"Télamon na Terra dos Desgraçados"-11 Imperador Vermelho

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Télamon toma distancia e desenha inúmeros círculos rubros ao redor, barrando a aproximação das criaturas. Protegido, traça linhas retas enquanto profere em alto e bom som:

-Imperador Vermelho-sangue, lance sua ira contra seus oponentes!

Uma enorme figura translucida surge sobre Télamon, um fantasma vestido com uma armadura rubra cintilante e dono de uma espada gigante, cujo cabo é ornado com dois chifres. Com um urro, ergue e desce com violência sua lâmina, liberando uma onda de energia destruidora composta de milhares de sabres de ouro. A devastação desintegra os Anjos, parte das raízes, as mãos de pedra e causa danos no Arcanjo, fazendo a Arvore envergar levemente para trás. Aproveitando Télamon recobra suas forças e foge.

Em meio aos vales de pedra, senta e recosta-se para descansar. Seu corpo doía por causa do golpe da raiz e sentia-se super exausto.

-Uau! Nunca gastei tanta energia como hoje... Sempre enfrentei oponentes mortais e fracos. E para onde foi aquele patife mequetrefe?!

Télamon junta forças para se levantar e se apoia na parede.

-Não há tempo para descanso. Preciso encontra-lo.

Decidido, segue se arrastando pelas trilhas estreitas e escuras, buscando recordar o caminho que usara para chegar até ali.

-Que demora, hein! Estava ficando entediado aqui! – disse Silas quando Télamon alcançou-o.

-Onde está a chave, seu fujão?!

-Esta? – Silas estende a grande mão ossuda e mostra o item brilhante. – Pois bem, agora é hora em que nós dois temos uma pequena conversa. Hehehe.

-Claro, conforme o combinado. É bom saber que você tem um pingo de compromisso. Hahaha! – Télamon brandiu a espada.

-Serei breve, não se preocupe. Devorarei sua alma e ainda me aposso deste interessante objeto.

-Quanta confiança. Tem boa alta estima, hein.

-Hahaha! – com suas garras Silas abre seu peito cadavérico e põe dentro a chave e alça voo na direção de Télamon, que finca os pés no solo e defende-se com a lâmina, endurecendo seu corpo como uma montanha. – Pensei que a luta contra o Arcanjo tivesse esgotado suas forças!

-Era isso que queria, não é? Deixar-me fraco para acabar comigo sem muito esforço! Hahaha! – Télamon suspende a defesa, recua alguns passos e desfere um golpe de espada a arder como as chamas de um vulcão. O peito de Silas fere e queima com profundidade, arrancando-lhe urro de dor. No entanto, Télamon cai de joelhos, tendo sua visão de súbito turvada. – O que está havendo?!

Ele apoia-se na espada e se esforça para se reerguer.

Silas voa para o alto e gira incontáveis vezes, desenhando um grande círculo no céu:

-Essa é minha chance! Obliteração!!!

Crônicas de St. YóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora