Capitulo 7 - Necrópole

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– Ai! – disse Daniela esfregando a mão no rosto meio atordoada – onde estamos?

– Não sei, não consigo ver nada – respondeu Rafael forçando à vista para tentar enxergar alguma coisa – meninas podem ajudar?

– Não estamos do lado de fora do templo né? – disse Gabriel esbarrando em Raquel sem querer.

– Serio? Nem tinha percebido – respondeu a garota com sarcasmo enquanto começava a emitir um pouco de luz, ato que permitiu pela primeira vez ao grupo ver o lugar onde estavam.

Parecia uma espécie de porão construído com centenas de tijolos rústicos e completamente sujos, a maioria coberto por lodo, nada surpreendente já que o lugar era úmido e frio, um cheiro levemente desagradável vinha das inúmeras galerias que existiam ali, contudo não era possível decifrar sua origem ou do que se tratava. Olhando mais atentamente foi possível ver que não era apenas de tijolos que as paredes eram feitas, em vários lugares existiam placas de pedras lisas, em formato retangular, estando várias delas rachadas, também havia inúmeras cavidades quadradas em vários pontos, e teias de aranhas em abundancia, além de alguns suportes de metal levemente enferrujados fixados nas paredes, estes por sua vez já serviram como tocha para iluminar o local.

– Que lugar é esse? – indagou Camila amedrontada, as inúmeras zonas escuras faziam-na imaginar vultos e sons que não existiam, um pensamento se abateu sobre sua cabeça, o que a deixou ainda mais desesperada – Espera ai, aquela cobra entrou em um buraco escuro e desapareceu, será que... será que ela veio para cá – receosa a garota recuou involuntariamente alguns passos, o ato a fez esbarrar em alguma coisa, que por sua vez se esparramou no chão. Temendo descobrir a resposta a garota virou-se para ver de que se tratava, soltou um grito de horror ao descobrir a resposta, no chão aos seus pés uma pilha de ossos acinzentados e corroídos pelo tempo.

O grito ecoo pelos tuneis e galerias do lugar, tanto que alguns segundos depois ainda era possível ouvir a reverberação do som ao longe.

– Que foi Camila? – perguntou Gabriel correndo para ajudá-la.

– Te... tem um esqueleto aqui – disse a garota com a voz tremula.

– O que!? – disse o jovem glacies esquecendo-se da amiga e se ajoelhando para ver os ossos – caraca meu – disse ele impressionado, curioso pegava um pouco do musgo com um graveto, e levantara-o no ar, deixando um filete da substancia escorrendo – será que esse corpo veio da barriga da cobra.

– Credo – disse Camila correndo e se escondendo atrás de José.

– Para Gabriel, não assusta mais a garota – disse Carlos se aproximando, e analisando o musgo que o amigo segurava com o graveto – creio que este esqueleto não tenha sido culpa dela, a não ser que o tenha comido há muito tempo, o musgo se acumulou com o passar dos anos assim como nas paredes, e além do mais – disse ele analisando melhor o lugar onde estavam – este não é o único corpo, estão por toda parte, e aposto que atrás dessas placas tem mais – disse ele forçando uma das placas até a mesma se desprender da parede e revelar um novo corpo – como pensei, todas estas pessoas foram trazidas para cá por alguém, muito provavelmente depois da morte.

Realmente o garoto estava certo, o esqueleto que Camila havia esbarrado não era o único no lugar, vários deles estavam caídos no chão, alguns ainda em pé, provavelmente grudados pelo musgo, ainda assim a maioria podia ser visto pelas rachaduras nas pedras lisas das paredes, o que sugeria que nas inteiriças eles também existiam, sem falar que as colunas que sustentavam o teto eram recobertas por crânios humanos, assim como as cavidades quadradas da parede.

Paladinos - Crônicas da história impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora