Joguei o envelope dentro do carro e me virei e corri para dentro ouvindo o Pedro me chamar, mas eu não queria saber nada de Pedro só tinha uma pessoa na minha mente e como se corresse em câmera lenta e todas as maldades que ele fez comigo desde criança foram aparecendo na minha cabeça e quando cheguei na porta vinha a imagem dele entrando sorrindo de mãos dadas com a Daniela e com muita força chutei a porta e entrei havia poucas pessoas muitos já tinha ido, mas nem reparei nas pessoas que estavam ali, eu só procurar com os olhos que naquele momento já derramava suas lagrimas de frustração e de sofrimento por todos esses anos por culpa do Digo e quando o vi de pé eu corri até ele e com toda a força que existia em mim naquele momento eu dei um soco na cara dele que o fez cair em cima de uma mesinha que havia ali, e nem esperei e dei as costas com aquele silencio no ambiente que só depois de poucos estantes ouvi pessoas se fazendo de choradas indo ajudar o Rodrigo, fiz isso sem pensar e não me arrependi ate esperei ele revidar, mas ele não o fez enquanto saia olhei pela ultima vez para trás e o vi com a boca sangrando e com uma expressão incrédula e quando entrei no carro vi algumas pessoas do lado de fora e ouvi minha mãe gritando com ele e logo o Pedro deu partida sem pronunciar nenhuma palavra e fomos embora enquanto eu chorava por amar demais.
Nem tinha cabeça para prestar atenção no caminho, só me dei conta quando paramos em frente da minha casa e o Pedro se ofereceu para entrar , mas eu pedi para ficar sozinho e agradeci a carona, ele sorriu e me abraçou e disse que no dia seguinte iria se despedir de mim no aeroporto.
Depois de entrar em cara ouvi o barulho do carro dele saindo e indo embora, subi para o meu quarto e tomei um banho e quando terminei sentei em minha cama e aquela seria minha ultima noite no meu quarto olhei ao redor e vi aquele monte de malas que ali se encontrava e me lembrava dos bons momentos que vivi naquele quarto"Eu estava no meu quarto comendo bolacha sentado no chão e quando mordi um dente ficou preso na bolacha e eu devia ter uns cinco ou seis anos e comecei a chorar saindo do meu quarto e logo o Digo apareceu todo preocupado.
D:Que foi Kadu...
K:MEU DENTE...MEU DENTE...
D:Calma deixa eu ver...
K: MEU DENTE...MEU DENTE...TA CAINDO....
D:kkkkk Calma é assim mesmo...kkkk vem cá...vamo lavar essa boca...
Ele me levou ate o banheiro e me ergueu ate a altura do lavatório para eu enxaguar a boca meio que chorando e ele cuidando de mim, e naquele dia ele passou comigo, estávamos sozinhos em casa...
Foi um dos melhores dias..."Não sei dizer como, mas eu consegui dormir, acordei por volta das nove da manhã andei pela casa e estava tudo em silencio, minha mãe deve estar com o marido, fui a cozinha preparei meu café, seria o ultimo... Fiquei ali pensando e logo voltei para o meu quarto e sentei na cama e fiquei olhando para o tempo ate que vi o envelope de documentos que o Rodrigo tinha me entregue, peguei ele e abri, estava tudo certinho as escrituras e documentos balanços financeiros e por fim tinha um pequeno envelope branco com meu nome nas costas, abri ele e vi que era uma carta escrita a mão e reconheci a caligrafia, na hora me lembrei do que fiz na noite anterior e aquela raiva voltou e nem li o que estava escrito na carta fui ate a cozinha e liguei o fogão e queimei a carta, nenhuma palavra no mundo poderia mudar o que aconteceu então não há motivos para ler um monte de palavras vazias de uma pessoa que não sabe o que quer.
Logo a casa foi invadida por um monte de gente todos os meus amigos vieram se despedir, o Pedro a Luana, o Bruno e a tropa toda fizeram um churrasco e a bagunça anunciada com som alto e cerveja, regada a muita choradeira, mais tarde minha mãe chega com o meu padrasto ela veio querer pagar sermão, mas logo cortei ela dizendo que aquele era meu ultimo dia e não queria brigar ela entendeu o recado, minha partida estava marcada para as cinto e meia da tarde eu teria que estar no aeroporto as quatro e meia, mas por causa da choradeira constante da minha mãe e dos meu amigos quase chegamos atrasados, todos foram comigo, Bruno, Luana, Pedro e meu padrasto com a minha mãe, no saguão do aeroporto foi outra choradeira, mas faz parte eu estava virando uma pagina na minha vida, olhando pra mim naquele momento pode parecer que eu estava feliz, mas por dentro eu chorava silenciosamente, eu praticamente gritava dentro de mim e quando escutei a ultima chamada para embarcar já chorando muito e já sentindo saudade de todos passei pelo portão de embarque, estranhamente senti uma sensação de perda tão forte, meu coração disparou e por reflexo eu olhei para trás e minha mãe acenava, mas eu não olhava pra ela eu olhava para um cara em pé de boné e óculos escuros ao lado de uma coluna um pouco distante de onde eu estava, mas dava para ver algumas gotas escorrendo debaixo dos seus óculos, e juro pra vocês leitores que foi por um tris que eu não voltei e corri para ele, mas a decisão já estava tomada eu dei as costas e segui meu caminho e de longe podia jurar ter escutado meu nome, não dei atenção a aquele chamado e segui para a direção de uma nova vida com novas emoções e novas experiências...
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O Primogênito
RomanceO amor é um sentimento tão forte, que muitas vezes mexe com a nossa cabeça e por não entendermos o que esta acontecendo faz com que nossa cabeça crie alternativas muitas vezes dolorosas para o que acreditamos ser certo e ao mesmo tempo nos machucamo...