1|| Rotina

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Capítulo 1
Rotina

"Fecha os olhos e finja que tudo é um pesadelo. É assim que eu me salvo."
Jack Sparrow

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Boa leitura!

Corpos caíam a sua frente, sangue caía do céu como chuva em tardes de verão, pássaros pretos caíam do céu com flechas em suas asas.

Mais um sonho. Forest já havia se acostumado, sempre o mesmo, não sabia o que significava, e não sabia o que fazer. As raras vezes que havia contado à sua mãe, Forest recebera a mesma resposta: "Coma alguma coisa, você deve estar com fome", então a garota ruiva preferiu ficar quieta e aturar seus constantes pesadelos sozinha.

Abriu a janela e viu o Sol nascer no horizonte à sua frente. Os vizinhos de seu costumeiro condomínio estavam abrindo às janelas de suas casas e limpando os jardins. As inúmeras casas iguais já faziam parte da infância de Forest, a qual se acostumara a ver a mesma coisa todo dia de manhã.

Virou-se para seu criado-mudo e de lá, retirou seu colar que ganhara quando nasceu, o qual ela não decifrara o significado. Um triângulo, com a inicial M, gravada em uma das pontas.

Ela até perguntara para a sua mãe à respeito mas ela nunca fez a menção de responder, o que Forest achara estranho, mas decidiu ignorar.

Vestiu seu uniforme, e desceu para seu café. Encontrou sua mãe sentada na bancada da cozinha mexendo a colher em uma xícara de café.

-Bom dia.- cumprimentou a mãe enquanto descia as escadas.

-Dia.- respondeu sua mãe saindo de seus pensamentos.

-E o pai?- Forest perguntou.

-Dormindo.

Forest anuiu e foi se sentar ao outro lado da bancada e preparar seu café, um suco e uma torrada. Sua rotina não mudava, isso era um fato que a ruiva não podia negar. Ou como diz uma frase "O tempo muda, mas as pessoas não." pelo menos era o que ela achava até agora.

Não muito longe dali, para ser mais precisa, no mesmo condomínio, uma loira de olhos azuis acabara de acordar, pronta para mais um dia de aulas, aulas em casa, para ser mais exata. Desde pequena sua mãe tinha medo de que algo ruim à acontecesse na escola, então Aubrey é educada por tutores e professores particulares que vão à sua casa todos os dias na semana.

Aubrey pôs a mão na fechadura da porta de seu quarto para abrí-la, mas antes, olha seu colar o que ela havia ganhado quando nasceu mas que seus pais se recusavam a argumentar sobre. Uma corrente dourada com um triângulo, onde gravado bem pequeno em uma das pontas se encontrava um M. Foi criada, sendo doutrinada a usá-lo todos os dias, e era proibida de fazer perguntas sobre o colar, o que a deixava irritada.Como poderia usar algo que nem sabia o significado?

Abriu a porta e no corredor deu de cara com seu Irmão-mais-velho-nem-um-pouco-parecido-com-ela. Ronald, na verdade, é meio irmão de Aubrey. Uma longa história a qual a loira eventualmente se lembra.

Seu pai, Tyler, era casado com Jeena, mãe de Ronald, o qual mantiveram um relacionamento moderado, até Tyler decidir trair sua esposa, e fruto disso foi Aubrey, que foi aceita por Jeena, já que sua verdadeira mãe não está nem aí para ela e que na verdade morreu quando Aubrey ainda era pequena, por conta das bebidas e drogas.

Se despertou do transe quando seu irmão estalou os dedos na sua frente, era costume de Aubrey se perder em pensamentos, ou melhor, pesadelos mais conhecidos e entitulados como A Vida de Aubrey.

-Bom dia, vê se não dorme de pé hoje.- ele debocha e sai.

Aubrey o ignora, que nem faz os outros dias. Era costume da parte dele, assim também como é da parte dela.

Desceu a escada e foi tomar seu café sem falar com ninguém, e ninguém falar com ela. Sua rotina, a qual não mudava.

À alguns quarteirões dali, uma morena acabara de chegar em casa. Tessa, havia ido à uma festa na noite passada a qual se arrependera de ir, estava exausta. Apenas se atirou no sofá, deixando cair seu colar que ganhara há 16 anos atrás, quando bebê, um triângulo e um M gravado em uma das pontas, o qual ela não sabia o significado.

A garota nem percebeu que havia caído no sono, e estava babando na almofada indiana de sua mãe.

Na casa à sua frente, um ruivo jogava mais uma partida de FIFA 16 antes de ir para a escola, o garoto, com um triângulo e um M gravado na ponta, estava com enormes olheiras as quais ele não ligava, só queria ganhar aquela partida de França e Alemanha. Seus dedos eram ágeis no controle e seus olhos estavam vidrados na tela de TV, o que fez sua mãe que acabara de chegar do plantão no hospital se irritar. O que o resultou em um castigo de ficar sem video game pelo resto do mês. O garoto acabou por ficar deitado em sua cama esperando o tempo passar e ir para o inferno que chamavam de escola.

Na primeira casa do condomínio, um fanático por Star Wars já se encontrava na frente de sua casa com a mochila nas costas esperando o ônibus que o levaria para a escola, seu colar, o mesmo de Frederick, o que tornou o objeto mais curioso do que já era, estava escondido por baixo da jaqueta jeans surrada e de uma camiseta do Darth Vader, para não sofrer comentários.

Chritopher, tirou seu celular da molchila e começou a jogar minecraft, que ele era um Nerd, não se podia negar, agora, que ele era viciado em games, isso, ninguém sabia, nem seu pai. Ouviu passos e encerrou o jogo, quando levantou a cabeça, se deparou com uma ruiva a qual ele conhecera mas nunca havia trocada muitas palavras, mal sabia o nome da garota, e não se cansaria em perguntar. Não demorou muito e o ônibus amarelo chegou à frente dos dois.

A garota subiu e se sentou no primeiro banco, ao lado de uma garota de cabelos pretos e olhos marrons, Ashley, Christopher sabia, era sua dupla na aula de ciências.

O moreno foi até o último banco e se sentou, olhou pela janela e lá vinha um ruivo correndo atrapalhado até chegar à porta do ônibus e entrar, Christopher não viu, mas tinha alguém sentado à sua frente, que estava observando o mesmo colar que o ruivo e o moreno tinham. Aiden, olhos verdes, dezesseis anos, aparência de vinte, cabelos castanhos e resquícios de barba. Aiden, era o tipo de garoto que todas as garotas babavam e suspiravam. Capitão do time de basquete, aparência física ótima e futuro aluno de Engenharia civil.

O ruivo acabara de se sentar ao lado de uma janela e lá, observara as dezenas de casas brancas com telhados azuis de dois andares e jardins bem cuidados, com sacada, pátio, piscina, numeradas no número um, ao cem. Uma coisa que até ali, era comum, mas que em algum tempo poderia ser a coisa que mais lhes traria falta.

Chegaram à escola em dez minutos.
Forest desceu do ônibus e observou sua escola. Crianças corriam, adolescentes conversavam ou dormiam escorados às paredes, sua escola, não seria a mesma sem alunos.

Esse, era mais um ponto de sua rotina. O qual, ela não mudaria.Ouviu o sinal tocar, e foi em direção à sua primeira aula.

Aiden, estava inquieto no dia de hoje, não podia explicar o porquê mas estava, o garoto estava andando de um lado para o outro desde que chegara na escola, algo ia acontecer, algo ruim.

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