Retorno Tão Esperado.

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Horas intermináveis até Bagé, de Bagé até Porto Alegre e de Porto Alegre até Curitiba. Não via a hora de vê-la. Peguei um taxi e fui direto para o meu apartamento, assim que entrei vi sacos de lixo com algumas coisas dentro no canto da sala, eram as minhas coisas que estavam na casa da guria, ela devolveu tudo. Deixei para depois e fui tomar um banho, peguei meu carro e fui direto para a casa dela, meu coração estava quase saindo pela boca.

Anthony e Davi estavam saindo com um cachorro, provavelmente o cão da Clarice, o tal Jack. Aproveitei a ausência deles e entrei, Clarice veio correndo e parou quando me viu.

– Felipe.

Que guria linda! Ela tinha acabado de sair do banho e estava com a toalha enrolada no corpo. Queria correr até ela e a envolver em meus braços e nunca mais soltá-la. Engoli minha emoção e com a voz trêmula perguntei:

– Feliz em me ver?

– Como entrou?

– Ainda tenho a chave.

Dei um passo à frente e ela se afastou. Não queria que me aproximasse e eu, claro, respeitei.

– Não se aproxime.

– Gata...

– O que você quer?

– Falar contigo. Estou com saudade, guria!

– Eu não quero falar com você, Felipe. Vai embora, saia da minha casa.

– Deixa eu explicar...

– Não seja ridículo. Explicar o quê? Que você me abandonou e não quis mais saber de mim? Eu já sei de tudo isso.

– Farei um jantar para ti amanhã em meu apartamento, eu não vou desistir de ti, Clarice. Te espero às oito da noite!

Voltei para meu apartamento feliz por ter visto minha amada, previ que não poderia tocá-la, mas fiquei chateado mesmo assim.

Desfiz minha mala e levei aqueles sacos de lixo para o quarto. Não me preocupei com eles, minha única preocupação naquele momento se chamava Clarice.

Pela manhã fui à floricultura e mandei entregarem um buquê de cravos brancos para ela na escola. Precisava falar com meu primo e liguei na Fly, para minha surpresa, Clarice atendeu.

– Bom dia, Gata!

O que você quer?

– Falar com meu primo.

Ele está ocupado. Eu aviso que você ligou.

Ela realmente não queria falar comigo. Fiquei com medo de que não fosse jantar em meu apartamento, eu a amava muito e ainda tinha esperança. Naquela tarde fui ao supermercado e comecei a preparar o jantar.

Meu coração acelerou quanto ouvi a campainha e quando olhei pelo olho mágico, tive certeza de que era ela! Clarice tinha a mania de tapar o visor com o dedo! Respirei fundo e abri a porta:

– Gata! Tu está linda! Entre.

– Obrigada.

– Comprei o vinho que tu gosta! – disse servindo-nos.

– Quer me deixar bêbada?

– De forma alguma! Te quero bem sóbria para me ouvir!

– Então comece a falar.

Direta como sempre! Coloquei a travessa no forno e a levei para o meu quarto, precisava lhe entregar as cartas. Queria que ela soubesse de tudo que aconteceu. Tirei a caixa do guarda-roupa e a entreguei. Ela abriu, peguei uma e disse:

Dos 18 Aos 66Onde histórias criam vida. Descubra agora