Capitulo 5 - O canção da Ondina

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Atenas (Grécia) – 20 de novembro.

De volta ao orfanato o grupo de jovens se serviram do almoço no refeitório, logo subiram aos quartos para terminarem de se arrumar, a cama de Thiago era a única ainda desfeita, e antes de mais nada ele teve de ajeita-la, trocou as pilhas do despertador e guardou a bacia de alumínio, só então conseguiu começar a se preparar para a viagem.

Cada aluno se ajeitava a seu modo esperando pela grande hora da saída, aos mais preparados, que já tinham organizado suas malas, não restava muito que fazer então se concentraram nos cuidados corporais, por outro lado os não preparados, tiveram de fazer tudo na correria, preencher as malas com suprimentos para uma semana, e conseguir fechá-las foi um desafio.

Por fim todos conseguiram se preparar.

Quando o relógio marcava quatro da tarde todo o grupo que ia viajar se reuniu no escritório do diretor, este se localizava no terceiro andar do prédio, 18 órfãos iriam para a Grécia, dentre eles os doze já citados. Ao chegaram ao local já podiam ver suas autorizações, todas assinadas por sobre uma escrivaninha de madeira muito antiga, atrás dela Mefisto Prestes, o tão famoso comandante do local.

O homem era uma pessoa boa, assinara as autorizações de prontidão com um sorriso no rosto, tinha já seus 45 anos, o que não aparentava pois seu porte físico era invejável, sua aparência contudo era um tanto quanto excêntrica, tinha compridos cabelos pretos que amarrava atrás da cabeça, e possuía um rosto afinado levemente comprido que, se estendia ainda mais, pois tinha uma barbicha pontuda como a de um bode, seu único estilo de vestimenta eram ternos, geralmente brancos, e andava com uma bengala de madeira, cujo apoio para as mãos era uma cabeça de tigre feita em prata, não precisava do objeto, caminhava perfeitamente, contudo o tinha para o que ele dizia ser o seu charme.

Pegadas as autorizações todos se puseram a descer as escadarias, se despedindo dos outros internos que não os acompanhariam. Fora do prédio para a tristeza de todos uma Kombi muito velha os esperava para leva-los ao aeroporto, sua lataria estava parcialmente enferrujada e soltava uma grande quantidade de fumaça pelo escapamento, contudo esse não era o problema principal, pois dentro dela não cabiam todos os passageiros e suas malas, fazendo com que alguns tivessem de ir sentados no colo de outros, sem falar que parte da bagagem teve de ir amarrada ao teto. Ainda assim nada disso conseguiu desanimar o grupo.

O grupo do orfanato chegou ao aeroporto Guarulhos às 5h em ponto, ficaram fascinados com o tamanho do lugar, e com o fluxo constante de pessoas no térreo, e nos andares superiores onde lojas existiam.

O grupo recém-chegado retirou as bagagens da Kombi, e as depositaram sobre um carrinho para facilitar o transporte, logo em seguida saíram em busca do resto da turma, os encontraram reunidos próximo a uma coluna no saguão bem a vista de todos.

Cerca de quinze minutos depois toda a turma já estava ali, Donna Parker lhe entregou os passaportes e os guiou a fila do check in, logo depois passaram pelo detector de metais e suas bagagens pelo raio X, visto não haver nem uma irregularidade, pegaram novamente suas bagagens de mão e se dirigiram a pista para o embarque.

A imagem do avião chegando cada vez mais perto fascinou os alunos, principalmente pelo seu tamanho colossal e a empolgação se abateu sobre todos. Em pouco tempo o embarque terminou e em havia chegado o momento tão esperado. O avião havia decolara.

Pela primeira vez o grupo havia saído do chão e agora voava livre pelo céu, deixando São Paulo para traz, a cidade parecia feliz por eles, pois sobre ela estava um belo e avermelhado pôr do sol, fato que empolgou ainda mais o grupo de adolescentes que não conseguiam sequer expressar o que sentiam, afinal estavam prestes a viver a maior aventura de suas vidas.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora