Já passava das três da manhã e todo o palácio estava em silêncio, Sargon conversava com um homem de pele grossa e um corpo bem alto quando escuta algumas batidas na porta.
- Entre – ele diz.
Era Alice. E segurava em suas mãos o manto que o imperador dera de presente a Harllan, o homem que conversava com Sargon olha com uma expressão de desprezo para a princesa que estremece.
- Não precisa ter medo querida – Sargon percebe a expressão da princesa e tenta acalma-la e pega a manta – muito bem, agora vá dormir em seu quarto e fique longe de Harllan, quando o serviço estiver pronto deixarei a manta em um lugar bem visível e se estiver com eles às pessoas podem achar que fez parte – Sargon fala com uma voz sarcástica e a princesa sem saber o que dizer faz uma reverência e sai do recinto – acho que já podemos ir.
Sargon sai do escritório seguido do homem alto e caminha calmamente até o quarto do seu filho mais novo.
Assim que ele entra, vê o príncipe Antony dormindo com a respiração calma, Sargon se aproxima do filho e fixa os olhos nele.
- Eu te amo – ele fala e passa a mão na cabeça do menino que acorda com o toque.
- Papai – o menino diz com um bocejo – aconteceu algo? – ele olha para o homem atrás do pai – e quem é esse?
- Não aconteceu nada querido – ele sorri e acaricia a face do filho – e esse aqui é apenas um amigo que veio fazer uma coisa aqui no seu quarto – ele olha para o homem e pede para se aproximar com um aceno da cabeça.
Antony vê o homem se aproximar até que sua visão escurece, Sargon coloca uma almofada no rosto do filho que dá alguns gritinhos abafados "para, por favor, pai" o menino suplica e se debate para tentar recuperar o ar. O homem que estava com imperador empunhava uma adaga e corta lentamente o pescoço do menino fazendo com que o sangue espirre pelo seu rosto, assim que o menino parou de se debater o homem pega a manta do príncipe Harllan e limpa o rosto.
- Passe no sangue – Sargon ordena e o homem obedece – agora esconda a manta atrás do guarda-roupa, amanhã cedo farei com que limpem o quarto para acharem a manta e a adaga (que tinha o brasão do Sul) – o homem sem ao menos responder apenas vira as costas e faz o que Sargon manda.
Depois de tudo pronto os dois saem calmamente do quarto e caminham de volta ao escritório do imperador, lá Sargon entrega ao homem uma sacola de moedas.
- Saia pelos fundos – o homem nada responde apenas vira as costas e sai.
"Será que eu devia sentir dor?" ele perguntou para si próprio enquanto andava pelos corredores do palácio até seu aposento "Talvez não o amasse o bastante" Sargon agia com naturalidade apesar da morte de seu filho tudo parecia como se nada estivesse acontecido.
Assim que ele entra no quarto sente o peso das horas acordadas, já passava das quatro da manhã e Sargon não conseguia mais manter os olhos abertos.
~
- Majestade – ele é acordado com os gritos da criada – majestade!
- O que aconteceu? – Lídia olha para a mulher gorda que corre desesperada na direção da cama e alguns soldados tentam detê-la o que não é possível.
- Desculpem por entrar assim, mas eu não sabia mais o que fazer! – ela tenta explicar.
- Tudo bem Jikí – Sargon esfrega os olhos e fala – diga o que aconteceu.
- Estava eu como de costume indo acordar o príncipe Antony para a lição e... – a mulher gagueja e começa a chorar.
- Desembuche – a voz da imperatriz soa preocupada e tensa.
- Seu filho, majestade estava... Ele está... – a mulher suspira e retoma o folego – está morto milady.
- O que? Não pode ser – Lídia pula da cama e anda em direção ao quarto do filho aos prantos, Sargon a segue – meu filhinho, Antony – a mulher gritava aos prantos. Assim que ela abre a porta do quarto e seus olhos recaem sobre o filho com a garganta cortada, seu corpo desaba nos braços do marido que estava próximo dela.
- Chamem Marrid – o imperador grita.
Depois de alguns minutos alguns curiosos surgem para ver o ocorrido e a imperatriz acorda de seu desmaio e Sargon pede para que a levem dali. A mulher sai aos gritos de desespero e alguns segundos depois Marrid aparece acompanhado do príncipe Dartã que desespera ao ver o irmão.
- Levem o corpo daqui – Sargon ordena – e chame alguns criados para limparem o quarto, qualquer vestígio do assassino é importante.
- O assassino deve morrer! – Dartã fala furioso.
- Certamente – Sargon conclui e vai ao encontro de sua esposa que chorava no quarto. Ele tenta conforta-la, mas todo esforço é em vão e Sargon decide deixa-la sozinha aos cuidados de uma criada.
Uma hora depois Sargon encontra Alice andando calmamente pelo jardim do palácio e vai ao seu encontro.
- Majestade – ela cumprimenta com uma reverência e o imperador toca de leve sua pele que estava inchada.
- Esteve chorando, Alice? – ele pergunta e solta a face da garota.
- Por sua família majestade.
- E onde está Harllan?
- Creio que ainda não acordou majestade – ela fala com a voz acanhada.
- Melhor assim – ele sorri – mas Alice, não se preocupe com minha família, eles irão superar.
\\Y
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As Reliquias De Gelo E Fogo - Trono De Gelo
Science FictionO livro conta a história de um império que vivia uma reviravolta com a louca vontade do homem por poder que pode não ser muito bom, leva o império de Asquelon a sofrer uma grande guerra e assim que todos dobraram os joelhos ao proclamado imperador S...