Capitulo 18: os túmulos dos heróis

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Não demorou para o grupo atingir o objetivo, logo a frente o castelo adentrava levemente sobre a montanha, construído sobre uma de abóboda de pedra que recobria uma pequena parte da estrutura. O lugar era gigantesco, constituído por uma grande muralha circundando a construção e seis torres dispostas sequencialmente, era construído com grandes blocos de pedra, mas boa parte dele estava desabado, na área a direita do castelo para ser mais exato, a destruição abrangia uma das torres e grande parte da muralha, o teto havia desabado e transpassando-o estava alguns galhos e folhas, insinuando que em seu interior haveria uma grande arvore, de no mínimo vinte metros de altura, o lado oposto estava praticamente intacto, a não ser por uma pequena rachadura que despejava uma grande quantidade de água, transformando-se em um pequeno córrego que escorria para fora das muralhas. A frente de tudo os restos de um magnífico jardim, com calçadas de pedra e inúmeras lagoas, mas que agora estava tomado pelo mato, e completamente seco devido ao clima, realmente a única coisa que restou foi à estrutura metálica de uma antiga estufa de plantas agora jazia recoberta por cipós.

Dentro da muralha existia outra praça, esta cheia de inúmeras pequenas construções, provavelmente o lugar das antigas reservas do castelo, logo a frente puderam ver enfim a entrada que os levaria definitivamente ao interior da construção, era uma enorme porta ricamente entalhada em madeira e ainda intactas, ela estava fechada e os cinco se puseram a empurra-la com toda sua força, já que estava emperrada, com dificuldade abriram uma fresta, antes de entrarem porem decidiram se refrescar um pouco, tomando a água do córrego, esta era límpida e fresca, além de cristalina e saborosa, ela não só refrescou o calor, como também revigorou os cinco, deixando-os incrivelmente dispostos.

Atravessando as portas principais se depararam com um grande salão oval, parecia não ter sido afetado pela guerra, ainda assim estava completamente acabado, resultado do passar do tempo e da falta de manutenção, o que um dia foram tapeçarias e cortinas vermelhas agora jaziam em retalhos, uma delas inclusive desabada, recobrindo alguma estrutura oculta que a deixava com várias elevações, a mobilha diferente das portas não resistiram ao tempo, mesas e cadeiras, tudo que era de madeira agora estava em pedaços, resultado da ação dos cupins.

Em um canto afastado jazia a enorme arvore que avistaram do jardim, o teto caído fora resultado de seu tamanho descomunal, que forçou a estrutura até ela ceder, o chão ao seu redor estava repleto de folhas secas, a poucos metros uma pequena fonte com uma escultura em mármore, na forma uma mulher segurando um jarro e cercada por pequenas ondas, jazia completamente abandonada, recoberta por folhas e completamente seca. Contudo ao entrar no lugar estas observações eram irrelevantes, a atenção se volta exclusivamente para o centro do lugar, onde duas armaduras estavam deitadas no chão, uma com os pés voltados a outra.

O grupo se aproximou para analisar as estranhas peças, e nesse ponto a surpresa foi grande, descobriram que tratavam-se na verdade de dois corpos humanos, completamente decompostos restando apenas os ossos, as armaduras por sua vez eram ricamente ornadas com ouro e prata, demonstrando que provavelmente eram da realeza, sua conservação era perfeita, sem qualquer marca ou perfuração. Ao redor dos corpos existiam estranhas queimaduras no chão.

– Credo, o que significa isso? – indagou Andreia um tanto amedrontada, não pelos cadáveres, já os avia vistos na necrópole, mas a disposição era perturbadora.

– Quem sabe? Qualquer coisa pode ter acontecido – disse Anderson se aproximando de um dos corpos para ver melhor – não parecem ter sido mortos por arma ou ataque.

– Seria por doença? – indagou Eduardo.

– É uma possibilidade, mas se for o caso por que eles seriam deixados aqui e nesta posição? – continuou o herbopata.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora