Capítulo 50 - O manipulador

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Thiago abriu os olhos, o mundo se manteve turvo como se houvesse acabado de acordar e ainda sonolento, tudo que vivera nos últimos dias agora parecia um sonho, um a lembrança ruim, porém quando ele pode ver claramente tudo voltou à tona como uma triste realidade.

Nesse momento se lembrou de tudo o que havia acontecido, e principalmente percebeu que estava morto, tendo ainda em mãos a faca de marfim com a qual tinha se matara, assustado jogou-a no chão e tentou arrumar uma saída.

Era um lugar apertado em que cabia apenas ele, as paredes eram feitas de granito em formato circular e o local não tinha nem uma abertura, começou a apalpar o lugar em busca de uma saída, estava se sentindo estranho algo estava diferente, mas não sabia o que.

Vendo que não tinha saída começou a se preocupar, porém para seu alivio uma espécie de porta se abriu a sua frente, ao sair o garoto deparou com algo que se assemelhava a um templo, era iluminado por uma luz muito forte vinda de um gás luminoso concentrado no teto, que por sua vez era sustentado por doze colunas erguidas em formato circular, cada uma com um pictograma desenhado, que Thiago reconheceu se tratar do dele e dos de seus amigos, de resto o lugar tinha apenas um grande diagrama encravado no chão, tendo doze pontas, que terminavam nas colunas, e cujo centro apresentava um altar.

Confuso apenas observava o local, Não entendia o que estava acontecendo, nem onde estava. Foi tentar analisar o pictograma omine na coluna de onde tinha acabado de sair, porém se assustou ao ver uma mão transparente surgir. Percebeu então que seu corpo não existia mais, agora ele era um fantasma assim como seu amigo, atordoado ele correu para fora do templo em busca de respostas, não pode prosseguir mais, ali se deparou com um céu escuro sem estrelasse se viu cercado por um mar incrivelmente calmo, de aguas escuras assim como o céu, a única caridade do local vinha do templo e se estendia por certa distância a cima da agua, porém até onde o garoto conseguia ver, não existia nada além daquela ilha e do templo, nem sequer um arbusto ou erva daninha ali havia.

Olhou para a agua e viu seu reflexo, estava exatamente igual a quando estava vivo, mesmas roupas, mesma aparência, com a diferença que agora apenas sua alma semitransparente restava. Contudo em seu peito próximo ao coração agora havia uma espécie de tatuagem, um pentagrama que trazia em seu centro o símbolo omine cercado por uma grande quantidade de runas e símbolos estranhos, estava cravado por baixo de suas roupas que por serem transparentes permitia ver o desenho.

Voltou para o templo e retornou a coluna onde tudo começou, sentou-se no chão com as pernas cruzadas, recostou a cabeça sobre os braços e estes sobre as coxas, ali começou a refletir sobre tudo que acontecera, em busca de algum sentido.

Sua meditação porém foi interrompida por um barulho vindo do templo, que se sobressaiu sobre o som da agua que batia lentamente na pequena porção de terra, era o som de algo se movendo, e pela abertura de sua coluna pode ver o que estava acontecendo, em todas as coluna uma porta se abriu, parte da pedra começou a descer e desaparecer no solo, a cena assustou o garoto, pois em cada pilastra ele pode ver a alma de um de seus amigos, imóveis e inconscientes.

Thiago correu até o centro e olhou ao redor, todos ali estavam, uma lagrima escorreu de seu rosto, apavorado se aproximou da coluna onde Rafael estava, tentou tocar no garoto, mas sua mão o atravessou completamente, diferente dele suas almas estavam fracas como se estivessem incompletas.

– Eles não vão acordar, pelo menos não por enquanto – disse uma voz que lhe pareceu muito familiar. Virou-se rapidamente e para sua surpresa ali estava o fantasma, parado em pé bem a sua frente.

– Vo... você está vivo? – disse ele surpreso.

– Bem, vivo eu já não estou há muito tempo – esboçou um leve sorriso o espirito.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora