Minha Ruína.

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No final do ano, o mané do Anthony chegou para a reunião anual e enquanto ele estava por aqui, eu ficava mais atento em Clarice, silenciosamente controlava o horário que ela saída para a escola, o horário que voltava e ligava mais vezes durante o dia.

Por três dias seguidos acordei com ela gemendo e chamando por ele enquanto dormia. No primeiro dia fiquei puto, mal falei com ela, no segundo, não queria nem chegar perto, mas no terceiro não aguentei mais e a chamei para conversar, Sophia estava na casa de Davi, comprei algumas cervejas e a chamei na sala.

– Como tu está?

– Estou bem, Fel. Por que pergunta?

– Tem sonhado com Anthony?

– Como?

Não sei se ela não entendeu ou fingiu que não entendeu, mas com certeza não esperava que eu fizesse aquela pergunta.

– Nos últimos dias tu tem gemido bastante enquanto diz o nome dele...

– Felipe...

– Tu sonha que está transando com ele, Clarice...

– Claro que não! Que ideia é essa?

– Eu te conheço, Gata, sei muito bem quando tu tem orgasmo.

– Pare com isso, Fel...

– Nos últimos três dias tu teve orgasmos, sonhando e chamando por ele. Faça o seguinte: vá até o hotel e converse com Tony, decida o que tu quer porque eu não aguento te ver pensando em outro...

– Claro que não vou... você está doido.

Perdi a cabeça e gritei com ela. Depois de muita insistência minha ela concordou dizendo que eu só poderia estar doido. Deveria estar mesmo para pensar numa coisa daquelas, mas eu não conseguia mais ficar perto dela sem imaginar se a guria estaria ou não pensando no mané. Ela saiu e bem mais tarde voltou me chamando.

– Felipe, venha, vamos conversar.

– Como foi?

Meu coração estava apertado, talvez aquele seria o momento em que eu perderia, mais uma vez, minha guria para o mané.

– Ele continua lindo, Felipe! Sexy, sedutor, carinhoso...

– Não quero saber disso, me conte sobre a conversa de vocês.

– Foda-se se não quiser saber, você me fez ir até ele agora vou te contar tudo! Cheguei na recepção e pedi para o chamarem, ah, Felipe... quando ele me viu abriu um sorriso caloroso, veio ate mim, me abraçou e encostou a boca macia em meu rosto... no cantinho da boca, sabe? Me excitei na mesma hora...

– Pare, Clarice. – pedi muito irritado.

– Ele me convidou para tomarmos um café e claro que aceitei! Imagine se não aceitaria! Ele estava de camisa branca debaixo do terno preto... hmmmm um contraste delicioso! Sorrindo sempre! Tony sempre foi sorridente, lembra? Ainda tem aquele olhar de menino travesso e aquele riso contagiante!

– Clarice, tu tá me provocando... pare.

– Ele jogava o charme dele, Felipe! Que homem charmoso! Adivinha? Ele não casou, ele não tem filhos e quer saber o que ele disse? ' Meu pedido de casamento continua válido! É só você dizer que sim'. Com essas palavras, acredita? Pois é, ele praticamente me pediu em casamento de novo. Ele ainda me ama, Felipe, ele ainda me deseja, Anthony ainda me quer.

– O que tu respondeu? – perguntei com muito medo da resposta.

Dos 18 Aos 66Onde histórias criam vida. Descubra agora