Capitulo 9 - O diagrama misterioso

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Thiago parecia estar em meio a uma discussão, porem nada havia no local a não ser um beco sem saída, uma pequena cavidade escavada na terra com um formato retangular de pouco metros de largura. O estranho ato não demorou a chamar a atenção dos demais, mas principalmente causou espanto – aqui estou aqui, vamos ver o que você tem para me oferecer – esbravejava o garoto com palavras sem nexos.

– Tá maluco Thiago?! – exclamou Daniela intrigada – não tem nada ai.

– Não tem é? – disse o garoto com um leve sorriso irônico, estava um tanto quanto agitado e isso era visível. Em resposta ha Daniela o garoto bateu fortemente com o pé direito no chão, ato seguido por um – revele-se – gritado à auto e bom som.

O grupo se reuniu ao redor do amigo, aparentemente havia enlouquecido com a situação e agora falava com as paredes, porem após os últimos movimentos do garoto algo realmente começou a acontecer, o beco que tanto chamara a atenção realmente não de mostrava comum, surgindo do nada como se uma foto brotasse em meio ao ar apareceu um desenho, grande e simples que obedeceu a ordem do desastrado omine.

– O... O que é isso? – perguntou José espantado enquanto recuava involuntariamente alguns passos.

O desenho tratava–se de uma figura 2D ocupando toda a extensão da cavidade, era constituída de dois círculos brancos separados por cerca de um palmo de distância, no interior do círculo interno uma estrela de dose pontas estava posicionada perfeitamente, linhas brancas levemente luminosas paradas em pleno ar sem encostar em nada sólido, poderia ser uma ilusão criada por um dos poderes de Thiago, mas não parecia ser o caso. O desenho era repleto de símbolos estranhos, que para Thiago representavam runas nórdicas, todavia para os outros lembrava os rituais satanistas que viam em filmes, por isso o receio de José a ver o desenho surgir, outra coisa era que em cada uma das pontas da estrela havia um pequeno círculo vazio, posicionados perfeitamente a frente de crânios depositado na suja parede, estes eram apenas parte da decoração local, porem o alinhamento assustava.

– É um diagrama magico – explicou Thiago em resposta a José, porém sequer o olhando, sua atenção estava voltada exclusivamente em analisar o desenho – vejamos, tem doze pontas com círculos, não tenho ideia do que seja, mas esses símbolos são os usados em diagramas de transporte. Não entendo, essa magia não faz sentido! – falava baixo e estava com a mão no queixo, refletia profundamente sobre o desenho – mais é claro são selos! – exclamou ele subitamente como se a resposta fosse óbvia – mais selos de que? Me diga o que você protege? Deve ter alguma dica nessa parede, mas está muito escuro, preciso ver melhor – disse ele tentando pegar uma das tochas da parede, em vão, já que a armação estava muito bem fixada – Andreia me arruma um pouco de fogo? – concluiu ele desistindo da tocha.

– Não até você nos explicar o que está acontecendo – disse ela autoritária.

– É complicado...

– Não importa, explique-se.

– Tudo bem, vou fazer uma síntese e depois me aprofundo no assunto, pode ser?

– Pode.

– Pois bem, esse desenho que vocês estão vendo é conhecido como diagrama magico, e como o nome já diz são desenhos utilizados para realizar magias, feitiços ou bruxarias.

– Isso é coisa do capeta?! – indagou Camila fazendo uma cruz com os dedos.

– Não, isso é apenas crendice popular, a maioria das magias não tem nada a ver com rituais satânicos, é mais como um meio de amplificar as habilidades individuais – explicou o garoto dividindo sua atenção entre o grupo e o digrama a sua frente.

– Certo, mas porque você agiu daquele modo ao percebê-lo? Pareceu já o conhecer – comentou José.

– Acontece que já vi esse mesmo diagrama em vários lugares desde que chegamos à Grécia, na mata, no hotel, nas ruas, em todos os lugares que estivemos.

– Por que não nos contou?

– Melhor, por que nunca os vimos?

– Vocês não conhecem magia, só podem velo agora por que eu permiti que assim o fosse, e não os contei para poupar explicações exatamente como as que estou tendo de dar agora.

– E como você conhece magia? – indagou Anderson em uma pergunta certeira.

– Longa história, como disse farei uma síntese e depois explico melhor, agora vamos nos focar em sair daqui.

– Consegue nos tirar daqui? – perguntou Gabriel esperançoso.

– Acredito que sim, como o vi em vários lugares acho que esse diagrama só nos libertara se o executarmos.

– E por que não o fez ainda?

– Não é tão fácil, não conheço essa magia, tenho de identifica-la antes de qualquer coisa, contudo como disse eu preciso de luz – estas últimas palavras foram ditas com repreensão, por seus amigos não o terem ajudado ainda.

– Se é luz que você precisa aqui está – disse Andreia criando um manto de fogo que cobriu toda sua mão transformando-a em uma espécie de tocha. A garota ainda não entendia, mas resolveu ajuda-lo já que poderia tira-los dali.

– Obrigado – disse Thiago incrivelmente empolgado com a situação.

– Onde precisa de luz? – perguntou Andreia se aproximando.

– Na parede atrás do diagrama – indicou o garoto.

– Como posso iluminar lá se o diagrama está na frente?

– Não se preocupe – disse Thiago passando com a mão por sobre as linhas do desenho, seu corpo atravessou a luz sem problemas, cortando-o parcialmente e deixando um rastro brilhante, que segundos depois retornou ao formato original – por enquanto é só um desenho, não a perigo.

– Certo – respondeu a garota seguindo a ordem de Thiago, elevou a mão e começou a atravessa-la pelo grande diagrama, receosa porem evitou os riscos e focou em um dos círculos vazios. Diferente do amigo porem dessa vez houve uma reação, a chama na delicada mão se extinguiu subitamente, se transformando em uma espécie de luz com um tom vermelho vivo, que preencheu todo o círculo, lembrava muito o fogo.

Andreia recuou a mão institivamente, analisando-a logo em seguida para conferir se não tinha nada de errado, enquanto a magia continuava a se modificar, a caveira que estava alinhada com o círculo se desprendeu da parede, posicionando-se exatamente no meio da estrutura avermelhada, um desenho de uma chama no interior de um círculo surgiu no alto de sua testa ossuda.

– O que aconteceu? – perguntou Andreia assustada.

– Você ativou alguma coisa no diagrama, tente fazer o mesmo em outro círculo – disse Thiago intrigado com o ocorrido.

– Tem certeza – disse Andreia apavorada, ainda segurando sua mão.

– Vamos não tenha medo, é inofensivo – reclamou Thiago impaciente.

– Certo – disse ela um pouco relutante, mas fazendo como ordenado, o resultado porem foi insatisfatório, desta vez não houve reação alguma do diagrama – fiz algo de errado? – perguntou ela ainda com as mãos em chamas no interior de outro círculo.

– Não, foi o diagrama que não te aceitou, eu não entendo disse Thiago pensativo, olhava detalhadamente o desenho a sua frente – mais é claro dose pontas, doze selos, nós somos doze, esse diagrama foi feito especialmente para a gente quebra-lo, é necessário à participação de todos – a empolgação do garoto era visível, mais do que com vontade de sair ele estava curioso em saber no que aquilo tudo levaria.

– O que tem por trás disso? – perguntou Anderson começando a desconfiar da situação.

– E como eu vou saber? O que acha que estou tentando descobrir? – disse Thiago esboçando um misto de determinação e curiosidade, que conquistou a todos.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora