23||Tudo tem uma explicação, mesmo nao sendo agradável.

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Boa leitura!

Andrew

-Me conta uma história?- ela me pergunta- Como aquelas que você me contava quando eu estava sem sono.

-Você não tem mais nove anos.- digo olhando naqueles olhos azuis acinzentados (AUTORA: QUEM CONHECE HARRY POTTER SABE DE QYEM EU TO FALANDO, DRACO LINDO MALFOY)

Ela ri, aquela risada linda que me faz ir do inferno para o céu.

-Finja que eu tenho.- ela diz.

-Aubrey! Você não presta mesmo.- digo abrindo um sorriso. Aubrey ainda estava lá naquele quarto. O quarto 168, ainda se recuperava, ou fingia se recuperar, o mais incrível era que Aubrey não morreu com a bala que a atingiu bem no coração, era para ela ter morrido, mas não morreu. Como? Isso só aquele caderno que está com ela vai me explicar.

-Andrew.- ela me chama se revirando na cama, desconfortável.

-Que foi?

Olho para o vidro do outro lado do quarto, esta escurecendo, certamente Aiden estará aqui em alguns minutos. O que significa que terei que sair, ninguém sabe que venho aqui antes de anoitecer, todos acham que estou ocupado ou que não ligo para minha irmã. Acham que não estou preparado emocionalmente  para vê-la.

Minha recuperação foi rápida, dois dias, a bala me atingiu de raspão, mas o que mais me incomoda são aqueles olhos, os olhos que vi antes de cair desacordado no chão, olhos azuis acinzentados, como os dela, como os de Aubrey, como os de nosso pai.

Ele era igual a Aubrey, cabelos loiros quase brancos e olhos gélidos. Foi difícil mandá-lo para a Espanha e seguir com o projeto sozinho, mas eu não o queria mais aqui, eu não o queria trazendo lembranças do passado, a última vez que o vi, foi em meu aniversário de treze anos, quando tomei essa decisão.

Foi fácil falar para ele que vimos vestígios do aparecimento de mamãe na Espanha, então, quando ele chegou lá, uma equipe já estava pronta para recebê-lo e mandá-lo para um hospício, ele estava ficando louco isso era verdade, a cada dia que ele lembrava de mamãe, da fuga dela. Ele enlouquecia, trancava-se no quarto e bebia até desmaiar, todas as vezes que Aubrey vinha aqui ele fazia isso, como se ela fosse idêntica à nossa mãe, ele a olhava dos pés a cabeça e começava a chorar dizendo que Aubrey foi a culpa da fuga de nossa mãe. Aubrey, depois dessas crises de nosso pai, ia para a beira do mar e começava a chorar

Não me sinto culpado pelo o que fiz, pelo contrário, me sinto aliviado, desde que mandei ele para a Espanha o projeto 168 só evoluiu, então Aubrey descobriu aquela sala, a sala de anotações, a sala em que eles nos criaram, antes ela era uma sala cheia de prateleiras, mesas e instrumentos de laboratório. A última sala de treinamento. Aubrey ficou apavorada ao descobrir que éramos gêmeos, então em uma caixa na mesma sala achamos fotos, fotos do projeto, fotos de nós.

-Andrew!- ela me chama e paro de encarar a parede com anotações para olhar para ela.

-Que foi??

-Olha.- ela me mostra uma foto, naquela foto estavam nossos pais. E nós, eu no colo de nossa mãe e ela no colo de nosso pai. No canto da foto uma data. 4-7-1998.

InfectadosOnde histórias criam vida. Descubra agora