Coisa Ruim.

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Acordei com o cheiro de cereja dos seus cabelos, Clarice estava sentada no chão ao lado da minha cama.

– Bom dia, meu amor!

– Bom dia, Gata!

– Tenho uma surpresa para você!

– Adoro surpresas pela manhã! Mas adoro mais ainda tu vindo me acordar!

Ela veio me dar um beijo e eu a puxei para cama. Eu estava feliz por ter resolvido aquela briga idiota da noite anterior. Onde eu estava com a cabeça por pensar em fazer aquilo com ela? Eu precisava controlar minhas raivas, não poderia deixar que Clarice fosse afetada novamente.

– Impossível não me apaixonar por ti. Tu é encantadora, prima!

Fomos para a cozinha e me senti amado pelo que vi! Ela tinha preparado o café da manhã para mim!

– Guria tu fez bolo! Eu senti o cheiro, mas achei que fosse a mãe da Aline!

– Ainda está quente! Como você gosta!

– Obrigado, Gata!

Ao puxar a cadeira para sentar vi o cravo branco e um bilhete: "quando eu imagino que a vida não pode ser mais bela, vem você e a deixa perfeita!'

– Tu que é perfeita! ­– e como era!

Clarice perguntou se eu teria ensaio, confirmei e perguntei se ela queria ir, mas sugeriu passar na casa de Kiko depois para irmos ao cinema.

***

Aquela banda nunca tinha se apresentado em lugar nenhum, ficávamos apenas ensaiando e não passava disso... Não sei porquê eu ainda fazia aquilo, talvez fosse para relaxar, afinal eu gostava de tocar com os guris!

Kiko perguntou sobre Clarice: como ela estava, o que ela fazia, por que não quis ir ao ensaio... e teve a coragem de perguntar se eu estava gostando de namorá-la, acredita?

– Se eu não estivesse gostando, não estaríamos juntos, não acha?

Ele ficou me olhando sem entender, bom, não esperava muito dele!

– Hoje é aniversário da Mari, faremos uma reuniãozinha com os amigos no apartamento dela e gostaríamos muito que vocês fossem!

– Claro! Falarei com a Clarice quando ela chegar!

– Ela vem aqui? – se animou demais coma notícia...

Por que perguntou com tanta surpresa? Isso não me cheirava bem... Avisei que estava pronto para começar a tocar. Ensaiamos até às 17:00 e Clarice apareceu, me deu um beijinho e enquanto eu guardava os cabos e a guitarra, Mariana ficou conversando com ela.

No shopping Clarice perguntou se Kiko havia mencionado algo sobre a reunião na casa de Maria, confirmei e fomos à caça de um presente.

– Fel, tem uma loja no andar de baixo que tem coisas diferentes, vamos lá?

Eu parei na mesma hora e sorri com o coração quente.

– 'Fel'? Tu nunca me chamou assim!

Ninguém me chamava assim, apenas ela, a única guria que eu amaria até meu último suspiro!

Compramos o presente e fomos para casa, tomei um banho, me arrumei e saímos em seguida. Mariana nos apresentou aos seus amigos, Clarice foi à cozinha e eu sentei no sofá ao lado de Elisa que quase sentou no meu colo de tão próxima que estava.

– Aqueles dois que estão dançando são namorados?

– Clarice e Thiago? Não, são apenas amigos. Por quê?

– Ela é sua prima, não é?

– Sim e Thiago toca comigo...

– Rola um clima entre os dois, não rola?

– Claro que sim! Clima de amizade e respeito!

– Ele tem namorada?

Eita mulherzinha curiosa! Eu já estava me cansando daquele interrogatório a respeito dos dois.

– Ele não, mas a Clarice namora.

– Coitado do namorado dela. Os dois não se largam e onde ele está? Provavelmente em casa pensando que ela está dormindo.

– Tu me ofende falando assim da minha prima. Tenha mais respeito por quem tu não conhece. O namorado dela não está em casa, está aqui perdendo tempo conversando com alguém como tu.

Levantei e fui até eles.

– Posso roubar minha namorada um minuto?

Abracei Clarice, coloquei minhas mãos no rosto dela e beijei sua boca macia. Ela confessou ter ouvido a conversa e agradeceu por defende-la.

– Capaz que deixarei alguém falar mal de ti, guria. Não me conhece?

Pelas horas seguintes que passamos na casa de Mariana, Elisa não parava de se insinuar para mim, aonde eu ia ela estava atrás, parecia minha sombra, me senti desconfortável e até pensei em tomar um banho de arruda! Clarice conversava com Thiago que se queixava por não ter companhia naquela noite, odiava ficar sozinho em casa, perguntei se ele queria passar a noite conosco.

– Não quero incomodar, Felipe.

– Pessoas queridas não incomodam!

Clarice estava com um pressentimento ruim e quis ir embora, eu conversava com Thiago e ela permaneceu em silêncio, alguma coisa a estava perturbando.

Fui com ele para a cozinha preparar um chimarrão e Clarice, como sempre fazia ao chegar em casa foi direto para o quarto trocar de roupa. Ouvimos seu grito chamando por nós.

– O que foi, guria?

– Alguém entrou aqui. – ela disse assustada.

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Dos 18 Aos 66Onde histórias criam vida. Descubra agora