Miami

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No momento em que coloquei os pés na casa de meus pais foi uma gritaria danada. Devido à tour que acabou a poucas semanas, era praticamente impossível nos vermos, mas sempre que achava uma brecha na agenda, o que raramente acontecia, eu ia até Miami para visita-los.

- Camila! – dona Sinu praticamente voou escada a baixo para me puxar em um abraço apertado.

- Mama, não estou respirando! – resmunguei e ela me soltou com um sorriso de orelha a orelha.

- Mi hija, por que não nos avisou que viria para cá? – ela pergunta enquanto analisava meu corpo.

- Por que queria fazer uma surpresa – puxei ela para outro abraço novamente, céus, como eu sentia falta dela! – Você realmente não quer ir para Los Angeles?

- Sabe que não posso, mi hija.

Ia responder minha mãe quando escuto um grito vindo da porta da cozinha. Quando viro para aquela direção vejo Sofia, minha irmã mais nova, com a mão na boca e os olhos esbugalhados.

- Demi! – oh, isso explica tudo.

- Sofia! – minha irmã saiu correndo da cozinha e se jogou no colo de Demi, que ria descontroladamente dela.

- Mama, vamos ficar em Miami por aproximadamente uma semana – sorri ao ver seus olhos brilharem – e Demi também. Não tem problema ela ficar aqui em casa, certo?

- Problema? Claro que não! – Sofia se apressou em responder – Aliás, se quiser dormir na minha cama não vou achar nenhum pouco ruim.

- Sofia! – mama repreende ela ao ver Demi levemente vermelha, me fazendo soltar uma risada alta. – Claro que ela pode ficar, hija. Será um prazer ter ela com a gente durante esse tempo.

Depois de conversar mais um pouco com elas, levei Demi até o quarto de hóspedes e fui para o meu. Enquanto a água gelada caia em meu corpo me permiti lembrar da viagem. Por mais que eu já tivesse acostumada a andar de avião, ainda morria de medo, principalmente quando estamos decolando e pousando, são os piores momentos para mim. E eu não tenho ideia de onde tirei coragem para beijar Lauren, e não me arrependo nenhum segundo de ter feito isso, ainda mais quando lembro de como sua cara ficou confusa ao me levantar e voltar para o outro assento.

Foram inúmeras vezes os momentos que peguei Lauren me encarando, ela virava o rosto na maioria das vezes que era pega mas vez ou outra fazíamos o famoso "jogo do sério", que não houve vencedor porque começávamos a rir no mesmo momento. Mas fora isso não teve nenhuma outra interação nossa dentro do jatinho e também evitei conversar com ela depois que pousamos.

Desliguei o registro do chuveiro e sai do box fazendo uma trilha de água até meu closet, onde peguei uma boxer feminina preta e uma camiseta grande, logo em seguida liguei o ar condicionado do quarto e me coloquei debaixo das cobertas. Certos hábitos nunca mudam.

[...]

Quando acordei já se passava das duas da tarde, me espreguicei soltando um gemido manhoso, que virou um grito quando notei um corpo ao meu lado.

- Sofia! – coloquei a mão no coração que estava disparado.

- Desculpa se assustei – cerrei os olhos em sua direção e ela encolheu os ombros.

- Algum problema, Sofi? – ela negou com a cabeça e abaixou o olhar. Certo, tinha alguma coisa ai. – Vem aqui – puxei a coberta e ela não perdeu tempo em deitar ao meu lado.

- Sinto sua falta, Mila – ela murmurou tão baixo que quase não escutei. Puxei seu corpo para mais perto do meu e apertei ela em um abraço que não seria desfeito tão cedo.

One Step Closer (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora