Bruxos&Demônios, vol. II - Legado&Sina

Capítulo XXXI: Simétrico e pessoal

Samuel

– Vamos lá, só mais cinco dessas.

Disse Killian soprando seu mais recente brinquedo, um apito de prata. Aparentemente era o metal oficial da cidade, o que não seria nada irônico.

Os músculos dos meus braços ardiam e eu não queria mais fazer nenhuma dessas flexões idiotas e sem sentido, mas eram necessárias. Porém, eu ainda queria simplesmente desaparecer, mas continuei.

– Eu não poderia fazer uma dessas em um lugar com ar condicionado?

Lexa perguntou com sua testa pingando de soar.

Por algum motivo estávamos passando por uma onda de calor em plena primavera.

– Só mais duas, Lexa. E você pode ir.

Killian respondeu largando seu apito e pondo as duas mãos na cintura, mostrando o corpo desnudo da cintura para cima.

– E... C-cem.

Disse ela se sentando e tirando o cabelo da testa.

– Amor, vocês não fizeram nem trinta flexões.

Disse Roman a ajudando a levantar.

– Trinta ou cem, faz pouca diferença. Eu quero é um banho... Temos aula hoje.

Disse ela tremendo com a voz em ironia, Lexa não era a maior fã das aulas na sala circular, acho que era só para fazer pose.

– Estamos dispensados?

Amora perguntou acertando seu top.

Treinávamos e malhávamos agora com roupas de ginásticas que surgiam no nosso corpo sempre que entravamos dentro da sala de musculação. Era muito útil, para falar a verdade.

– Sim, podem ir.

Killian respondeu pegando duas garrafas d'águas do chão e jogando na direção de Bash e Amora.

– Valeu.

Disse Sébastien quase fugindo do cômodo.

O mau era necessário, mas ainda éramos pouco acostumados ao esforço físico quase diário.

Roman e Lexa os seguiram em uma conversa própria, enquanto eu continuei sentando no chão, admirando a barriga torneada e definida do meu namorado ruivo.

– Não me olhe desse jeito – disse ele ainda com seu rosto virado na direção onde os outros estávamos – Não posso ficar animado com esse short, é muito... Visível.

Comentou por fim já se abaixando para ficar na mesma altura que eu.

– Logo eu posso estar assim também, quem sabe.

Disse me esforçando para levantar. Sua expressão mudou depois disso.

– O que quer dizer como isso? Desde quando sua aparência física era o foco disso?

Perguntou curioso.

– Não estou dizendo isso – respondi abrindo a garrafa d'água – Só que é um ganho adicional, não é? Os músculos e tudo mais. Não que eu esteja em má forma, mamãe e papai me deram bons genes – disse me encarando no espelho, meu corpo era magro, mas nem tanto. Eu era um pouco alto, mas estava no peso certo, e minha coxa e canela tinham um formato descente e se eu penteasse o cabelo e torcesse para não estar muito claro sobre eles, eu ficaria bonito – Só acho que todo mundo gosta de um tanquinho. Eu não sei direito.