Acordo com meu telefone tocando incessantemente no meu ouvido.
— Alô — atendo com voz de sono pela noite mal dormida
— Lhe poupando de perguntas, sim sou eu Berlinda, e sim, tenho seu número.
— A Gabriela também tem celular, sabiam ?
— Quer saber o quê tenho pra lhe contar ou não ?
— Você já ligou, então diga. — disse áspero.
— Cobrei uns favores lá na CAL e consegui uma casa pra vocês aí em Boston, estava no nome da comunidade sem ser usada. As chaves estão dentro do jarro de flores perto da TV. Não posso falar muito agora, mas tem algo lá pra você, irei te enviar um email com o endereço. Tchau, e quem sabe até breve.
Abri melhor os olhos e vi Gabriela, não pensei duas vezes antes de contar a "novidade"
— sabe quem me ligou nesse segundo ? — disse e ela deu de ombros como quem diz: "não sou vidente". — a Berlinda.
— E o quê ela queria ? — Gabriela perguntou duvidosa.
— Disse que tem uma casa pra gente. Aqui na cidade.
— Sério ?! Legal ! Vamos para lá então, vou arrumar minhas malas. — ela disse entusiasmada.
— Você acha que devemos ir pra lá ? — questionei
— por que não ? Se eles disseram para irmos, não vejo motivos para fazer ao contrário.
— Tem certeza de que essa tal de Berlinda é confiável. A comunidade é confiável ?
— Você está enfiando caraminholas na cabeça. A Linda é confiável, ela é uma anja assim como eu.
— E o quê eu espero.
***
Chegamos até uma grande casa azul de madeira. Sai da carro e Gabriela caçou pelas chaves no bolso. Ela foi a minha frente, abriu a porta e era tudo enorme por dentro. A casa tinha ares de ter sido construída a alguns anos, mas estava bem conservada, todos os móveis eram aparentemente de madeira, havia um sofá grande bem no meio. Uma televisão, cortinas que vinham do teto ao chão, os pisos eram também de madeira escura. Andei pelos cômodos, haviam quatro quartos, todos cobertos por carpete. Abri a janela do quarto que defini ser meu e vi um grande campo verde: um quintal, com grandes árvores e arbustos que faziam o clima interno baixo. Gostei do lugar. Mas não confio na comunidade por causa disso. Não confio na Berlinda por isso.
— Vai ficar com esse quarto ? — Gabriela me perguntou descansando o ombro no arco da porta.
— Acho que sim — disse e deu um pequeno giro pelo cômodo. — gostei dele. — me virei pra ela e a mesma sorriu.
— O que é isso ? — Gabriela disse e apontou para um pequeno retângulo amarelo transparente que estava em cima da grande cama de casal.
— Não sei. — disse o olhei para o estranho objeto — vamos ver. — cheguei minha mão perto do retângulo e a medida que me aproximava o objeto brilhava, e saiam raios de luz dele. Continuei na mesma posição e virei os olhos pra Gabriela, que a essa altura já estava com uma cara enorme de espanto.
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Entre Anjos & Guardiões
FantasyGabriela sempre acreditou na humanidade e na bondade, ela tinha fé, mas durante aquela jornada a sua fé foi roubada aos poucos. Matheus sempre foi cético, acreditava no prático e no comprovado, ele não tinha fé, mas durante aquela jornada ele...