Já tinhamos chegado ao Canadá.
Neste momento estou a guardar as minhas roupas. O clima aqui não é muito chuvoso. O que é bom, porque assim posso apanhar um pouco de sol. Nos Estados Unidos, não havia muitas praias para apanhar sol.
Esta casa sem dúvida que é melhor que a outra. Tem 2 andares e um pátio. Não é muito grande, mas já dá para eu relaxar enquanto apanho um pouco de sol.
O meu quarto é o dobro do outro! Também tenho casa de banho e tenho um pequeno closet. O quarto dos meus pais também era bastante grande e também têm casa de banho só para eles. A sala e a cozinha eram do tamanho normal. Nem muito grande, nem muito pequena. Para nós dava muito bem aquela casa.
Finalmente tinha acabado de arrumar as minhas coisas. Não sabia que tinha assim tanta roupa! Deitei-me na minha nova cama e fiquei a encarar o teto. Daqui a uns minutos vou falar com o diretor da escola e amanhã já vou para a escola. O meu pai queria-me meter numa escola privada, mas eu dei-lhe a volta. Disse-lhe que ia ficar muito caro e que tínhamos que poupar dinheiro para o bebé. Ele lá concordou comigo e até me deixou escolher a escola que queria. Obvio que eu escolhi a mais perto de nossa casa, pois não queria ter que andar muito nem andar de transportes públicos.
- Posso entrar? – ouvi uma voz feminina no outro lado da porta.
- Sim. – Sentei-me com as pernas á chinês.
- Estás pronta? – disse a minha mãe depois de abrir a porta.
- Mais ao menos.
- Mas pensei que querias vir para cá.
- E queria, mas vou para uma escola nova onde ninguém me conhece. Não tenho amigos nenhuns. Será que as pessoas vão ser simpáticas comigo. Será que vão querer ser minhas amigas? – olhei para os meus dedos enquanto os entrelaçava uns nos outros.
- Esta nem parece a minha filha. Ela costuma ser corajosa e não ter medo do que os outros vão pensar. – sentou-se ao meu lado na cama.
- Mas antes eu já conhecia as pessoas. Já sabias como elas eram. Era diferente.
- Vais ver que as pessoas vão gostar de ti. É impossível não gostar de ti. Apesar de seres uma chata... - dei-lhe um empurrão e olhei para ela.
- Era suposto estares-me a apoiar, não a deitar-me a baixo!
- Olha vai correr tudo bem. Se não gostares da escola, depois podes mudar. Agora temos que ir porque está quase na hora que conbinamos. Já estás pronta?
- Sim, vou só me calçar.
A minha mãe levantou-se da cama e saiu do quarto. Eu levantei-me e pus-me em frente ao espelho. Olhei para mim e vi se estava bem vestida. Eu quero causar boa impressão á primeira vista. Eu quero que o meu último ano no secundário seja o melhor de todos. Que conheça amigos e que me divirta ao máximo.
Sentia borboletas na barriga. Como da primeira vez que fui á escola. Eu ia começar uma nova vida. Ia começar tudo de novo. Fazer amizades novas... Aff, mas porquê estar nervosa? Na outra escola eu também não tinha amigos e era feliz. Quer dizer, eu queria acreditar que era feliz, mas não verdade não o era. Ver toda a gente a falar uns com os outros e eu ali sozinha na mesa. Sem amigos, sem ninguém em quem poder confiar, sem ninguém para desabafar... eu não fui feliz. Durante estes 3 anos eu nunca fui feliz. E quando pensei que podia ter uma amiga, ela decide afastar-se de mim por causa dos rumores. Eles não sabem da minha vida! Não sabem se sou eu naquelas fotos! Eles não têm nada a ver com a minha vida! Metade daquelas que me criticavam já andaram a dar o cú na rua e ninguém gozou com elas! Mas porquê que só gozam comigo?!
Uma lágrima caiu-me e limpei-a logo. Eu não vou andar a chorar por causa de pessoas que nunca foram importantes para mim. Eles são umas pessoas insignificantes.
Penteei o meu cabelo e calcei as minhas vans pretas. Peguei no meu telemóvel, pus-lho no bolso detrás das calças e saí do meu quarto. Cheguei á sala e a minha mãe já estava á minha espera. O meu pai não ia connosco porque acho que tinha que resolver uns assuntos.
- Estás pronta? – a minha mãe perguntou assim que desligou o motor do carro.
Já tinha-mos chegado á escola. Estávamos neste momento em frente á escola e para piorar a situação, estava na hora do intervalo. O pátio em frente á escola estava completamente cheio. Hoje estava um dia de sol e a maior parte dos alunos estavam sentados num banco e outros sentados no chão a apanhar sol.
- Não.
- Agora não á volta a dar. Está na hora que marcamos com o diretor. Temos que ir. – ela abriu a porta e saiu do carro.
Eu fiquei a olhar para a escola e acabei por sair do carro. Respirei fundo e caminhei com a minha mãe até á escola. Assim que entrei, senti todos os olhares postos em mim. Na minha antiga escola eu já estava habituada que todos olhassem para mim, mas neste momento sentia-me estranha. O pior que me podia acontecer neste momento era eu tropeçar a cair em frente á escola inteira! Encarei o chão e continuei o caminho para a entrada da escola. Assim que entrei dentro do pavilhão fui contra alguém.
Merda!- Desculpa. – olhei para a minha frente vi um rapaz de estatura média e com o cabelo castanho claro.
- Não faz mal. – disse sem tirar os olhos do telemóvel.
Olhei para o lado e a minha mãe estava á entrada de uma porta a olhar para mim. Caminhei até ela.
- Já fizeste amigos?
- Não comeces. Eu só fui contra o rapaz. Mais nada, ok?
- Ok, ok. – levantou os braços em forma de rendimento.
(...)
Bem, até tinha corrido bem. Não caí nem fiz figurinhas estúpidas á frente da escola toda. O meu dia estava a correr bem. Se soubesse que mudar de cidade dava tanta sorte, já tinha mudado á muito tempo!
Desliguei a música do computador e em seguida desliguei o computador. Pus o despertador para as 7 horas e deitei-me na cama. Amanhã vai ser um longo dia.
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Depressed (Parada)
Fiksi PenggemarMais uma rapariga vítima de Bullying. Mais uma rapariga que se corta; Que sofre em segredo; Que toma comprimidos em excesso; Que chora todos os dias; Que tenta o suicídio; Que se acha gorda; Que deixa de comer; Mais uma rapariga com depressão. Mai...