido percorrido. - pode ir na frente - Matheus insistiu, e eu captei sinais de medo. Mas em uma situação dessas quem não haveria de estar ?

Abri a porta cuidadosamente, e mais uma vez o brilho forte do sol traçou uma linha reta seguindo pro meu globo ocular. Coloquei um pé pra fora, olhei em volta, ninguém. Apenas uma rua asfaltada, com casas em torno. Me pareceu um bairro residencial, com todos aqueles carros e cachorros nas calçadas. Nenhum vestígio de Klaus, nenhum sinal que diria que ele ao menos passou por aqui. O vento era tão forte que uivava, bagunçando todo meu cabelo.

Fiz sinal para Matheus me seguir mas não prestei atenção se assim ele fez. Sai andando calma pelo entorno da casa, que do lado de fora também era coberta por um branco cor de nuvens. De novo: nada. Estávamos sozinhos. Andando mais um pouco vi a poucos metros um carro parado em frente a uma garagem, que ficava dentro do quintal onde a casa que a poucos minutos atrás me fazia de refém ficava. Matheus se adiantou e foi na minha frente analisando o veículo grande e preto. Cheguei mais perto, e para minha surpresa, dentro do banco do motorista estavam as chaves.

***

Fiquei aliviado por colocar a mão no bolso e sentir que a chave do quarto do hotel ainda estava lá. Depois de tudo, de ser sequestrado, de dirigir velozmente só pra vir parar nesse hotel, seria uma decepção não achar as chaves. Abri a porta do quarto e não tive tempo de entrar, Gabriela passou ao meu lado em disparada para a cama. Queria poder fazer o mesmo, mas fui interrompido pelo meu telefone que tocava e vibrava no bolso da calça do meu jeans velho.

- Alô.

- Foi boa a viagem de volta ? - imediatamente reconheci a voz, era ele. Tive meu primeiro contato com ele a apenas horas e já odiava aquele anjo. Ex anjo.

- como conseguiu meu número ?

- depois de te apagar e raptar, conseguir seu número não foi algo que eu classificaria como difícil. - fiquei sem palavras, realmente ele estava com a razão. Achei curioso a mudança na voz dele, antes era rouca e áspera. Agora era calma e clara. - indo direto ao que interessa, diga pra a sua amiga pra que vocês sumam, em quanto é tempo, Deus deve estar louco por mandar vocês aqui. E não pensem que a comunidade se importa com vocês, ela sabe quem eu sou. E em breve, vocês também vão saber. - Klaus desligou o telefone sem mais uma palavra, e não pude deixar de sentir um calafrio percorrendo a minha espinha.

Fiquei com medo. Mas agora, não tinha mais como fugir, eu sentia isso, sentia pulsante nas veias, sentia que aquele era o meu destino.

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Oiee ! Tudo bem gente ?

Então, hoje eu vou fazer uma coisa diferente, vou dedicar o capítulo a um leitor ^^

Na verdade vou fazer isso por alguns capítulos, pois isso é uma forma de agradecer aos leitores que são participativos (que votam e comentam)

Sem mais delongas, o capítulo de hoje será dedicado ao

LucasGSousa

Ele leu todos os capítulos e deixou recados de parabenização pra mim nas mensagens privadas. Aliás, ele já descobriu um dos mistérios do livro. Mas ó Lucas, é segredo em !

Sigam o Lucas porque ele é legal (e Potterhead).

E só isso por hoje galerinha. Beijos no ❤😽

<Da Terra para Marte. Câmbio Desligo>