Green

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Me joguei no sofá da minha casa, respirando fundo e tentando me controlar. Eu sabia que no momento que admitisse publicamente estar namorando uma garota, e mais ainda, dando a entender que sou lésbica, eu seria bombardeada por todos os lados. Eu tinha plena consciência de que haveria alguns que se diziam fãs me julgando, imprensa em cima de mim, mais paparazzis, fãs me apoiando, artistas comentando sobre isso, eu sabia que tudo viraria uma loucura. Mas eu nem ao menos imaginei que estaria tentando acalmar minha namorada que andava de um lado para o outro da sala da minha casa com a aparência irritada.

Christina Nicola Costanza, 20 anos, minha atual namorada, há seis meses, seis maravilhosos meses. Mais baixa do que eu, e de traços finos e delicados, era normalmente um amor de pessoa, fofa, carinhosa. Ao ver ela, você nunca imaginaria a fera que ela viria quando está com raiva, fera esta que eu era obrigada a domar.

- Amor - chamei baixinho a vendo respirar fundo e forte, andando de um lado para o outro - Chrissy - chamei novamente, vendo suas mãos apertarem com força a revista em suas mãos, onde estava uma matéria, de capa, falando sobre minha recente entrevista que havia acontecido há apenas dois dias. E se minha namorada não estivesse na casa dos pais em Miami há dois dias, já teríamos tido esta conversa e ela não teria atravessado minha casa aos gritos expulsando minhas amigas que estavam aqui - Christina - a chamei pelo nome e ela enfim me olhou - Podemos conversar civilizadamente por favor?

- Conversar Camila!? - ela praticamente berrou - Você ao menos tentou conversar comigo antes de assumir o nosso namoro!?

- Bom, talvez eu não tenha imaginado que minha namorada ficaria tão irritada só porque eu admiti estar namorando e resolvi tirar minha aliança do colar e colocar em meu dedo - exclamei, erguendo minha mão direita, e finalmente arrancando um esboço de um sorriso no rosto da minha namorada.

- Eu só estou assustada Mila - Chrissy suspirou, se sentando ao meu lado no sofá, escorando sua cabeça em meu ombro e entrelaçando nossas mãos e eu sorri fraquinho.

- Eu não entendo o porquê - falei baixo, franzindo o cenho.

- Pensa na minha reação quanto eu estava assistindo a entrevista com...

- Seus pais - fiz uma careta e ela me encarou por alguns segundos, antes de assentir rapidamente.

- Isso, meus pais - concordou - E então, aquelas fotos aparecem! Eu me assustei amor, e se eles percebessem que era eu ali?

- Não perceberam - garanti - Você nem mostra o rosto quando está comigo, sempre de óculos, chapéu, capuz, cabeça abaixada - murmurei e vi sua cara culpada - Tudo bem, sério, eu entendo.

- É que, hum, eles é...

- Não sabem que você namora uma garota, eu sei, eles achavam que era apenas uma fase e agora você não quer que o assunto volte - a cortei, repetindo o mesmo discurso que eu já tanto ouvi por parte dela - E eu sou famosa, e iriam ir pra cima de você também, e seria sufocante, eu entendo.

- Obrigada por entender, vida - ela disse, erguendo a cabeça para selar nossos lábios demoradamente - Nós podemos sair, se quiser - ela sussurrou ainda com os lábios próximos - O Miami Marlins vai jogar hoje, contra os Dodgers, e eu acho tão sexy como você fica quando veste aquela camisa e aquele boné - mordeu meu lábio e eu gemi.

- Eu adoraria - a puxei para meu colo - Mas, por causa da entrevista, tem o dobro de paparazzis e, você vai ficar exposta e tudo mais - resmunguei, eu realmente queria ir.

Miami Marlins era meu time do coração, o time que eu cresci torcendo (muitas vezes perdendo, admito) e iria jogar logo contra o time que Chrissy adorava, os Dodgers, time local de Los Angeles.

One Step Closer (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora