"Télamon na Terra dos Desgraçados" -3

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Ao chegar no casebre, encontra o menino e a cadelinha terminando de comer pedaços de pão:

-Onze, vamos comigo a Gavinus, comprar algumas coisas.

- Tem que ser Gavinus? – questiona enquanto limpa o farelo da boca - Deve haver um vilarejo aqui perto. Não está pensando em me levar de volta, né?!

- Vamos logo, não quero que fiquem sozinhos aqui. E pare de me olhar com essa cara de desconfiado.

-Pode ficar tranquilo que ficaremos bem. Esperamos aqui.

- Onze, vamos sim! Vai querer que eu brigue com você? Ou terei que te carregar no colo igual um nenê? Já pensou, passar vergonha na frente de todo mundo?

-Nem ouse! E também não arredo o pé daqui! – disse cruzando os braços.

-Ah, é? Sabe que eu era igual a você? Teimoso feito uma mula!Vou te esperar lá fora e contarei até três. Se continuar teimando e não vir por bem, venho atrás de ti e te levo no colo!

-É o que vamos ver, seu Télamon!

Télamon segura o riso diante da audácia do garotinho e sai do casebre.

-Um...

Lá dentro Onze tampa os ouvidos e começa a cantarolar:

-Lalalala-lalala-lalala!

-Dois...

-LALALALALA-LALALALA-LALALALA!!!

Télamon estala os dedos e termina a contagem:

-TRÊS!!!

Numa velocidade incrível adentra a casa, pega o garoto e o põe nas costas.

-Me solta! Me solta! Seu brutamonte! Vou te quebrar a pau! Me solta!!!

-Eu avisei. Agora fica quieto, caso contrário vou te dar umas palmadas.

-Me solta! Me solta! Socorrooo! Socorrooo! Cindy! Cindy!

-Aaaaaaaaa!!!- PAF! Télamon acerta o bumbum do menino com um tapinha de leve.

-Vai parar ou não?!

-Afff! Só porque eu quero! Tá, me solta! Eu vou andando!

-Se tentar aprontar...

-Prometo que vou direitinho.

-Hmmm. Te darei só uma chance,hein!

Enfim coloca o menino de volta no chão e os dois seguem o caminho para Gavinus, cidade-estado onde Onze morava com a família adotiva.

Crônicas de St. YóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora