Capitulo 22: Enoquianos e a lenda do inicio

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– Em seus primórdios o universo era vazio e inóspito – enquanto falava Thiago fazia gestos com as mãos – preenchido apenas por uma única e mística força que se estendia por toda sua extensão, esta não possuía forma física, mas assumia o nome éter, foi graças a ele que o universo passou a existir. O éter estava dissipado, contudo o passar das eras fez ele se concentrar em um único lugar, o ponto zero de tudo, até que se tornou tão denso que não resistiu mais resistiu e implodiu, devolvendo o éter para o universo. No local porem algo solido passou a existir, doze formas físicas dotados de vida, os primogênitos do universo, seres de luz e onipotência, assumindo o nome de Daevas, ou também Dheuax.

– Dheuax? É praticamente Deus com algumas letras a mais – sugeriu José.

– Não reclama que eu só estou recontando o que o fantasma me contou, agora senta ai e ouve o resto – disse Thiago rindo – bem continuando, Os Daevas por serem feitos de puro éter podiam controlar o elemento a sua vontade, então detinham toda a imensidão do infinito como seu reino, mas o ermo era eterno e em súbita decidiram que este devia ser preenchido. Para fazê-lo criaram 07 espécies místicas, os Enoquianos, dando a cada uma delas uma função especifica.

– Quais são as raças? – perguntou Camila afobada.

– Calma, vou falar na ordem da história, a primeira a surgir foram os gnomos...

– Gnomos?! – disseram todos surpresos.

– Sim, gnomos. Espíritos da terra e das rochas, seres de tamanho reduzido aparentando idade avançada, mesmo quando novos, de caras enrugadas e roupas sujas não chegavam nem de longe aos pés de seus criadores, mas eram uma raça esforçada, a qual foi consagrado à tarefa de criar os corpos celestes do universo, planetas, satélites, Asteroides... enfim, todas as rochas. Graças a eles o universo não estava mais vazio, porem a escuridão ainda reinava, e para romper essa situação à segunda raça criada foram os Salamanders, espíritos do fogo. Eram grandes bolas flamejantes que adquiriam feições humanoides, podendo se mostrar com expressões rígidas e severas, ou mesmo serenas e belas, não apresentando corpo físico, sua tarefa na criação foi de acender o manto celeste, tomando posse de algumas das criações dos gnomos, os salamanders as incendiaram, enchendo de luzes o manto celeste, dando origem as estrelas e constelações.

Thiago parou para tomar o ultimo gole do litro de vinho que estava a sua frente, mas logo retornou a narrativa – o céu se iluminara, contudo os espíritos do fogo enfrentaram grande dificuldade, pois gerar a luz foi-lhes fácil, contudo manter a chama acesa era extremamente difícil, o que os deixou exaustos, a ponto de que muitos da espécie perderam sua força se extinguiram. Temendo que o pior acontecesse, e com intuito de ajudar os salamanders, os Daevas criaram os Silfos, espíritos do vento constituídos apenas por gases. Eram seres de uma beleza incondicional a qual foi concedida a tarefa de manter o manto iluminado, para isso criaram gases dos mais variados tipos, e os espalharam por todo o universo, estes servindo de combustíveis para manter acessa a chama das estrelas, contudo nem todos os gases criados serviram para este fim, com isso muitas estrelas se apagaram, tornando-se rochas vazias recoberta por gases, ainda que alguns destes mantinham o fogo aceso em seu núcleo eles nunca mais seriam estrelas, se tornando apenas planetas comuns semelhantes aos que não foram modificados.

– A história vai demorar ainda por que eu to com sede e você acabou com o vinho – interrompeu Gabriel.

– Não estraga – protestou Camila ele nem chegou à parte dos anjos ainda.

Thiago sorriu – está na metade, mais podemos pedir um refrigerante para os garçons e depois eu termino de contar.

Gabriel então sem demora apertou o botão em sua cadeira, quase instantaneamente dois garçons atravessaram a porta para atendê-los. O grupo pediu dois litros de guaraná, recebendo cerca de cinco minutos depois, encheram então suas taças de cristais, tomaram o primeiro gole e Thiago se pois a falar novamente.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora