Epílogo

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Samuel

– Tem certeza de que isso tudo é uma boa ideia?

Perguntei temendo a incrível ressaca que todos teriam com toda aquela quantidade de bebida que estávamos comprando na mercearia.

– Sam, hoje é o último dia de aula, eu não quero comer bolinhos, eu quero ficar bêbado, como todo mundo.

Rex comentou levantando as garrafas com líquido rosa e sorrindo para mim. Aquilo me fez rir, ele me fazia rir bastante agora. Era tudo bem diferente.

– Eu gosto dos bolinhos.

Disse fingindo estar ofendido.

– Eu te compro um bolinho, então... Tudo bem assim?

– Perfeito, mas tem que ser o com recheio duplo.

Comentei apontando para a bancada de doces do outro lado da loja.

– Como você quiser. Agora me ajuda escolher a vodca.

Disse ele com sérias dúvidas sobre qual deveríamos levar.

Pensei rapidamente naquele dia, há dois meses, tudo tinha mudado muito nesse meio tempo.

Rex e eu agora éramos amigos. Quase tanto quanto ele era com Skandar ou eu era com Bash, claro que foi difícil para a maioria entender isso, mas as coisas mudaram, e continuavam mudando, por que nós também não poderíamos?

Papai ainda não telefonou ou nos mandou um e-mail, nem ao menos falou com nossos avós a respeito. Só desapareceu como Killian ordenou, não que fosse diferente do que ele fez a vida toda, diga-se de passagem.

O funeral do Jawantz foi mais triste do que tínhamos imaginado que poderia ser naquela época, pois bem, sua morte havia sido bem mais brutal.

Foi difícil no começo ver mais um nome escrito no memorial, mas logo nos obrigamos a nos acostumar, essa era a vida aqui, a qual nos foi imposta e que resolvemos aceitar.

Não falamos mais sobre aquela coisa. Sobre a verdade sobre o nosso sangue, e mais nenhum aluno sabe.

Todos gostavam da gente agora, conversavam conosco e acenavam. E depois de tantos meses, foi aquilo que uniu todo mundo, o que eu achava muito sádico, aliás.

– Pare de pensar no que não deve.

Rex comentou dando tapinhas no meu ombro.

– Estava recordando da vez que Skandar deixou o seu cabelo loiro.

Disse rindo, eles tinham apostado quem conseguiria realizar um feitiço, Skandar venceu por pura sorte, e Rex foi obrigado a ficar loiro por três dias. Foi horrível. Realmente não era a sua cor.

– Pelo amor dos deuses, eu fiquei parecendo um surfista.

– Não foi tão ruim.

Comentei apontando para a vodca com nome russo.

– Boa escolha. E eu me lembro de você rindo pelas minhas costas.

– Okay, ficou horrível.

Confessei pegando o celular que estava vibrando no meu bolso, era uma mensagem do Killian. Uma tentativa qualquer de puxar assunto e averiguar o que eu estava fazendo. Era fofo, pois ele se esforçava para ser sutil.

Bruxos&Demônios, vol. II - Legado&SinaOnde histórias criam vida. Descubra agora