Então, quando menos esperaram, as feridas do guerreiro caído haviam cicatrizado quase que completamente. As mais profundas tornaram-se meros arranhões.
Sem palavras, pasmo, Télamon sentiu suas forças serem revigoradas e ergueu-se com facilidade, ficando de joelhos diante do pequeno.
- Como fez isso? Incrível!
-Nã-não sei! Acho que deve ser Cyndi.
Ao falar o nome da cachorrinha, ela olhou-o surpresa.
Gradativamente, a energia começou a diminuir e eles foram envoltos pela escuridão da noite.
-Nossa, escureceu rápido! Onde vocês moram? Vou levá-los para casa.
-Não temos casa.
-Hã? Como assim?
-Vivemos pelas ruas de Gavinus.
Télamon engoliu em seco:
-Bem... Seus pais devem estar preocupados. Eu levo vocês, preciso ir para lá mesmo.
- Não tenho pais. Apenas uma mulher cheia d filhos resolveu cuidar de mim. Mas eu não gosto dessa vida.
O homem fitou curioso o semblante sério do garoto. Estava escuro, mas os olhos adaptaram-se:
-Disse que não gosta dessa vida...
-Sim. Pedimos esmolas sempre. As pessoas não gostam de dar nada. Têm medo de nós. Eu nuca roubei nada. Os outros sim. Os filhos dela. Da Dona Laura. E tem um cara, o marido dela, sempre bêbado. Quando a gente finalmente consegue uns trocados, ele acaba com tudo nas bebidas, e fica incomodando.
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Crônicas de St. Yória
FantasyAs "Crônicas de St. Yória" ocorrem num mundo em decadência, regido pela orbe vermelha de Marte, onde imperam os deuses do bronze e ferro das guerras. Endureceram os conflitos entre povos, as pessoas estão mais irritadiças, a violência multiplica-se...