Capítulo XXXII: Quando a represa se rompe nas chamas

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Lexa

Mesmo depois de tantas e agressivas novidades, estávamos tentando ao máximo parecer normais aos olhos de todo mundo. Pelo menos na medida do possível, é claro.

E uma admirável chance de normalidade surgiu e talvez a última chance de sermos realmente adolescentes antes que todas as novas e duras realidades se revelassem.

– Então, nós vamos, não é?

Perguntei com um sorriso exagerado no rosto.

Sam e Sébastien se entreolharam entre suas bandejas.

Roman deu de ombros alegre, e Killian não expressou muita coisa, como sempre.

– Se não formos vão reparar, então, não temos escolha de qualquer maneira.

Amora comentou tomando um gole de suco.

Assim que acordei essa manhã havia um panfleto sobre um luau a beira do lago ao final dessa tarde de domingo com ambas as turmas. Fiquei surpresa ao saber que folhas de papel passavam por debaixo das portas, como as normais faziam na verdade, e animada pela possibilidade de conseguir socializar.

– Mas Lexa...

Sam tentou argumentar.

– Temos que aproveitar a chance, antes que seja tarde para nós.

Roman comentou o cortando.

– Quem sabe pode ser uma boa ideia.

Killian acrescentou terminando sua garrafa d'água.

– Se todos concordam, eu não vou fazer objeção.

Sébastien acrescentou.

– Então, está combinado. Todos nós vamos para o luau hoje e vamos nos divertir.

Disse por fim conseguindo só alguns sorrisos em afirmação.

Como era manhã de domingo todos pareciam cansados e sem muita animação, porém, essa noite poderia mudar isso. Dar um ânimo que precisávamos em tamanho desespero.

Aparentemente quem estava organizando o luau eram Javier, o rapaz de cabelos platinados da argentina, Asleen que tinham sido seu par no baile do Dia dos Namorados e Onika.

Ele iria começar as nove e tinha permissão da diretora para durar até a uma da madrugada, o que não tinha sentido se tínhamos aula na manhã seguinte. Mas eu não reclamei. Não queria saber. Não me importava aliás, só queria aproveitar a oportunidade de dançar ao redor da fogueira e das tochas e rir sobre coisas normais como a roupa das outras garotas.

Continuamos sentados a mesa por mais vinte minutos em diálogos rápidos, mas logo eu tinha outra coisa que eu queria discutir.

Levei minha mente a meu irmão assim que ele desviou a sua atenção de Sébastien para seu café da manhã.

Você ainda não conversou comigo sobre seus mais novos planos sexuais.

Disse por fim, deixando um sorriso cínico no meu rosto ao comer a gelatina.

Porque eles ainda estão em andamento.

Comentou rindo mentalmente, seu humor tinha ficado melhor em um passe de mágica.

Bruxos&Demônios, vol. II - Legado&SinaOnde histórias criam vida. Descubra agora