Capítulo XXXIV: Amantes (dis)funcionais

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Lexa

Depois do terrível acontecimento envolvendo meu irmão e seu atual nêmesis, a paz durava cada vez menos em nossa estranha e destinada família nada ortodoxa. Tornando tudo diferente para nós.

Eu queria me recusar a dizer as palavras, mas era inútil. Sam e Rex haviam se beijado e quantidade de emoções geradas naquele momento tinha sido forte o suficiente para vazar por todos os nossos canais, me fazendo ver e pior, sentir tudo que estava acontecendo.

Fisicamente eu estava no meio de uma maçante aula enquanto minha mente tinha vagado do meu corpo e sido totalmente preenchida pela consciência do meu irmão, que por sua vez estava com sua boca preenchida pela língua do Rex, e todos os três presos em uma avalanche de estranhos sentimentos desgovernados.

Porém, as novidades aumentavam sempre e sempre.

Depois do beijado que só nós sete sabíamos, Rex tinha terminado com Hazel, o que virou boato rapidamente pelos corredores da Casa da Leoa, pois ele tinha simplesmente terminado com ela e não por outra garota, mas sim para ficar sozinho. Ou pelo menos era o que ele tinha dito para impedir ela de querer saber a fundo o que tinha realmente acontecido, e honestamente nem eu sabia como isso tinha o influenciado de verdade.

Tornando-se desse jeito o segundo rapaz a decidir a não querer nada com ela por intermédio do meu irmão.

Todavia Killian não falava com Sam há dias e nem tinha ido a aulas normais e nem para os treinos na sala de musculação. Roman diz que agora ele só fica no quarto, deitado com uma expressão triste que eu ele nunca tido visto.

Como Roman e Sébastien tinham descoberto o ocorrido por seus respectivos colegas de quarto, eu pude contar a Amora com a consciência limpa.

Depois disso tivemos outra surpresa, a quase declaração pública de Skandar e Birdy que agora também estavam namorando. Para surpresa da maioria, mas não minha.

Havia também mais uma surpresa. Killian tinha conseguido a informação que precisávamos, o ponto cego da academia. Porém, a informação se mostrou inútil já que Killian ainda não falava com meu irmão desde o famigerado beijado.

Por outro lado, Rex tentava se manter longe de nós o máximo que conseguia, mas não como se mostrasse repulsa, na verdade havia culpa e preocupação o rodeando o tempo todo. Ainda sim eu conseguia pegá-los nos espiando sempre que dava.

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– Quanto tempo acha que isso vai durar?

Amora perguntou terminando de se arrumar para o almoço.

– Sinceramente, não faço a menor ideia. Como não posso ler o Killian é difícil saber como ele reage as coisas, fora o que ele nos conta, o que é quase nada.

– Mas ele o ama...

Disse ela de cabeça baixa.

– E acho que meu irmão também, mas ainda assim, ele não beijou o Samir ou Zac, ele beijou o Rex. Alguém que não só meu irmão odiava, mas Killian também. Deve ser doloroso e confuso de processar.

Completei prendendo o cabelo com uma caneta.

– Porém, eles precisam. Por eles, e por nós. Pois você sabe também bem quanto eu que isso pode acabar...

– É, eu sei – disse em tom fraco – Mas não dá para chegar e falar, vocês precisam voltar a namorar ou todos nós podemos morrer em uma guerra, companheiros. Não dá.

Bruxos&Demônios, vol. II - Legado&SinaOnde histórias criam vida. Descubra agora