Capítulo 51 - Fragmentação da alma

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Lentamente o fantasma se dirigiu ao centro do templo, até onde estava erguido o altar de pedra, ali subiu e se sentou com as pernas cruzadas, logo em seguida estralou o dedo, o som ecoou por todo templo, os espíritos dos amigos mortos começaram a se mexer, e o que antes estava incompleto agora estava terminado, todos havia despertaram, e se mantinham completamente confusos, exatamente como Thiago o fez ao acordar. Sem compreender apenas mexiam os olhos observando o templo e tentando se localizar, ainda não aviam percebido que agora eram espíritos, em busca de respostas todos começaram a sair das colunas.

– Que lugar é esse? – indagou Anderson com a mão sobre o rosto, tentando tornar sua visão mais lucida.

– Ai que dor de cabeça – reclamou Raquel – só me lembro de estarmos no foguete ai tudo ficou escuro.

– Ei é o fantasma! – disse Lucas reparando no espirito no centro do templo – pensei que você já era.

– Por que estamos desse jeito? – perguntou Daniela reparando em seu corpo translucido.

– Estamos mortos – explicou Thiago se dirigido ao centro do templo.

– O que?!!! – gritaram todos se reunindo ao seu redor.

– Como assim mortos?

– Depois de o asteroide explodir, um grande fragmento da rocha se desprendeu e acertou o Argos – explicou o fantasma.

– Sim agora estou me lembrando – ressaltou Carlos – aquela enorme rocha vindo em nossa direção, e então...

– Nem me lembre – suspirou Camila com calafrios também se recordando.

– Não acredito que estamos mortos – suspirou Rafael abalado – mas e você o que você está fazendo aqui? Não estava junto da gente.

– Bem... – disse Thiago pensando em contar a verdade, mas decidiu omiti-la – também fui atingido por um dos fragmentos, em desespero quando vi o que aconteceu com vocês eu perdi a concentração.

– Entendo.

– Bom, Pelo menos Theia esta salva – consolou-se Eduardo

– E o que faremos?

– Não há nada o que se fazer, acabou – lastimou Carlos – temos aceitar.

– Afinal que lugar é esse o céu? – perguntou Gabriel

– Vocês estão em um lugar localizado entre o mundo dos mortos e o mundo dos espíritos, uma pequena ilha pouco conhecida localizada no meio do rio Aqueronte – explicou o fantasma.

– Isso é mitologia grega não é? – palpitou José.

– Mitologia não, parece que tudo e verdade – comentou Raquel.

– Pera ai – disse Lucas checando seus bolsos – merda! não tenho nem uma moeda.

– Pra que você precisaria de moedas? – perguntou Daniela confusa.

– Se estamos no Aqueronte quer dizer que temos de seguir as regras do lugar, e só podemos atravessar para o outro lado se pagarmos ao Caronte uma taxa – explicou Lucas.

– Caronte?

– O barqueiro dos mortos, que transporta as almas para o mundo inferior, a viagem tem o preço de uma moeda conhecida como óbolo, que deve ser enterrada junto ao corpo na cavidade da boca, se não o fizer o espírito ficara perdido nas margens do Aqueronte por cem anos.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora