Télamon toma distancia e desenha inúmeros círculos rubros ao redor, barrando a aproximação das criaturas. Protegido, traça linhas retas enquanto profere em alto e bom som:
-Imperador Vermelho-sangue, lance sua ira contra seus oponentes!
Uma enorme figura translucida surge sobre Télamon, um fantasma vestido com uma armadura rubra cintilante e dono de uma espada gigante, cujo cabo é ornado com dois chifres. Com um urro, ergue e desce com violência sua lâmina, liberando uma onda de energia destruidora composta de milhares de sabres de ouro. A devastação desintegra os Anjos, parte das raízes, as mãos de pedra e causa danos no Arcanjo, fazendo a Arvore envergar levemente para trás. Aproveitando Télamon recobra suas forças e foge.
Em meio aos vales de pedra, senta e recosta-se para descansar. Seu corpo doía por causa do golpe da raiz e sentia-se super exausto.
-Uau! Nunca gastei tanta energia como hoje... Sempre enfrentei oponentes mortais e fracos. E para onde foi aquele patife mequetrefe?!
Télamon junta forças para se levantar e se apoia na parede.
-Não há tempo para descanso. Preciso encontra-lo.
Decidido, segue se arrastando pelas trilhas estreitas e escuras, buscando recordar o caminho que usara para chegar até ali.
-Que demora, hein! Estava ficando entediado aqui! – disse Silas quando Télamon alcançou-o.
-Onde está a chave, seu fujão?!
-Esta? – Silas estende a grande mão ossuda e mostra o item brilhante. – Pois bem, agora é hora em que nós dois temos uma pequena conversa. Hehehe.
-Claro, conforme o combinado. É bom saber que você tem um pingo de compromisso. Hahaha! – Télamon brandiu a espada.
-Serei breve, não se preocupe. Devorarei sua alma e ainda me aposso deste interessante objeto.
-Quanta confiança. Tem boa alta estima, hein.
-Hahaha! – com suas garras Silas abre seu peito cadavérico e põe dentro a chave e alça voo na direção de Télamon, que finca os pés no solo e defende-se com a lâmina, endurecendo seu corpo como uma montanha. – Pensei que a luta contra o Arcanjo tivesse esgotado suas forças!
-Era isso que queria, não é? Deixar-me fraco para acabar comigo sem muito esforço! Hahaha! – Télamon suspende a defesa, recua alguns passos e desfere um golpe de espada a arder como as chamas de um vulcão. O peito de Silas fere e queima com profundidade, arrancando-lhe urro de dor. No entanto, Télamon cai de joelhos, tendo sua visão de súbito turvada. – O que está havendo?!
Ele apoia-se na espada e se esforça para se reerguer.
Silas voa para o alto e gira incontáveis vezes, desenhando um grande círculo no céu:
-Essa é minha chance! Obliteração!!!
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Crônicas de St. Yória
FantasyAs "Crônicas de St. Yória" ocorrem num mundo em decadência, regido pela orbe vermelha de Marte, onde imperam os deuses do bronze e ferro das guerras. Endureceram os conflitos entre povos, as pessoas estão mais irritadiças, a violência multiplica-se...