Eles desembocaram uma extensa planície coberta de cinzas, com algumas montanhas ao fundo, nos confins. Bem no centro havia uma árvore colossal, seus galhos pareciam tocar o céu. Ela se balançava levemente, como soprada por uma brisa. Suas raízes gigantes erguiam-se da terra, semelhantes a serpentes agitadas. O tronco era composto de restos humanos mais ou menos visíveis, como inúmeros rostos e ossos. Sangue e outros fluídos escorriam e empapavam o solo. Gritos de horror ecoavam por todos os lados.
- Isso é o Arcanjo?!
-Parte dele.
-E então onde acha que está a chave?
Eles observam atentamente o local e avistam um ponto brilhante do outro lado.
-Lá está! – apontou Télamon.
-Vamos juntos e apenas defenda-se contra os ataques que virão. Não tente enfrentar o Arcanjo diretamente. Com toda certeza ele enviará os Anjos, aqueles "guardinhas" de meia pataca que você encontrou o início da Terra Dos Desgraçados.
-Ok! Estou pronto.
Télamon desembainha a adaga e a transforma na espada longa. Silas abre suas asas e potencializa suas garras, que crescem em tamanho e se tornam duras e afiadas como aço. Preparados avançam em alta velocidade. Ao se aproximarem da Arvore, são agredidos pelas violentas raízes. Elas tentam esmagá-los a todo custo, e ao atingir o solo levantam grandes porções de terra e rochas. A Arvore solta um urro ensurdecedor e agita-se estremecendo tudo e logo surge uma nuvem de Anjos, zumbindo como abelhas prontas para dar ferroadas. Télamon usa sua espada e veloz parte ao meio as criaturas que metem em seu caminho. Silas captura alguns deles com suas imensas garras e estraçalha-os.
Eles continuam avançando e cruzam a Arvore. Télamon olha para trás e estremece com a visão do Arcanjo, uma horrenda criatura, uma mulher de tamanho idêntico ao da Arvore, amarrada pelas mãos nos galhos mais altos. Seu corpo fundia-se pelos joelhos com a estrutura. Sua cabeleira era composta de centenas de serpentes que brigavam entre si; na face apenas um olho saltado e agitado, na altura do estomago abria-se uma bocarra cheia de dentes afiados, salivando sem parar um veneno mortal.
-Que coisa mais tenebrosa! – gritou Télamon enquanto nocauteava inúmeros Anjos.
-É, o deixa ouvir isso! Hehehe!
A dupla é surpreendida por um poderoso tremor sob seus pés e mãos gigantes de pedra brotam do solo para agarra-los. Eles esquivam e por pouco são capturados. Finalmente Silas pega o item radiante, aparentemente uma chave comum, se não fosse o brilho.
-Peguei!
- Me dê!
-Primeiro vamos sair daqui antes que nos devorem!
Télamon mal teve tempo de discutir, é açoitado por uma das raízes e lançado longe. Silas segura firme a chave e vai embora dali.
-Maldito! – Télamon ergue-se com dificuldade e éatacado pelos Anjos que lhe agridem a paus e pedras. – Infelizes, vou lhesmostrar do que sou capaz!!! Espada do Imperador!!!Ʌu)
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Crônicas de St. Yória
FantasyAs "Crônicas de St. Yória" ocorrem num mundo em decadência, regido pela orbe vermelha de Marte, onde imperam os deuses do bronze e ferro das guerras. Endureceram os conflitos entre povos, as pessoas estão mais irritadiças, a violência multiplica-se...