Capítulo 43 - a última noite

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 – O que vamos fazer agora que o foguete ficou pronto? – perguntou Camila pegando um pedaço de carne do churrasco em um prato que já tinha um pouco de salada.

– Vamos para o espaço é claro – exclamou Thiago abocanhando um pedaço de bife mau passado – mas isso e coisa pra amanhã, hoje descansaremos.

– Espera – disse Carlos com uma cara de espanto – o foguete não está pronto ainda.

– O que? Como assim? – perguntou Anderson largando seu prato na hora.

– Falta à coisa mais importante da nave, como não percebi isso antes.

– O que é? Para de enrolar e fala logo que a gente faz – exclamou Daniela se desesperando – temos pouco tempo.

– Pintar o foguete – exclamou Carlos segurando o riso.

– Pelo amor de deus, achei que era uma coisa séria – suspirou Andréia aliviada.

– Que isso estética é uma parte fundamental.

– Você ta certo Carlos, uma corsinha não vai fazer mal nem um – opinou Lucas.

– A não deixa quieto, não to com vontade de pintar nada – opinou Gabriel desanimado enquanto tomava um copo de refrigerante.

– Se é pintura que vocês querem dá pra fazer com magia – comentou Thiago enquanto cortava um pedaço de carne na churrasqueira.

– Era o que eu esperava que você fosse dizer – exclamou Carlos – pode me ensinar, já tenho em mente uma pintura.

– Nada mais justo você que planejou tudo desde o começo – comentou Rafael.

– Claro, sem problemas, ela é bem simples...

Thiago deu uma aula rápida a Carlos sobre como fazer o diagrama, um hexagrama simples de se fazer, que além de consumir pouca energia possuía gestos bem fáceis, bastava fechar uma das mãos como se fosse um cano, soprar por ela enquanto imagina a cor que você quer que objeto fique.

O garoto dominou a magia bem mais rápido que Gabriel e em apenas 20 minutos ele já estava pronto para pintar a nave.

Fazendo a pose e soprando sua imaginação à magia se deu início, o ar que saia de sua mão cintilava em todas as cores, como purpurina, e se dirigiram ao foguete onde se tornaram um turbilhão de vento que o cobriu por completo, quando desapareceu o foguete já estava completamente pintado, a cor predominante era branca porém nas estruturas de impulso ele colocou algumas listras vermelhas, mesma cor das pontas, a nave possuía duas listras pretas, uma de cada lado, que saiam de perto dos vidros da frente, e com uma curva terminavam na traseira, nas asas do ônibus espacial em cada lado um símbolo foi desenhado, símbolo esse inspirado em um foguete de um sonho que ele teve dias atrás.

– Puxa, ficou legal – disse Eduardo admirado.

– Ei Carlos que figura é essa? – perguntou Thiago reconhecendo o símbolo, ele também o tinha visto em sonho, mas não imaginava que outros o conhecessem.

– Sei lá, vi essa figura em um sonho e achei legal colocá-la aqui – respondeu Carlos apreciando sua obra finalizada – mas se não gostaram eu tiro.

– Não, ficou bem nele – ressaltou Andréia.

– Você sabe o que ela significa? – perguntou Thiago retornando a figura.

– Não tenho ideia – respondeu Carlos – por que essa fixação com a figura?

– Curiosidade – respondeu o garoto omitindo seu sonho, o garoto estava desconfiado, não sabia se Carlos teve o mesmo sonho que ele, mas pelo menos a figura era a mesma, e duas pessoas sonharem com a mesma coisa, sendo que o objeto nem mesmo existe, é uma coisa praticamente impossível, ainda assim decidiu deixar a história seguir seu rumo e ver no que dava.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora