Ogun foi caçar na floresta. Colocando-se à espreita, percebeu um búfalo que vinha em sua direção. Preparava-se para matá-lo quando o animal, parado subitamente, retirou a sua pele. Uma linda mulher apareceu diante dos seus olhos. Era Oyá. Ela escondeu a pele num formigueiro e dirigiu-se ao mercado da cidade vizinha. Ogun apossou-se do despojo, escondendo- o no fundo de um depósito de milho, ao lado de sua casa, indo, em seguida, ao mercado fazer a corte à mulher-búfalo. Ele chegou a pedi-la em casamento, mas Oyá recusou inicialmente. Entretanto, ela acabou aceitando, quando, de volta à floresta, não mais achou a pele. Oiá recomendou ao caçador não contar a ninguém que, na realidade, ela era um animal. Viveram bem durante alguns anos. Ela teve nove crianças, o que provocou ciúmes das outras esposas de Ogun. Estas, porém, conseguiram descobrir o segredo da aparição da nova mulher. Logo que o marido se ausentou, elas começaram a cantar: Máa je, máa mu, àwò re nbe nínú àká "Você pode beber e comer (e exibir a sua beleza), mas a sua pele está no depósito (você é um animal).
Oiá compreendeu a alusão: encontrando a sua pele, vestiu-a e, voltando à forma de búfalo, matou as mulheres ciumentas. Em seguida, deixou os seus chifres com os filhos, dizendo-lhes: em caso de necessidades, batam um contra o outro e eu virei imediatamente em vosso socorro. E é por essa razão que chifres de búfalo são sempre colocados nos locais consagrados a Oyá.
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Candomblé e Umbanda
EspiritualAprendizado sobre a nossa cultura, nossos ancestrais, Orixás, nkisis e Voduns...