Ao chegar no casebre, encontra o menino e a cadelinha terminando de comer pedaços de pão:
-Onze, vamos comigo a Gavinus, comprar algumas coisas.
- Tem que ser Gavinus? – questiona enquanto limpa o farelo da boca - Deve haver um vilarejo aqui perto. Não está pensando em me levar de volta, né?!
- Vamos logo, não quero que fiquem sozinhos aqui. E pare de me olhar com essa cara de desconfiado.
-Pode ficar tranquilo que ficaremos bem. Esperamos aqui.
- Onze, vamos sim! Vai querer que eu brigue com você? Ou terei que te carregar no colo igual um nenê? Já pensou, passar vergonha na frente de todo mundo?
-Nem ouse! E também não arredo o pé daqui! – disse cruzando os braços.
-Ah, é? Sabe que eu era igual a você? Teimoso feito uma mula!Vou te esperar lá fora e contarei até três. Se continuar teimando e não vir por bem, venho atrás de ti e te levo no colo!
-É o que vamos ver, seu Télamon!
Télamon segura o riso diante da audácia do garotinho e sai do casebre.
-Um...
Lá dentro Onze tampa os ouvidos e começa a cantarolar:
-Lalalala-lalala-lalala!
-Dois...
-LALALALALA-LALALALA-LALALALA!!!
Télamon estala os dedos e termina a contagem:
-TRÊS!!!
Numa velocidade incrível adentra a casa, pega o garoto e o põe nas costas.
-Me solta! Me solta! Seu brutamonte! Vou te quebrar a pau! Me solta!!!
-Eu avisei. Agora fica quieto, caso contrário vou te dar umas palmadas.
-Me solta! Me solta! Socorrooo! Socorrooo! Cindy! Cindy!
-Aaaaaaaaa!!!- PAF! Télamon acerta o bumbum do menino com um tapinha de leve.
-Vai parar ou não?!
-Afff! Só porque eu quero! Tá, me solta! Eu vou andando!
-Se tentar aprontar...
-Prometo que vou direitinho.
-Hmmm. Te darei só uma chance,hein!
Enfim coloca o menino de volta no chão e os dois seguem o caminho para Gavinus, cidade-estado onde Onze morava com a família adotiva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crônicas de St. Yória
FantasyAs "Crônicas de St. Yória" ocorrem num mundo em decadência, regido pela orbe vermelha de Marte, onde imperam os deuses do bronze e ferro das guerras. Endureceram os conflitos entre povos, as pessoas estão mais irritadiças, a violência multiplica-se...