Redwine Djwell

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Armind estava logo a frente, mas Redwine decidiu dar a volta na cidade até chegar no Pico Da Alvorada que ficava de frente para o Rio Cosã que era a divisa entre Armind e as Rochas sombrias, haviam poucas casas ao redor da muralha de Armind o que deixava Redwine mais calma. Depois de um dia de viajem eles conseguiram chegar ao Pico da Alvorada sem nenhum problema, tudo parecia calmo até que a neve natural da noite começou a cair.

- Sabe – Christian se aproximou de Redwine e falou – meu povo costumava a falar que a terra era feita toda por gelo.

- Algumas pessoas tendem a mudar algumas coisas para que a estória fique mais interessante – ela diz sem olhar para ele, o pico estava logo a frente – algumas pessoas bobas acreditam! – Ela fala e sorri para ele dando a entender que Christian era uma dessas pessoas.

- Muito engraçado – ele fala um pouco sem graça.

- Hilário – ela ri e continua a andar.

- Onde vamos acampar hoje? – Sir. Tavin pergunta

-- Ali – Innêhi aponta para uma casa que se encontrava próxima da montanha.

- Mas e se tiver alguém lá? – Sir. Tavin fala presunçoso.

- Todos os homens vão para as muralhas de Armind a noite – Laghine responde.

- Porque? – Christian pergunta.

- Alguns Kahus caçam seu alimento de noite – Redwine é quem responde e anda até a cabana seguida por Christian e Sir. Tavin.

Uriah arromba a porta e todos procuram um espaço para eles no lugar apertado, mas que dava para sobreviver. Redwine senta ao lado da porta com a cabeça encostada no batente sua mente roda e sua mão vai até seu bolso onde estava a joia da espada de gelo.

- Acho melhor você pegar mais leve – ela escuta Uriah falar para Laghine – pois é perigoso você quebrar uma unha.

- Fala para si próprio – Laghine pergunta enquanto empurra uma mesa para o canto do cômodo.

Redwine ri e ve Innêhi fechar a cara.

- Eu gosto é assim mesmo – Uriah fala num tom sarcástico e depois se senta ao lado de Christian.

- O que é isso? – Christian pergunta quando vê pequenas coisas brilhantes voar pelo local.

- São ninfas – Redwine responde e coloca uma em sua mão.

- Não pensei que elas fossem tão pequenas – Sir. Tavin diz.

- A fortaleza das ninfas ficam atravessando próximos daqui, elas gostam de passear a noite e trazer luz para quem não tem.

- São umas graças – Uriah fala colocando uma em sua mão.

- Mas, se você estressar elas, podem ser seu pior pesadelo – Innêhi fala para Uriah que não compreende o tom de voz do elfo.

- Não pretendo estressa-las – ele fala e deixa ela voar.

- Acho melhor dormir agora – Redwine fala – amanhã a caminha da será longa.

- Não vamos atravessar a montanha? – um dos soldados de Christian quis saber.

- A neve está carregada e qualquer deslize forma um problema e todos morreríamos soterrados.

- Mas não temos tempo – Christian intervém.

- É melhor demorar um pouco do que morrer no final do caminho – Redwine boceja e joga a cabeça para o lado.

Ela estava cansada e não queria admitir, mas seu corpo clamava por descanso.

- Tudo bem – Innêhi toca seu arco e se volta para Redwine – eu fico com o primeiro turno.

-Obrigada – ela fala e deixa que seus olhos fechem lentamente.    

Redwine desperta ao ouvir um som próximo a si, ela olha para os lados e se depara com Uriah cantarolando em baixo som uma música na qual ela nunca tinha ouvido.

- Desculpe – ela escuta Uriah falar para alguém – não queria acorda-la.

- Tudo bem – quem falava era Laghine – a música que você estava cantando, fala sobre o que?

- Você quer ouvir? – Uriah pergunta.

- Claro.

- O frio da montanha vamos escalar, para uma espada podermos conquistar. O motivo que nos leva é honra, força e paz matando os monstros, lutando para vencer a guerra que começa nos faz perecer, mas no final a vitória vem e coroados pelo rei seremos e, enfim, com honra e paz viveremos – Uriah finaliza a canção e sorri para Laghine – foi uma canção inventada depois da grande guerra que devastou toda a Asquelon, as esperanças de dias melhores era só o que passava na cabeça do povo e claro com o tempo, a verdade passou a virar lenda. A lenda virou um mito e o mito virou só mais uma das estórias contadas pelas amas de leite.

- Sinto muito – Laghine fala sem saber o que dizer.

- Tudo bem, agora os reinos se juntam para reconstruir os estrafos que o fogo causou.

No canto da casa Innêhi estava com o rosto voltado para parede e os olhos abertos ouvindo a conversa dos dois – parecia que um tinha uma quedinha pelo outro, mas nenhum dos dois queriam admitir – com a respiração um pouco pesada.

Redwine se senta no seu canto e dá um breve bocejo.

- Uriah, pode dormir agora. Eu fico de vigia até o sol nascer e ao que parece, não falta muito.

- Tudo bem – ele fala e deixa seus olhos se fecharem lentamente.

Depois de alguns minutos de silêncio, Redwine olha para a elfo que ainda estava acordada, ela começa a cantarola a música de Uriah, mas logo volta os olhos para a parede e dorme.

O turno passou bem mais rápido que Redwine esperava e antes que o sol aparecesse no céu, todos já estavam de pé e Innêhi os guia subindo o Pico da Alvorada.

- Fiquem todos juntos – ele olha para cima e vê a quantidade extraordinária de neve que tinha na montanha – e cuidado onde pisam, qualquer deslize pode causar uma avalanche.

Redwine segue logo atrás do elfo e à medida que eles subiam o frio ia aumentando com a quantidade de neve que cobria a montanha.

A escalada segue calma sem nenhum incidente e Redwine fica feliz por isso, pois de tudo que já havia passado, não estava esperando mais um desafio.

- Ali está – Redwine escuta Laghine falar – o Rio Cosã e logo atrás daquela grande vegetação estão as Rochas Sombrias – todos já estavam em cima da montanha e olharam para o lugar onde Laghine apontara a neve caia drasticamente e o frio era assustador, era preciso gritar para ser ouvido.

- Vamos – Uriah é quem fala aos gritos – antes que o frio congele a todos nós – e é ele o primeiro a descer a montanha em seguida seus companheiros de viajem.

As Reliquias De Gelo E Fogo - Trono De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora