Então, ele saiu da frente para que eu passasse. Eu tremi pela visão rápida dos acontecimentos e forcei minhas pernas a andarem até fora de sua casa. Enquanto andava pelo asfalto, observei meu pulso com a marcação precisa de seus dedos. E deixei algumas lágrimas voltarem a cair em meu rosto. "Que se foda se alguém me vir agora." Foi tudo o que pensei. Eu queria ter um lugar para ir, era tudo. Eu não sabia o que fazer ou onde ficar. Foi quando meu pensamento voou imprudentemente para o lugar "perfeito" para essas ocasiões.
Puxei novamente a manga do meu casaco para tapar meu braço, coloquei o celular de Nate, que só havia percebido agora ainda estar comigo, em meu bolso e continuei andando. Parei quando cheguei em frente a uma construção branca com a inscrição de "Day & Nigth", um bar quase na divisa da cidade. O sol já estava para se por, e o movimento era pouco. Sentei em um banco ao lado de um garoto que parecia ter quase a mesma idade que eu; cabelos castanhos, a barba um pouco por fazer, e os olhos esverdeados me fitando de tempo em tempo. Ele remexia um copo com uma bebida clara á sua frente.
Chamei o garçom e pedi uma dose de Vodka logo de uma vez. Quando ele trouxe o copo com a bebida, murmurei um "obrigada" e tomei o conteúdo em apenas um gole. Apoiei meu cotovelo na bancada e segurei minha cabeça nas mãos por um momento. Pelo canto, percebi que o garoto ao meu lado me observava impressionado.
- Olhe, se for me cantar, devo pedir que não o faça. – disse ainda de cabeça baixa.
Ele não pareceu ofendido, apenas sorriu e ergueu a mão para me cumprimentar; eu ergui a cabeça.
- Sou o Tyler. – ele era bonito, e parecia bem simpático, mas eu não me sentia bem o suficiente para nada.
- Eu não ligo. – disse voltando meu olhar para frente.
Ele abaixou sua mão lentamente e se endireitou na cadeira, um pouco sem graça. Pedi ao garçom outra dose igual á anterior e acabei com ela igualmente. A bebida ardia minha garganta e eu quase podia senti-la em meu estômago, mas eu sentia que ela ajudava a abrir a passagem de ar em meu corpo, e eu podia respirar novamente, e não era mais como se uma corda apertasse meu pescoço. Minha visão desfocou por um momento.
- Devia ir com mais calma com isso aí. – Tyler disse, como se houvesse visto meu olhar desfocado – É bem forte.
- E eu também. – rebati.
Ele se calou por um momento.
- Alguma desilusão amorosa? – ele perguntou – E, sim, me interessa. –concluiu. Fiquei tentada a dizer que não interessava da mesma forma.
- Antes fosse apenas isso. – olhei para ele, mas não consegui soar rude – E você?
- Acho que... – ele consultou seu relógio – Eu recebi um bolo.
- Ah, me desculpe por isso. – disse franzindo o nariz. Ergui minha mão para ele – Sou Elizabeth.
Ele aceitou meu cumprimento e sorriu.
- Prazer em conhecê-la.
- Você não é daqui, é? – não me lembrava dele, e era comum todos se conhecerem em Tenebris.
- Sou de uma cidade aqui perto. – ele respondeu – Estou visitando minha prima.
- Foi a que te deu o bolo?
Ele riu.
- Não, não. Foi outra garota que conheci por aqui.
Em pouco tempo, estávamos conversando sobre assuntos paralelos, e eu já havia tomado várias doses de bebida, embora Tyler houvesse tentado me parar várias vezes. Era bom ter uma companhia para poder conversar, embora eu já não me sentisse mais em meu controle. Eu estava rindo sobre algo que Tyler havia falado quando olhei o relógio na parede. Já eram oito horas da noite.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Faces Sob Máscaras
Фанфик"Você nunca realmente conhece uma pessoa antes de descobrir, da pior maneira, o que sua máscara esconde." Elizabeth Taylor é a famosa "valentona" de Royal's College. Após a separação de seus pais, sua única regra é a de que nunca veriam suas lágrim...