Oyá, árvore de mim.

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    Os ventos nas folhas são Oyá. Os raios no céu também são Oyá. É Oyá a tempestade que cai de repente. A mãe que protege seus filhos. A companheira inseparável. A amiga de todas as horas. Oyá é inquieta, curiosa, sedutora, alegre, guerreira... Uma mulher  inigualável e, muitas vezes, incontrolável emocionalmente, pois, ela defende o que é seu com a sua própria vida. Oyá dá a vida por um filho seu. E por um grande amor, ela vai até o infinito em busca dele sem olhar para trás. Ela é dona dos Eguns, dos bambuzais, da tarde e de tudo que tem vida. Ela é a própria vida em movimento. E como dança mesmo triste. E se alegre, dança muito mais. E se pensativa, alegra-se e entristece ao mesmo tempo, mas nunca para de dançar. E como dança essa mulher! Deusa dos movimentos, dos ventos e de tudo que há em mim. "Oyá, árvore de mim!" Senhora, das minhas retinas, ilumina-me com os seus raios incandescentes. Guia-me com os teus ventos certeiros. Ampara-me com as tuas mãos quentes e acolhedoras. Oh! grande mãe, escolha-me como filho preferido seu e dê-me os seus chifres para que a senhora possa sempre me socorrer. Permita-me que eu seja digno de carregá-los e venha de onde estiver, com a sua espada e eruxim nas mãos, me proteger da morte precoce; dos inimigos silenciosos; de pragas; de atins poderosos e destruidores; além de quaisquer cocotabas. Senhora, és tudo para mim. És minha mãe, mulher e irmã. Meu orixá de orí. Tudo que eu tenho, agradeço a ti. Senhora dos raios, tempestades e vendavais. Senhora de tudo que há em mim! Epahey!

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