Desculpa?

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Clarice surgiu linda diante de meus olhos! Estava bem vestida, parecia que ia sair.

– Bom dia, Gata!

– Bom dia, primo. Estou saindo.

Como assim? Não eram nove horas da manhã ainda...

– Aonde tu vai? Quer que eu te leve?

– Não sei que horas volto!

Clarice sequer viu a surpresa que fiz... Deixei as coisas como estavam, talvez ela visse quando voltasse... Fiquei chateado e curioso para saber o motivo que a fez sair daquele jeito. Esperei por ela na sala, vasculhei seu facebook e só encontrei mensagens de amigas, tentei descobrir a senha do e-mail, mas foi em vão... procurei não pensar mais nisso, eu estava 'procurando chifre em cabeça de cavalo'. Clarice voltou, sentou na mesa de centro à minha frente e perguntou se eu queria conversar sobre a noite anterior.

– Me sinto um idiota por ter pensado aquilo sobre você, desculpe. Mas entenda meu lago, Gata, quem é virgem não sabe fazer sexo oral, normalmente raspa o dente, pega de um jeito errado e tu não, tu fez perfeitamente, por isso desconfiei.

– Tudo bem, Felipe, vou confessar... Às vezes eu assisto 'vídeos educativos' e leio bastante sobre sexo na internet. Eu vi um vídeo onde uma mulher ensina como fazer sexo oral, ela usou uma banana para explicar e disse que a forma correta de fazer isso era não arranhando a banana com os dentes.

Imaginei a cena e ri.

– E aí tu ficou treinando em bananas!

– Fiquei! Felipe, eu fiz tudo por você. Não queria que você pensasse que eu fosse uma virgenzinha qualquer que não sabe fazer nada... queria estar preparada para você.

– Clarice, tu não precisava ter feito nada disso... o que eu vou te ensinar agora?

– Me ensina como você gosta! Eu ainda preciso aprender bastante coisa!

– Me perdoe, Gata, prometo nunca mais te acusar de nada e acreditarei mais em ti!

A guria tirou a blusa e começou a me beijar e a tirar minha roupa... eu fugi.

– Clarice, desculpa...

– O que está acontecendo?

– Nada...

– Confie em mim, Felipe... eu entenderei...

Fiquei em silêncio e fui tomar um banho. Tive medo de que pensasse que eu não a queria, o que não era verdade... eu queria e muito, mas não como sempre fiz, queria que fosse especial e com amor...

Procurei Clarice pela casa toda e não a encontrei, liguei para ela, não atendeu, mandei uma mensagem: 'onde tu está?', sem resposta, comecei a me preocupar... liguei mais seis vezes e na sétima Aline atendeu:

– Alô? Felipe é a Aline.

– Onde vocês estão?

– Passeando no shopping. Não se preocupe. Estamos bem.

– Deixa eu falar com a Clarice.

– Felipe, eu sei que você está nervoso, mas... ela não quer falar com você. Ela nem queria atender, eu que insisti. Não achei certo te deixar sem notícias. À noite vocês conversam, está bem?

– Aline, obrigado por ter atendido.

Almocei e como ela ainda não havia voltado, deixei um bilhete: 'reunião na escola. Volto as 17:00' e saí.

Clarice estava lendo um livro na sala quando cheguei.

– Oi, Gata! Trouxe uma coisa para ti!

– Obrigada.

– Temos um jantar amanhã e quero que tu vá com ele.

– Não.

–'Não'? – fiquei confuso, ela nunca recusou uma festa!

– Não. Se você quer minha companhia então me convide ao invés de mandar.

Ela jogou o vestido na minha cara, acredita? Eu tinha sido grosseiro com ela, deveria pedir desculpas... fui atrás.

– Clarice. Desculpe, tive um péssimo dia e descontei em ti... Tu me daria a honra da tua companhia no jantar da escola amanhã?

– Que horas?

– Às sete da noite.

– Pensarei.

Respirei fundo e percebi que a tinha chateado, sentei ao seu lado na cama e ressentido disse que sabia que nosso dia não tinha começado bem e esperava que o próximo começasse diferente, não curtia brigar com ela, não gostava de vê-la chateada...

– Prometo te recompensar amanhã. Certo?

Mais uma vez fiquei sem resposta. Clarice levantou, colocou uma sacola sobre a cama e pediu para eu sair.

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Dos 18 Aos 66Onde histórias criam vida. Descubra agora