Parece que sempre quando estamos felizes o tempo passa depressa e aquela felicidade sai pela porta e não volta mais, eu estava tão feliz nos braços do Digo recebendo o carinho dele.
D:Não esquece que eu te amo, é para o seu bem...
Ouvindo-o ele dizer aquilo era muito bom, mas o que era para o meu bem? Levantei a cabeça para olhá-lo em seus olhos vi que ele estava emocionado, mas vi em seu olhar uma tristeza sem fim e quando me dei conta sinto seus braços me soltando e me empurrando para trás e eu caio de costas, mas sem deixar de olhá-lo e vejo-o saindo correndo.
"Onde ele foi?"
Em minha volta as pessoas fizeram um circulo, a maioria olhava pra mim com cara de repulsa, outros olhavam com um sorriso, mas eu não importava com ninguém eu só tinha que ir atrás do Digo e era só isso que eu pensava em fazer, então rapidamente me levantei e ouvi algumas pessoas dizendo.
"Era só o que faltava dois viados se beijando aqui"
"Que pouca vergonha"
"Vira homem"
Eu nem dei moral para aquelas palavras do pessoal e fui andando na direção da saída, mas no caminho alguém colocou o pé na frente e eu tropecei e cai no meio do povo, mas me levantei e fui saindo em direção a saída e lá fora tinha muita gente, uns indo embora outros bebendo e olhei para os lados e vi o Digo lá na frente, mas ele não tava sozinho, estava conversando com dois caras que nunca vi antes e logo entrou no seu carro e saiu cantando pneu.
Quando me virei para o lado em direção ao ponto de táxi, pois tinha esperança de ainda falar com ele naquela noite eu senti uma dor forte nas costas que me fez cair no chão, foi tão forte que fiquei meio perdido no chão e me levantei e vi quem era meu agressor, nada mais nada menos do que o Juca, vocês se lembram lá no começo quando contei que era mais novo e tinha um menino na escola que vivia implicando comigo e ate pedi ajuda para o meu irmão. Então Juca cresceu e ficou forte e nós dois já brigamos algumas vezes, e ali ele foi tão covarde que me deu uma voadeira pelas costas sem me dar chance de me defender.
J:Olha gente a bichinha resolveu se assumir bem no baile de formatura. Kkkkk
K:Vai se ferra.
J: Olha ficou valente, me conta quem come e quem dá, eu acho que você gosta de dá.
Caminhei em sua direção sem medo, e fiquei frente a frente com ele que me encarava com um sorriso no rosto e acho que me veio toda aquela raiva acumulada das varias vezes que ele pegava meu dinheiro ou então me derrubava e rasgava meus livros, ai meio que sem pensar dei um soco nele que imediatamente revidou e ai foi porrada pra todo lado, mas ai chegou alguém e me segurou por trás e o Juca foi me enchendo de porrada ate o Bruno aparecer e deu um soco na pessoa que me segurava e chegou mais dois caras amigos do Juca e ai eu vi que só nos dois contra todos eles não dava então eu peguei no braço do Bruno e sai puxando ele, mas ele não queria ir e eu gritava pra ele vir comigo por que eram muitos ai ele viu que num dava mesmo e foi na minha frente e eu atrás, as ruas estavam desertas, pela hora não tinha ninguém e policiamento nem via rastro, e o Juca com a turma dele saíram correndo atrás da gente e o Bruno na frente e eu poucos passos atrás e de repente eu senti uma dor aguda na cabeça, mas mesmo assim continuei correndo mas ai eu senti algo escorrer na minha nuca e tudo começou a girar e cai na calçada e tudo escureceu.
Minha cabeça parecia que ia explodir, na medida em que eu ia abrindo os olhos, aquela claridade forte que quase me segava foi diminuindo, dava pra ver que tinha alguém mexendo na minha mão direita e sentia uns negócios no meu braço e conforme a pessoa mexia eu sentia meu braço se mexer.
E:Bom dia Carlos meu nome é Solange e sou a enfermeira desse turno, agora por favor me aguarde que eu vou chamar o medico.
Eu nem disse nada, só tentava entender o que tinha acontecido. Ate que um senhor de branco com uma prancheta nas mãos entra no quarto e vem em minha direção.
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O Primogênito
RomanceO amor é um sentimento tão forte, que muitas vezes mexe com a nossa cabeça e por não entendermos o que esta acontecendo faz com que nossa cabeça crie alternativas muitas vezes dolorosas para o que acreditamos ser certo e ao mesmo tempo nos machucamo...