Abikú (parte 3)

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       Antes de começar o texto, quero pedir desculpa a todos pois eu disse que seria uma parte a cada dia, mas tive muitos problemas pessoais e o conteúdo sobre "Abikú" estava no meu antigo celular e eu o perdi, então demorou para eu conseguir recuperar. 


                                                                                   Parte 3

       Eles não tem templo, assentamentos, ou local específico para receberem homenagem , mas da mesma forma que entidades outras sentem a necessidade quando estavam encarnados, os ÀBÍKÚS sofrem de fome, sede e frio, uma vez que ninguém oferece o sacrifício para eles, nem rituais especiais para ajudarem a se equilibrar energeticamente, propiciando melhorar sua condição de entrada nos corpos de bebês recém-nascidos. 

        Os axés normais de ÀBÍKÚS o caruru tradicional é oferecido aos ibejis. Este caruru não é outra coisa senão o obèlá da cerimônia dos ÀBÍKÚS e preparado no mesmo Oká (pasta de inhame). Obèlá (espécie de caruru).  Ekuru (feijão moído e cozido nas folhas). Eran dindi, eja dindi (carne e peixe fritos)...

        Os sete meninos representam os gêmeos Cosme e Damião, Dois-Dois (deformação de Idowu, aquele que, entre os Iorubás, nasce depois dos gêmeos Táiwo e Kèáninde) Crispim, Crispiniano, Sal e Tàlàbí. Em sua prece a Tanyinon tinha evocado Sàlàkó, que com Tàlábi são os nomes dados aos meninos e meninas que vem ao mundo com pedaços de membrana rompida sobre a cabeça, circunstância excepcional do seu nascimento que os aproxima da sociedade dos ÀBÍKÚ

 Os espíritos ÀBÍKÚ formam um grupo denominado Egbe Orun Abíkú, que habita no mundo paralelo que nos rodeia, o Orun, morada dos deuses e dos antepassados. No Orun, termo que pode ser corretamente traduzido para o céu, este grupo de espíritos dividem-se em categorias, de acordo com o sexo, sendo que os pertencentes ao sexo masculino são chefiados por Oloiko (chefe do grupo) e os do sexo feminino, por Iyajanjasa (A mãe que bate e corre). 

        Na sua vinda do Orun para o aiye (terra), os espíritos, também conhecidos como Emere, estabelecerem um pacto com Onibode Orun, o guardião dos portais do Orun, condicionando sua permanência, no nosso mundo, a determinadas exigências. Convém reafirmar a situação do vampirismo, das obsessões, podemos assim dizer exercido pelos ÀBÍKÚ desencarnados é de extrema violência podendo em muitos casos levar uma criança de certa idade a ter sofrimentos que seriam perturbadores até para adultos. Também a possibilidade destas crianças assediadas pelos ÀBÍKÚS desencarnados sofrem acidentes que lhe causem mutilações, sofrimentos temporários ou definitivos tanto no campo mental como físico é muito grande e de grande constrangimento para todos que estão a volta como tutores da criança ÀBÍKÚ reencarnada.

As pessoas diretamente ligadas a elas sofrem ou são afetadas pelas vibrações dos desencarnados, tornando-se involuntariamente instrumentos em muitos casos de torturas, sofrimentos para o encarnado ÀBÍKÚ, assim de maneira involuntária estimulam eles a desertarem da ação vigente. Além claro do constante sentimento de impotência e culpa, que em muitos casos chegam a raia da loucura, da depressão, pois não conseguem uma explicação lógica. Pior quando pressentem que um perigo está eminente e não conseguem entender o que é e como possa acontecer.

        É aconselhável, portanto, que se faça um ebori na criança ÀBÍKÚ  ficando uma pessoa responsável que deverá chama-lo sempre de MEU FILHO, independente do grau de parentesco que tenha.

Este ebori deverá ser cuidado e de inteira responsabilidade da pessoa escolhida. Geralmente é aquela que tenha ligação espiritual com o grupo ÀBÍKÚ que na maioria das vezes são filhos de: Xangô, Nanã, Yansã e Oxalá, claro não esquecendo da mãe de todas as cabeças Yemanjá

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