Não Até Tu Falar.

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Às seis horas da tarde liguei para minha prima avisando que estava à caminho da casa dela. Cheguei e a chamei.

– Em meu quarto. – ela avisou.

– Posso ir aí?

– Se você quiser me ver nua, pode!

Queria muito, o problema é que dessa vez não me conteria! Fiquei ao lado da porta e a empurrei lentamente.

– Felipe?

– Estou aqui ao lado, quando estiver vestida, me avise.

– Eu estou vestida, seu bobo!

Fiquei receoso de ela estar mentindo e entrei devagar.

– Você está elegante!

– Tu está perfeita, guria! Como sempre!

Toquei-a no ombro e ela sentou na cama dizendo que estava com cólica, depois foi ao banheiro, voltou e terminou de se arrumar.

– Estou pronta, podemos ir!

– Terei trabalho nesse casamento!

– Por que, Fel?

– Olhe para ti! Está linda!

– E o que isso tem a ver com te dar trabalho?

– Muitos caras dando em cima de ti... Meu ciúme falará mais alto!

– Você tem ciúmes de mim? – se animou.

– Claro que tenho! Tu é minha prima!

***

Nos posicionamos para entrar na igreja. Clarice estava linda ao meu lado e eu orgulhoso por ter a companhia da mulher mais linda daquele casamento! Ela tremia.

– Relaxa, guria. Tudo dará certo!

Mas ela não relaxou. Assim que a marcha nupcial começou a tocar, senti Clarice tremer mais, discretamente pedi para ela se aclamar sussurrando em seu ouvido. Logo que sentamos, segurei a mão gelada dela e repousei sobre minha perna.

Durante a festa, minha prima ficou estranha, a chamei para dançar várias vezes e de cara fechada se recusou. Sentei ao seu lado.

– O que foi, Clari? Tu está estranha...

– Não foi nada, Fel.

– Tu está triste... é TPM?

– Deve ser...

– Quer ficar sozinha?

– Por favor.

– Qualquer coisa que precisar, me chame.

– Ok.

Conversava com uma das amigas de Mariana quando Clarice avisou que estava indo para casa.

– A Mari nem jogou o buquê ainda!

– Estou indo embora.

Odiava quando Clarice tinha surtos de mau humor. Aproveitei mais um pouco a festa e fui descansar.

Acordei cedo e fui ao supermercado. Guardei as compras, comecei a preparar o almoço e liguei para ela.

Diga. – atendeu secamente.

– Esteja aqui ao meio-dia.

Para quê, Felipe?

– Não faça perguntas. Te espero ao meio-dia.

Dos 18 Aos 66Onde histórias criam vida. Descubra agora